Estudantes apostam na criação de games para a TV digital brasileira

Estudantes apostam na criação de games para a TV digital brasileira

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:07

Enquanto algumas empresas brasileiras de games gastam milhares de reais pra adquirir kits de desenvolvimento de jogos para consoles, um grupo de estudantes quer ir por um caminho, talvez mais barato e popular. Em vez de criar títulos para essas plataformas, eles estão desenvolvendo games que rodam em qualquer televisor com o conversor de TV digital.

Os projetos apresentados no Simpósio Brasileiro de Jogos e Entretenimento Digital (SBGames), realizado em Florianópolis, em Santa Catarina, são games simples e que são baixados por meio do sinal de TV digital e que usa o recurso de interatividade (TVDI) presente em alguns aparelhos e em smartphones. Na nona edição da conferência para desenvolvedores de games, estes alunos apresentaram jogos como "Damas" e uma tecnologia para levar gráficos mais interessantes para estes títulos.

Embora ainda estejam em fase de testes, com os alunos apresentando apenas um projeto para participar da competição no SBGames, eles garantem que suas criações funcionam. Ricardo Mendes Segundo, mestrando em Informática na Universidade da Paraíba, trouxe uma proposta que envolve técnicas de criação de jogos para a TV digital interativa que permite utilizar gráficos melhores.

"O hardware dos set-top-boxes da TV digital possui muitas limitações em questão de memória e de espaço físico de armazenamento de conteúdo. Ao mesmo tempo, é interessante ter gráficos animados para conseguir chamar a atenção do público", explica. "Mas se estas imagens forem quebradas em pedaços e se a mudança nas animações ocorrerem apenas nestas pequenas partes, o visual ficará bom e o game mais leve, o que facilitará o desenvolvimento".

Ricardo contou ao G1 que, com a técnica, já criou um game para a TV digital chamado "Ginga Hero". Similar ao game musical "Guitar Hero", ele funciona em televisores compatíveis com TVDI, pode ser enviado pelo ar ou pela internet (em set-top-boxes com conexão à web). O objetivo é pressionar os botões do controle remoto na sequência correta para poder tocar as canções. "O jogo apresenta gráficos bem trabalhados, mas conseguimos fazer um bom trabalho para criar algo leve".

Games simples e de graça

Ao lado do projeto de Ricardo, foi apresentado um jogo de damas feito para a TV digital. Desenvolvido por alunos da Universidade Federal Fluminense, Esdras Caleb Silva e Débora Saade, o game é simples e permite que os jogadores se divirtam com um título gratuito.

Pelo fato de as peças terem caminhos certos a seguir, a aplicação se torna leve, fácil de ser transportada pelo ar por meio da transmissão digital. Existe ainda a proposta de utilizar um aparelho com conexão à internet para poder jogar partidas contra outros usuários.

Estes games ainda não podem ser jogados em casa. Para isso, é necessário que alguma emissora de TV "lance" o jogo em seu canal de interatividade. "Os canais de televisão precisam divulgar mais a interatividade", diz Ricardo, que quer finalizar seu projeto e levá-lo para empresas a emissoras. "Acredito que no próximo ano já veremos alguns jogos em canais de TV digital".

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