Ricardo Galhardo
Em resposta ao prefeito eleito em São Paulo, Kassab afirma que vai incentivar vereadores do seu partido a terem a mesma postura
O prefeito de São Paulo, Gilberto Kassab (PSD), disse ao iG que vai incentivar os vereadores do seu partido a colaborar com o prefeito eleito Fernando Haddad (PT) na Câmara Municipal. A declaração foi uma resposta à afirmação feita por Haddad na tarde desta segunda-feira de que não vê a possibilidade de o PSD fazer oposição sistemática ao seu governo na Câmara.
Leia também: Fernando Haddad se encontra com Lula em São Paulo
<p class="\"" \"="">
“O prefeito eleito tem razão. Já deixei claro que vou contribuir como cidadão e ex-prefeito. Como dirigente partidário, vou incentivar os vereadores a terem a mesma postura. Já disse antes, e repito, que torço para que o governo dele dê certo e atenda às expectativas dos paulistanos”, disse Kassab.
De acordo com fontes do PT, interlocutores de Kassab têm dito que o prefeito está disposto a colaborar com Haddad mas sem integrar formalmente a base de apoio parlamentar da mesma forma como os deputados do PSD tem votado a favor de projetos da presidenta Dilma Rousseff embora o partido não faça parte do governo.
Aos petistas, aliados do prefeito dizem que Kassab tem dois interesses. O primeiro é garantir a aprovação das contas de sua gestão e defender seu legado na prefeitura. O segundo é participar da escolha do próximo presidente da Câmara Municipal.
Veja mais: Haddad afirma que não vê o PSD de Kassab como oposição
Desde o fim do primeiro turno ele trabalha para construir um bloco de vereadores incluindo PSD, PV, PTB e DEM que contaria com 17 cadeiras.
A colaboração de Kassab é fundamental para que Haddad consiga uma maioria segura na Câmara. Os partidos que apoiaram o prefeito eleito (PT, PMDB, PC do B, PSB e PP) tem apenas 20 cadeiras. O objetivo é chegar a pelo menos 28 e configurar a maioria dos 55 vereadores. O PSD tem 7 cadeiras e o PRB de Celso Russomanno, que integra a base do governo Dilma, duas.
Além desses partidos, emissários de Haddad pretendem dialogar com o PR, que tem três cadeiras, e o PV, que tem quatro.
Segundo petistas, o nome mais forte no PSD para presidir a Câmara é o do atual presidente, Police Neto que tem contra si o fato de ter sido eleito com uma baixa votação.
Mensalão: Para especialistas, resultado das urnas mostra que o julgamento não afetou eleição
No PV o ex-tucano Tripoli, vereador mais votado de São Paulo com 134 mil votos, já manifestou interesse de presidir a Casa.
Outro nome citado é o do ex-presidente da Câmara Antonio Carlos Rodrigues (PR), que embora tenha sido eleito tem a opção de continuar no Senado como suplente da ministra da Cultura, Marta Suplicy (PT).
O petista Arselino Tatto também já enviou sinais de que pretende disputar a presidência. Suas pretensões, no entanto, podem ser sacrificadas em nome da construção de uma maioria sólida para Haddad.
Nesta terça-feira à tarde o prefeito eleito vai se encontrar com Kassab para discutir a transição.
Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia
O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições