Com a estreia mundial de "Rio", cerca de 160 milhões de pessoas - segundo cálculos dos produtores do longa-metragem - deverão conhecer a aventura de Blu, uma arara-azul que não sabe voar. E, de quebra, cenários apaixonantes da cidade do Rio de Janeiro em apresentações quase reais graças à técnica 3D.
O iG Jovem resolveu embarcar nessa aventura e seguir os passos, ou melhor, os voos de Blu.
"Voar é (muito) legal... Mas o medo existe. Quando cheguei à rampa da Pedra Bonita, em São Conrado, amarelar foi um desejo inevitável. Liguei para dona Anna Maria, minha mãe, na esperança de que ela me passasse aqueles pitos maternais, do tipo: "desiste agora!". Mas tudo o que ouvi foi: "Levou um casaquinho? Deve ventar bastante lá em cima, filha". E antes que pudesse contar até três, estava voando."
Conhecer a cidade pelo mesmo ângulo - e maneira - que a ararinha-azul do diretor brasileiro Carlos Saldanha requereu uma asa delta. A aventura foi conduzida por Beto Rotor, da escola de instrução Rotorfly Voo Livre. Ele apresentou todos os argumentos de que a prática era segura. O salto seria feito a 520 metros de altura; o equipamento estava vistoriado; e para casos de sufoco - toc, toc, toc ainda há um paraquedas.
"Subir a Estrada das Canoas, acesso à rampa de salto, já é experimentar um dos cantos mais idílicos da cidade. A subida corta trechos da Floresta da Tijuca e permite contato imediato com fauna e flora cariocas. O encantamento, porém, é subitamente cortado quando se encara a tal rampa, uma plataforma de cerca de três metros inclinada para baixo. Na hora lembrei de uma frase de Blu: "Queria estar na minha gaiola com meu espelho e meu sininho".
Segundo Wanderlei Coelho, outro sócio da Rotorfly, a asa delta é "um equipamento de alumínio, cabos de aço, e uma vela bastante resistente ao ar. Tudo vistoriado pela Associação Brasileira de Voo Livre". Para voar - algo que segundo a Agência Nacional de Aviação Civil só pode ser feito como instrução, e não lazer -, é preciso assinar um termo de responsabilidade. Ao aluno cabe apenas uma tarefa: "Tem que correr. Se parar, para a aeronave", alertou.
"Imagina ver a cidade a mais de 500 metros de altura e correr para se jogar lá de cima? "Empuxo, sustentação e arrasto", diria Blu. Vestida com capacete e uma espécie de macacão que te deixa parecido com uma Tartaruga Ninja de casco virado para baixo fiz um ensaio prévio. "Vamos correr, não para", dizia Beto. "Jesus, Maria, José", eu rogava. Não dava para brincar muito tempo de Usain Bolt. "Se joga, néam", incentivava uma porção do meu eu interior."
Em média, um voo de instrução dura entre 20 e 40 minutos. A cada manobra, Beto apontava para um ângulo da cidade. "Tá vendo o Corcovado? Olha o Cristo! A Lagoa, o Pão de Açucar... Show, não é? Uhu". Depois de 18 minutos, o passeio terminou na Praia do Pepino. Sem qualquer turbulência.
"Antes de voar, Beto contou que sua empresa flanou pela cidade, em 2009, com uma profissional da Fox envolvida na animação de "Rio". Em março, seus instrutores levaram 40 pessoas da equipe de divulgação do filme para um novo sobrevoo. Preferi considerar a história um bom presságio. Se tudo terminou bem para Blu, comigo não seria diferente. Encerrei meu primeiro pouso em pé. Cheia de classe. Ah, e não é clichê: o Rio é lindo."
Veja o voo de asa delta no vídeo abaixo:
Por: Flavia Salme
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