Steve Jobs (Foto: Getty Images) Um dos amigos e parceiros de negócios mais próximos do falecido co-fundador da Apple , Steve Jobs, disse que o excesso de autoconfiança do empresário o levou a rejeitar o aconselhamento médico e a adiar o tratamento tradicional do câncer que, no fim, tirou sua vida.
Em um programa da BBC exibido na noite da quarta-feira, Avie Tevanian disse que Jobs tinha uma espécia de 'campo de distorção da realidade', uma força de vontade que o fazia alcançar o impossível.
Tal crença o teria levado a recusar o tratamento convencional de câncer ainda no estágio inicial, quando a ação é mais eficaz na regressão da doença.
Segundo Tevanian, Jobs preferiu explorar terapias alternativas e adotar uma dieta especial.
'Steve não era uma pessoa convencional, e quando chegou a hora de tratar sua doença ele se contentou com os métodos não-tradicionais', afirmou o amigo.
'Acho que ele achava de verdade que através de meios não-convencionais ficaria curado.'
Avie Tevanian, chefe de tecnologia da Apple até 2006, era amigo de longa data de Steve Jobs . Organizou inclusive a sua despedida de solteiro.
Fazer o impossível
Jobs morreu aos 56 anos no dia 5 de outubro, oito anos depois de ser diagnosticado com câncer do pâncreas.
O executivo rejeitou repetidas recomendações para que se submetesse a cirurgia ainda no estágio inicial da doença, preferindo, em vez, adotar remédios alternativos.
'Ele sempre foi o tipo de pessoa capaz de se convencer de coisas que não eram necessariamente verdade, ou necessariamente fáceis', disse Tevenian.
'Muitos de nós que estávamos perto dele, incluindo eu, sua mulher e outras pessoas, dizíamos, 'Sabe, Steve, talvez você devesse simplesmente fazer a cirurgia e acabar logo com isso'', contou.
'Sendo Steve, foi fácil para ele encontrar gente que concordasse que era a melhor opção.'
Tempo perdido
Em 2004, Jobs reconheceu publicamente que tinha câncer. Naquele ano, concordou em se submeter à cirurgia. Mas o câncer já havia se alastrado.
Em entrevista ao seu biógrafo, Walter Isaacson, ele finalmente reconheceu que 'deveria ter feito (a cirurgia) mais cedo'.
Tevenian disse que esperava que o câncer causasse, naquela época o afastamento de Jobs da Apple. Mas foi o oposto que ocorreu.
'Ele começou a trabalhar ainda mais duro. Era quase como se soubesse que o seu tempo era limitado', observou. 'Havia muito mais coisas que ele queria fazer.'
Steve Jobs continuou trabalhando mesmo depois de um transplante de fígado em 2009.
Somente em janeiro de 2011 ele se afastou da empresa em licença médica, antes de se demitir de vez do cargo de CEO em agosto.
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