Google como ferramenta de apoio ao aprendizado

Google como ferramenta de apoio ao aprendizado

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:30

Utilizar mecanismos de busca para agilizar a aquisição do conhecimento é algo que pode ser implementado em sala de aula. Para tanto, os educadores devem se adaptar à tecnologia e extrair dela o que há de melhor. Por outro lado, os educandos devem ser orientados para evitar os perigos que podem vir com o mau uso da tecnologia.

Em primeiro lugar, os educadores precisam ter em mente que não adianta questionar os alunos de maneira objetiva. Dessa forma, perguntas do tipo "o que", "como" e "quando" são muito fáceis de serem encontradas nos mecanismos de busca. Devem-se mudar as questões para "por quê". Assim, o aluno é forçado a pensar na resposta. Outra tática interessante é misturar conceitos, para que o aluno, através da reflexão, possa raciocinar e encontrar a resposta. O trabalho baseado em projetos, onde o aluno é estimulado a achar soluções para problemas ou situações reais, também deve ser amplamente utilizado para evitar as respostas prontas e disponíveis na grande rede.

Essa mudança é necessária porque os alunos tendem a cair em um grave erro que pode prejudicar irremediavelmente o desenvolvimento e aquisição do conhecimento. Alguns alunos simplesmente abrem mão de raciocinar e buscam tudo, mas tudo mesmo, no Google. Às vezes, questões simples, que podem ser solucionadas prestando atenção ao que se faz, passam direto para o mecanismo de busca.

No meu trabalho de educação visando a formação profissional de jovens e adultos, tenho notado que cada vez mais os alunos buscam este tipo de artifício para encontrar as respostas que poderiam ser inferidas por eles. Por exemplo, ao invés de analisar o código de uma linguagem de programação, os alunos tendem a buscar situações semelhantes desenvolvidas por outros programadores. Aparentemente é mais fácil e muitos dirão que "não é necessário reinventar a roda". Concordo com este pensamento e acredito que não precisamos inventar coisas que já existem. Porém, achar erros no código ou soluções para problemas de lógica é mais rápido, fácil e, principalmente, desenvolve a capacidade de solucionar problemas. Sem isso, perde-se um tempo enorme para localizar eventuais respostas e a solução encontrada pode não ser a melhor para o problema apresentado. Ela pode simplesmente funcionar. A idéia é que o aluno se concentre no código e busque por si mesmo a solução.

Fazer com que os alunos localizem as informações objetivas na rede é útil, mas fazê-los pensar e raciocinar é fundamental.

A tecnologia é muito útil e abre um mundo de possibilidades para os alunos ampliarem o conhecimento. Afinal, nunca se teve acesso a tanta informação e tão rapidamente em toda história da humanidade. Contudo, como qualquer ferramenta, pode ser bem ou mal utilizada. Cabe a nós, educadores, orientar os alunos para que não caiam em armadilhas que podem tornar o resultado contrário ao desejável.

*Celso Poderoso é mestre em Tecnologia, especialista em Sistemas de Informação e economista. É diretor de Relações Internacionais e coordenador dos cursos de graduação tecnológica da FIAP. Atua desde 1984 na área de TI, especialmente em desenvolvimento de sistemas e banco de dados Oracle. Possui cinco livros publicados na área de banco de dados, como SQL Curso Prático e Oracle PL/SQL 10g, pela Novatec Editora.

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições