Compulseiros usam internet rápida para baixar muito conteúdo pirata

Compulseiros usam internet rápida para baixar muito conteúdo pirata

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:59

Para que serve a conexão de 10 Gbps à internet disponibilizada para quem participa da Campus Party? “Estou baixando tudo, desde filmes a jogos”, responde um participante da Campus Party conhecido como “Max”.

O download de arquivos não é necessariamente ilegal, mas ele mesmo afirma que boa parte do conteúdo compartilhado entre os participantes é pirataria.

Durante os primeiros dias, a rede foi utilizada até mesmo para abrigar um servidor que disponibilizava filmes, jogos e programas de computador, a grande maioria material protegido por leis de direitos autorais. O G1 encontrou o hub - como é chamado o computador que atua na distribuição dos arquivos - na quarta-feira, mas nesta sexta-feira (21) o serviço parecia estar fora do ar.

"Max" conta que começou o download de um programa de 46 GB no primeiro dia do evento e, na quarta, já estava com 76% concluído, apesar de não estar no local o tempo todo para continuar o download. “Todo mundo aqui está baixando, menos os que estão jogando”, afirmou.

De acordo com Max, os campuseiros deixam os computadores travados e amarrados às mesas, baixando os arquivos enquanto eles andam pela arena para se encontrar com amigos ou participar das palestras.

Rede específica para a CP

Além dos “torrents” – que usam rastreadores externos para manter todos conectados e baixando o mesmo arquivo -, existe uma rede compartilhamento específica para a Campus Party. Ela usa o programa de código aberto Direct Connect (DC++), que usa transferências diretas.

A busca de arquivos é coordenada pelo hub, operado por um grupo que exige dos campuseiros um compartilhamento mínimo de 1 GB para permitir a entrada na rede.

A rede chegou a ter pelo menos 900 usuários conectados, segundo “Max”, pouco menos de um em cada sete participantes da Campus Party.

Os dois usuários com mais arquivos compartilham 15 e 10 TB de dados. Um único terabyte é suficiente para armazenar cerca de mil filmes de duas horas em boa qualidade.

Além de filmes, no entanto, esses usuários compartilham games como “Grand Theft Auto”, música e aplicativos, desde softwares livres como Linux até cópias do Windows e softwares de engenharia como AutoCAD, que chega a custar US$ 4,5 mil.

Para Max, que trabalha como analista de suporte e participa da Campus Party pela primeira vez, a cópia de arquivos não é ilegal. “Se eu comprei um programa, eu posso compartilhar, só não posso é crackear ou distribuir o número serial”, afirma. “No caso de filmes, se eu comprei um DVD, ele é meu, eu posso fazer uma ISO (cópia do disco) e distribuir”.

Questionado se um advogado iria concordar com essa interpretação, Max riu. “Ah, não sei. Ele pode citar outras leis e outros argumentos que não tenho conhecimento”.

Usuários do DC++ e os responsáveis pela operação do hub não quiseram se encontrar com a reportagem do G1 para falar sobre o assunto.

Banimento

O organizador do evento, Mario Teza, afirmou ao G1 que a Campus Party tenta orientar os participantes a não compartilharem conteúdo ilegal. Defensor do software livre, Teza afirma que, no evento, há mais "criadores", pessoas que criam e compartilham conhecimento, do que consumidores de pirataria.

"Orientamos e incentivamos o compratilhamento do conhecimento de quem tem legalmente o direito sobre a obra e sobre o software", afirma. Segundo ele, cada campuseiro assina um compromisso sobre o uso da conexão antes de poder participar do evento. "Se um campuseiro tiver algum problema em relação as regras, ele fica banido para sempre."   Por: Altieres Rohr

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