As irmãs Sandra Regina e Aparecida Lioni viveram juntas o drama de ficarem sob a mira de uma arma em uma tentativa de assalto à lotérica em que trabalham no início da noite desta quinta-feira (16), no Tatuapé, na Zona Leste de São Paulo. Elas foram feitas reféns por três assaltantes por cerca de uma hora e meia das 18h às 19h30 na agência lotérica, que fica na movimentada esquina da Avenida Celso Garcia com a Rua Tuiuti. Entre idas e vindas, as irmãs já acumulam, cada uma, mais de 15 anos como funcionárias da lotérica. O patrão também foi feito refém. Ninguém se feriu. Elas relataram que os três criminosos chegaram ao local no momento do fechamento da loja. O patrão estava fechando as portas. Eles deram uma gravata nele e anunciaram o assalto. Quando eles chegaram estavam bastante agressivos. Depois, foram se acalmando, contou Aparecida, de 55 anos. Segundo ela, não é a primeira vez que a lotérica é roubada. Desde que eu trabalho lá, é a segunda vez. Mas é a primeira que fazem reféns, disse.
Os momentos mais tensos ocorreram após a chegada da polícia, que foi avisada por um vizinho do assalto. Você não sabe se vai sair viva ou não, afirmou Aparecida. A irmã dela, de 52 anos, mostrava-se ainda mais abalada com o drama vivido. Eles me pegaram pelo pescoço e depois botaram uma arma na minha cabeça, relatou Sandra Regina.
Ela disse que é a primeira vez que temeu pela vida, apesar de a lotérica já ter sido alvo de outros assaltos anteriormente. Já houve outros assaltos, mas esse foi o mais feio. O medo foi maior no momento de não acertar (a rendição) e morrer ali. Se não entram em acordo (polícia e criminosos), podíamos não sair vivos dali. Espero que esta seja a primeira e última vez, declarou, sobre ter sido mantida em cárcere privado e ameaçada com um revólver.
O delegado Cármino Pepe, titular do 52º DP, do Parque São Jorge, participou das negociações para a liberação dos reféns. Segundo ele, ao menos dois dos assaltantes pareciam dopados. É difícil uma negociação com quem está nesta condição. Dois deles pareciam bastante agitados e o terceiro, mais tranquilo. Eles pediram a presença da irmã de um deles, de familiares, do advogado e da imprensa, contou Pepe.
Ao delegado um dos assaltantes afirmou, já na delegacia, que tinha passagem por roubo, mas a informação era averiguada. Com eles, a polícia apreendeu um revólver calibre 38 e cinco munições. Depois da elaboração do boletim de ocorrência, eles serão transferidos para a carceragem do 31º DP, da Vila Carrão, também na Zona Leste da capital.
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