'Metroid: other m' renova a série e quebra paradigmas da Nintendo

'Metroid: other m' renova a série e quebra paradigmas da Nintendo

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:14

Plataforma: Wii

Produção: Nintendo

Desenvolvimento: Team Ninja

Distribuição no Brasil: NC Games

Gênero: Aventura

Jogadores: 1 jogador

Lançamento: 31 de agosto de 2010

Preço sugerido: R$ 250

Nota: 8,5*

“Metroid: other m” é a maior prova de que o Wii fez bem para a Nintendo. O sucesso do console fez que com a fabricante, sempre muito presa às suas raízes, fizesse contato com outras empresas, olhasse o mercado e o que acontece na cultura pop expandindo seus horizontes. O resultado é que o novo game da heroína Samus Aran, ao mesmo tempo em que consegue se manter fiel às origens e atender o que os fãs mais fervorosos da série pedem à produtora, se renova para o século XXI e quebra alguns paradigmas. Após levar três games com visão em primeira pessoa para os consoles na série “Metroid prime”, lançada para GameCube e Wii, a Nintendo optou por voltar ao gênero de aventura e plataforma em “Other m”. Quem jogou “Super metroid”, do Super Nintendo, terá uma bela recepção ao ver que o novo título começa exatamente onde o clássico da era 16-bit termina, com a batalha contra o chefe final daquele game, a Mother Brain.

É a partir deste ponto que o jogador se depara com algo raro vindo da Nintendo. A empresa, diferentemente de outros de seus grandes títulos, desenvolve Samus como personagem, contando mais da sua história, suas qualidades e temores. Nem mesmo em games como “The legend of Zelda”, a empresa explora o herói neste sentido. Nesta série, por exemplo, o desenvolvimento fica por conta da história. Assim, o game mostra Samus como uma adolescente rebelde que tinha problemas em receber ordens, revelando os motivos pelos quais a fizeram se tornar uma caçadora de recompensas. Durante a primeira parte do game e ao final da aventura, vídeos contam mais sobre Samus. O modo como isso é feito remete ao seriado “Lost”, que conseguiu desenvolver bem seus personagens ao longo de seis anos. Logo após um confronto com uma criatura ou chefe de fase, entra um flashback que mostra momentos da vida da heroína. Os vídeos são muito bem produzidos e trazem elementos da série que só os fãs de verdade poderão reconhecer.

A aventura de “Metroid” é conhecida por focar na exploração dos cenários, o que mostra que a Nintendo foi ousada a fazer com que “Other m” apresentasse um desafio mais linear. Desde o momento que Samus entra na misteriosa estação espacial gigante ao atender um chamado de socorro, tudo o que o jogador precisa é seguir para um determinado ponto no mapa ou cumprir uma determinada ordem. Entretanto, para conseguir abrir portas trancadas, será necessário explorar cenários e fazer um tradicional “ir e vir” pela estação para conseguir avançar.

Novo estilo de design

A decisão de optar por desenvolver um game de plataforma em três dimensões certamente consegue dar um novo vigor à franquia, desgastada por conta de três títulos em primeira pessoa. Assim, o visual de “Metroid: other m” agrada, com cenários grandes e pequenos apresentam muitos detalhes. As texturas, principalmente nas áreas “orgânicas” (com geleiras e florestas) são bastante pobres, dando um visual de jogo antigo ao título. O jogador acompanha Samus pelo cenário em uma visão de terceira pessoa, enfrentando inimigos com o seu canhão laser e mísseis. O Wii Remote, o controle do Wii, deve ser segurado lateralmente, remetendo ao controle do NES. Embora seja um pouco “duro” controlar a personagem em um ambiente em 3D com um direcional digital, o sistema de mira inteligente permite ataques precisos contra os inimigos.

O game entra em um modo de combate em primeira pessoa quando o jogador aponta o controle para a tela. Desse modo, é possível disparar mísseis contra os adversários, ter uma maior precisão no ataque, observar os cenários e descobrir para onde se deve ir e até resolver alguns enigmas. Esta decisão de design, no entanto, não é perfeita. Ao entrar neste nodo de combate, Samus fica imóvel, fazendo com que os inimigos consigam atacar a heroína facilmente. Jogadores acostumados com games de tiro em primeira pessoa, até mesmo com a série “Metroid prime”, se sentirão travados neste modo. Mudar a posição do controle também é um pouco incomodo, mas pega-se o jeito após algum tempo de jogo. É importante entender o funcionamento do esquema de controle, pois existem muitos combates em “Other m”, talvez mais do que em qualquer outro título da franquia “Metroid”. Praticamente em toda a sala que se entra haverá inimigos com diversos níveis de Inteligência Artificial para combater. O foco nas batalhas permitiu criar movimentos de finalização. Samus pode montar em monstros maiores e destruí-los com um poderoso tiro. Ela também possui um movimento de esquiva e de contra-ataque: basta pressionar o direcional para qualquer lado no exato instante que o inimigo ataca.

Mesmo com muito tiroteio, a exploração dos cenários está presente. Samus deverá escalar plataformas e se transformar em “Morph Ball”, em uma pequena bola, para adentrar corredores estreitos para procurar itens.

O destaque dos combates, contudo, está nas batalhas contra os chefes. Eles são bestas gigantes que conseguem retirar muita energia do jogador em um ataque. Eliminá-los envolve descobrir seus pontos fracos e utilizar táticas que utilizam todos os poderes da heroína e os ataques do modo de visão em primeira pessoa. Destruí-los após uma batalha empolgante é a garantia de satisfação por ter adquirido o game.

Embora “Metroid: other m” apresente muitos desafios e muitas horas de jogo, ele não é um título voltado para qualquer jogador. Novatos na franquia poderão se perder na história, frustrando-se ao não conseguir resolver determinados quebra-cabeças, por exemplo. Os mais experientes poderão torcer o nariz para a opção de design da Nintendo, principalmente na travada visão em primeira pessoa. Mas, deixando de lado estes problemas, “Other m” consegue fazer bem o seu trabalho de renovar a franquia, mostrando que a Nintendo está com a cabeça mais aberta para as novidades.

Postado por: Thatiane de Souza

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