Nokia demitiu seu diretor de vendas e prometeu mais cortes substanciais de custos, ao passo que o prazo de que a fabricante finlandesa dispõe para se reinventar, sob pressão de rivais no segmento de smartphones, está se esgotando.
A companhia fechou o primeiro trimestre com prejuízo ligeiramente maior que o esperado, de 0,08 euro por ação, ante expectativa média de analistas de 0,07 euro, segundo a Thomson Reuters StarMine
A Nokia havia alertado há alguns dias que os negócios com celulares teriam perdas no primeiro semestre de 2012, depois que as vendas de aparelhos com o sistema Windows Phone não compensaram a queda na comercialização de modelos anteriores.
Analistas afirmam que o presidente-executivo Stephen Elop precisa melhorar as vendas dos novos celulares inteligentes Lumia até o final deste ano, antes que investidores comecem a questionar sua estratégia. Os novos modelos são a principal arma da Nokia contra as rivais Apple e Samsung Electronics.
"Precisa ocorrer uma reversão significativa no segundo semestre deste ano ou surgirão questões sérias sobre o futuro da Nokia e de sua atual equipe de gestão", afirmou Ben Wood, diretor de pesquisa da CCS Insight.
"Ao ritmo atual, a divisão móvel, de celulares inteligentes, está gerando tamanhos prejuízos e consumindo caixa tão rápido que é preciso que garanta uma reversão antes do final do ano", concordou Mikael Rautanen, analista da Inderes. "Eles precisam cortar custos agressivamente ou gerar novas vendas para crescer, mas no momento o cenário de ampliar vendas parece incerto".
Elop, que lançou o plano de recuperação da Nokia em fevereiro de 2011, disse que as vendas dos novos celulares Lumia, equipados com o sistema operacional Windows e nos quais a companhia está depositando suas esperança, vêm apresentando números irregulares.
"Superamos as expectativas em alguns mercados, como o dos Estados Unidos, mas ganhar ímpeto em outros mercados, como o do Reino Unido, foi um desafio maior", disse. "Estamos claramente decepcionados com o nosso desempenho no primeiro trimestre".
Também nesta quinta-feira (19), a Nokia anunciou que Colin Giles, diretor de vendas, deixará a empresa em junho, como parte de uma reestruturação da equipe para promover maiores vendas. Niklas Savander, diretor de mercados, assumirá a responsabilidade pelas vendas.
Para a analista da empresa de pesquisas Gartner, Carolina Milanesi, o cargo de Elop está seguro, por enquanto.
"É cedo demais para falar em novo presidente. Eu diria que Elop tem até fevereiro de 2013 - quando a mudança de rumo da empresa completará dois anos - para provar que sua estratégia era a correta. Isso permitirá que ele aproveite as vantagens de uma nova versão do Windows Phone e a temporada de festas de fim de ano".
Nota rebaixada
No início desta semana, a Nokia teve sua nota de crédito de longo prazo rebaixada pela Moody's de “Baa2” para “Baa3”, enquanto o rating de curto prazo saiu de “Prime-2” para “Prime-3”. Todas as classificações estão com perspectiva negativa, com possibilidade de nova revisão para baixo.
A agência classificou o desempenho da Nokia como preocupante, considerando que o segmento de telefonia móvel se manteve como o principal gerador de renda para o grupo em 2011, quando contribuiu com um 1,5 bilhão de euros para o lucro operacional de 1,8 bilhão de euros no período.
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