Campanha estimula internauta a cometer "Facebookcídio"

Campanha estimula internauta a cometer "Facebookcídio"

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:24

Quando o Facebook lançou, no final de abril, um aplicativo que permite a personalização instantânea, não esperava uma revolta por parte dos usuários. Mas as últimas mudanças na política de privacidade dessa rede social, que diz ter mais de 550 milhões de usuários em todo o mundo, deixaram muita gente com medo de que o site esteja compartilhando muitas informações pessoais com os anunciantes.

Os mais preocupados com a falta de privacidade criaram o dia de apagar a conta no Facebook, que acontece no próximo dia 31 de maio. Para alavancar o suicídio em massa, estão usando as próprias redes sociais para isso.

Em seu site, QuitFacebookDay.com, eles pedem aos usuários que se comprometam ao assinar com sua conta no Twitter. Até o fechamento desta reportagem, 12. 528 pessoas já tinham prometido cometer seu “Facebookcídio”.

Além disso, um protesto contra o Facebook propõe um boicote aos serviços do Facebook no dia 6 de junho, alegando que o fundador do site, Mark Zuckerberg, disse que ''não acredita em privacidade''. Segundo eles, ''o verdadeiro cliente do Facebook são os anunciantes com quem eles trabalham juntos: NÃO VOCÊ''.

Os manifestantes online pedem aos usuários que não usem ou interajam com a rede social de forma alguma. O movimento já tem até uma conta no Twitter (@FacebookProtest) e até sua pópria página na página de eventos do Facebook.

Especialista pergunta por que usuários não se revoltam também contra Google e Microsoft

É muito improvável que muita gente adira à campanha, até por que poucas pessoas estão realmente preocupadas com o fato de o Facebook, o MySpace e outras redes sociais terem sido flagrados pelo site Mashable passando informações pessoais para seus anunciantes e porque não têm noção do grau de risco que correm.

Na época da mudança, dezembro do ano passado, o advogado da Fundação Fronteira Eletrônica, Kevin Bankston, disse à revista Wired que as novas regras tornaram todas as informações públicas, como nome, perfil, foto, endereço, redes e páginas das que o usuário é fã.

Em entrevista à revista, o porta-voz do Facebook, Barry Schnitt, explicou que a maioria dos usuários já tinha tornado essas informações públicas antes da mudança, por isso ela nem era uma modificação para a maioria deles. Schnitt acrescentou que o site atendeu às preocupações dos usuários em relação às listas públicas de amigos ao remover um link nos resultados de buscas e ao permitir que eles pudessem escondê-la na configuração de seu perfil.

Segundo Jairson Vitorino, diretor de tecnologia da E.life, que monitora redes sociais para empresas, a polêmica em torno da privacidade no Facebook teve uma boa repercussão nos Estados Unidos e na Alemanha, país em que vive.

Para Vitorino, por um lado não se pode punir uma empresa por ela ser bem sucedida. Por outro, a população em geral não entende direito a discussão em torno da privacidade. O diretor da E.life diz que, curioso mesmo, é por que esses mesmos usuários nunca protestaram contra outros serviços.

- Acho injusto o tratamento dado ao Facebook. Por que eles não se revoltam contra o Google, contra o Hotmail e o MSN? Todos eles coletam informações pessoais e ninguém faz campanha para deixar de usá-los.  

A polêmica foi tanta que nos últimos dias de maio o Google já contava com muitas perguntas no estilo  ''Como deletar conta Facebook?'' em várias línguas. Ao googlar ''Como eu deleto minha conta no Facebook?'' aparecem 418 mil links relacionados no alto da página de resultados, o que sugere um interesse cada vez maior pela solução.

Já ao usar o Google Insight, que monitora a popularidade de buscas ao longo do tempo, percebe-se um aumento constante em buscas por essas expressão ao longo de 2009 e 2010.

A falação generalizada em torno de sair (ou não) do Facebook aumentou muito nas últimas semanas. O site de tecnologia Gizmodo publicou uma série de posts explicando por que os usuários deveriam sair do Facebook. O Business Insider contou que Peter Rojas, cofundador do Engadget, e Matt Cuts, do Google, deletaram suas contas na rede social. Os britânicos Telegraph e o DailyMail também falaram do assunto.

Já existe até um grupo não oficial na versão em inglês do Facebook chamado ''Como deletar para sempre sua conta no Facebook'', com um passo a passo para sair de vez da rede social. Basta entrar lá, candidatar-se ao grupo e esperar duas semanas até que a conta seja desativada. Se o usuário se logar no Facebook antes dessas duas semanas, desabilitará o pedido.

Antes que o usuário tome alguma decisão mais radical, deve fazer um teste para ver o grau de privacidade de sua conta. Se ainda assim desejar desativar ou apagar para sempre sua conta, basta clicar nos links no Confira Também.

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