Penetração de smartphones no Brasil ultrapassa os 30%

Penetração de smartphones no Brasil ultrapassa os 30%

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:42

Os smartphones já atingiram as massas brasileiras, alcançando penetração de aproximadamente 30%, segundo a percepção dos próprios consumidores de serviços móveis no País. Essa informação faz parte da Pesquisa Consumidor Móvel, realizada pela pontomobi, do Grupo RBS, e pela WMcCann. A pesquisa, cujos dados ainda não foram totalmente divulgados, foi mostrada pelo CEO de mobilidade e internet do Grupo RBS, Fábio Bruggioni, nesta quinta-feira (19), durante o 10° Tela Viva Móvel, em São Paulo.

Foram feitas cerca de mil entrevistas online nos sete principais centros urbanos brasileiros, entre eles São Paulo, Rio de Janeiro e Curitiba. As perguntas foram feitas em fevereiro deste ano para usuários de celular das classes A, B e C. O objetivo da pesquisa é conhecer a percepção dos próprios usuários a respeito dos aparelhos que possuem, e se a definição que a indústria faz de “smartphone” é a mesma dos usuários. “O telefone é um símbolo importante de posição social”, diz Bruggioni.

“Muitas vezes o consumidor considera seu device, que possui algumas funções avançadas, um smartphone, quando na verdade a indústria o chama de ‘feature phone’”.

Para Bruggioni, segundo a perspectiva do próprio usuário, a penetração de smartphones no País é grande inclusive na classe C. “Com o avanço de aparelhos genéricos e de recursos avançados na base, existe uma linha tênue entre smartphones e aparelhos convencionais.” E mais: 40,5% dos usuários pretendem trocar de aparelho nos próximos seis meses. “É provável que metade desses usuários realmente o façam, e adquiram aparelhos com funções avançadas”, diz.

"Acreditamos que as LAN Houses podem ser substituídas pelos smartphones”, diz Bruggioni. “Se houver redução nas tarifas, essa é uma oportunidade imensa de acessibilidade, pois as pessoas tem o desejo de migrar para dentro de suas casas. E esse desejo vai além do telefone fixo ou móvel.” Nesse sentido, o CEO acredita que as redes sociais desempenham um papel importante, pois catalisam o processo de adesão à internet e aos devices.

A pesquisa também descobriu quais sites ou serviços possuem as maiores audiências nos smartphones. Nas classes A e B, o Google é o site mais acessado. Na classe C, o Orkut. O Facebook, nas plataformas móveis, aparece logo em seguida em todas as classes, apesar de ainda estar em ascensão no País. Esse dado revela que a rede social de Mark Zuckerberg é mais acessada por aqui em celulares do que em desktops.

Baixar aplicativos também é comum em todas as classes sociais. Na classe A, 67,4% o fazem; na classe B, 61,9%; e na C, 65,5%. Serviços de mobile banking alcançam 25,3% da população em média, sendo que na classe C a penetração é de 15,9%. No e-commerce os números são menores, com média de 15,8%, sendo que apenas 9,44% dos usuários das classes B e C utilizam esse tipo de serviço.

  Serviços de valor agregado

Para Frederico Pisani, CEO da Hanzo, a “classe C consome serviços de valor agregado básicos, mas quer ter os avançados.” Segundo ele, o consumidor tem uma vontade muito grande de acessar o MSN, o Facebook, o Orkut e aproveitar o impacto das redes sociais. “Existem vários modelos de negócio para atender essa demanda, seja o SMS, os aplicativos ou a internet. É uma grande oportunidade para o setor ter um crescimento muito forte.”

Flávio Ferreira, gerente de serviços de valor agregado da TIM, diz que, para atingir a classe C, primeiro é necessária uma redução dos impostos. Além disso, as operadoras não podem esperar que a receita venha apenas do usuário. “Devemos aprender uma lição com a Apple, que ganha muito dinheiro também com marketing.”

Richard Ferraresi, CTO da Peopleway, acredita que ainda há muito a explorar no SMS básico, principalmente para a classe C. No entanto, existem algumas barreiras. “Os usuários poderiam utilizar mais SMS, mas não o fazem. Os modelos de negócio precisam se adequar”, diz. Outro ponto de entrave, segundo Ferraresi, é a quantidade de devices disponíveis no mercado.

“Como fazer uma distribuição rica de conteúdo para a classe C em um universo tão rico em ecossistemas?”

O gerente geral da Playphone, Renato Marcondes, também vê dificuldades na própria configuração do público alvo. “A classe C é mutante, possui muitas camadas, está em constante evolução”, diz. Para ele, a solução para os modelos de negócio futuros é expandir os planos de download, o que colocaria o mercado brasileiro em uma nova fase. “Games, por exemplo, nos EUA são impulsionados por planos de dados. Isso faria uma grande diferença, seria um divisor de águas no mercado nacional.”         Por Marcelo Vieira

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