Água feita pelo homem tem química diferente

Água feita pelo homem tem química diferente

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:32

Em várias regiões do mundo, a dessalinização da água do mar ou de águas salobras extraídas do subsolo é a única alternativa para o suprimento de água potável para a população.

E é praticamente uma unanimidade entre os especialistas que essa alternativa deverá ser cada vez mais usada, à medida que a população aumenta e cresce a pressão sobre os recursos naturais. Estima-se que a capacidade global de dessalinização irá dobrar até 2015.

O Oriente Médio, o norte da África, o oeste dos Estados Unidos e a Ásia Central são apontadas como as regiões onde a tecnologia de osmose reversa deverá ser cada vez mais utilizada para a produção daquilo que os cientistas estão chamando de "água feita pelo homem."

Este, contudo, não é um processo tão ambientalmente neutro quanto possa parecer. É o que afirma um grupo internacional de cientistas, em um novo estudo que acaba de ser publicado.

"A água que foi dessalinizada por meio de osmose reversa contém uma composição única que induz a alterações na química e na ecologia dos aqüíferos e dos sistemas de água natural onde ela entra," diz o coordenador do estudo, professor Avner Vengosh, da Universidade de Duke, nos Estados Unidos.

A pesquisa detalha a assinatura química da água dessalinizada, permitindo o acompanhamento de elementos nela presentes, como boro, alumínio, estrôncio, oxigênio e hidrogênio. O problema pode ganhar aspectos mais graves em regiões muito dependentes da dessalinização, onde esta água artificial poderá substituir completamente a área natural no ambiente.

Mais do que emitir alertas, os pesquisadores trabalharam para desenvolver uma técnica que permitirá o rastreamento da água até sua fonte. Como cada usina de dessalinização produz água com uma assinatura isotópica distinta, será possível, a partir de um vazamento, por exemplo, chegar até a usina de dessalinização onde ela foi produzida.

Com isto será possível corrigir mais rapidamente problemas como vazamentos em tubulações e fazer correções nas plantas de dessalinização, principalmente para ajustar a composição da água utilizada para irrigação, que vai direto para o meio ambiente.

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