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A história do UFC nos videogames

A história do UFC nos videogames

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:29

Jogos de luta se tornaram populares nos videogames desde o lançamento de Street Fighter II em março de 1991. Porém, apesar da jogabilidade revolucionária, este clássico dos fliperamas sempre teve um ponto negativo: a forma como os estilos dos personagens são retratados no jogo é muito irreal.  

Tudo bem que o estilo do jogo é fantasioso, mas convenhamos: se não fosse pela roupa, quem chamaria Ryu de karateca? E a “capoeira” do brazuca Blanka, que é mais estranha do que berimbau sem corda? Alguém por acaso saberia informar em que parte da Espanha se luta como o mascarado Vega? E que pilates maravilhoso é esse do monge Dhalsim, que consegue se esticar feito Reed Richards graças ao poder da Yoga?

Certamente os jogos de luta tomam muitas liberdades com a realidade. Tirando raras exceções, como o saudoso Pit Fighter, o gênero só passou a ser mais verossímil após o desenvolvimento dos gráficos poligonais, quando as franquias Virtua Fighter e Tekken abriram mão das magias e especiais aloprados – mas ainda assim, alguns golpes absurdos continuaram desafiando a física, a lógica e a paciência dos fãs de artes marciais reais.

O casamento perfeito entre jogos de luta e realismo só veio acontecer anos depois, quando a popularidade do MMA cresceu e o esporte saiu de círculos restritos para o mainstream. Em homenagem ao UFC 134, que marca o retorno triunfal do evento ao Brasil, vamos lembrar da história desta franquia nos videogames. Sem mais enrolação, entre no ringue com o TechTudo e veja como tudo começou. OSS!

Entrando no octagon

O primeiro game a levar o nome Ultimate Fighting Championship para os videogames foi lançado no ano 2000 para Dreamcast, com conversões para PSOne e para o portátil Game Boy Color da Nintendo. Foi uma estréia de gala no console da Sega: com jogabilidade eficiente, gráficos impressionantes e realismo jamais visto, tinha golpes simples cujo impacto sacudia o jogador no sofá da sala.

No elenco estavam 22 lutadores, alguns bem conhecidos até hoje, como Matt Hughes, Tito Ortiz e Chuck Lidell; além de outros gigantes que deixaram saudade, como Bas Rutten. A presença de lutadores reais em um videogame já não era novidade – Mike Tyson já havia sido chefão de Punch Out décadas antes – mas pela primeira vez um game era baseado inteiramente no elenco de um evento licenciado.

Dois anos depois ocorreu o lançamento de UFC Tapout para o primeiro Xbox. Este game contava com feras do calibre de Frank Shamrock, que chegou a lutar no Brasil no UFC de 1998. O jogo trazia sequências de golpes realistas e ganhou bons reviews, garantindo que UFC Tapout 2 fosse lançado no ano seguinte, sem muitas novidades: o sistema de combos era basicamente o mesmo, o elenco tinha 35 lutadores, mas havia a possibilidade de criar seu atleta graças ao editor de personagens presente no game.

Esporte de massa

O problema das primeiras representações do UFC nos videogames é que, embora Dreamcast e Xbox fossem bons consoles, eles não eram exatamente populares – assim, o game ficava restrito a um público menor. Isto mudou quando UFC: Throwdown foi lançado para o PS2 e Gamecube em 2002. Como o console da Sony foi o videogame mais vendido da geração passada, o game conseguiu atingir uma parcela maior de jogadores.Além dos lutadores de sempre, o game trouxe uma série de personagens secretos bizarros, como o careca Dana White (presidente do UFC), o locutor Bruce Buffer e até o árbitro brasileiro Mario Yamasaki.

A carreira da franquia no PS2 terminou de forma melancólica em 2004, com o lançamento de UFC Sudden Impact que, embora apresentasse um ritmo mais frenético que seu antecessor, foi alvo de duras críticas. Apesar de incluir novas possibilidades ao combate (como colocar seu oponente contra a grade), o jogo não agradou: os gráficos mal acabados eram um péssimo cartão de visitas, e a série – que não apresentava inovações significativas desde o primeiro jogo lançado para o Dreamcast – mostrava claros sinais de desgaste.

Para aguentar mais um round nos videogames, a franquia precisava se reinventar, do contrário, seria finalizada mais rapidamente do que os oponentes do Royce Gracie no primeiro UFC.

O grande retorno

Com a popularidade da marca em baixa, o UFC ficou longe dos videogames por cinco anos. Porém, se tem uma coisa que o dono da marca sabe fazer é ganhar dinheiro: Dana White procurou a EA Sports, maior desenvolvedora de games esportivos do mundo, e propôs um retorno da franquia nos consoles da nova geração. Os chefões da EA deram os ombros, e o promoter levou o seu projeto para outras companhias, acabando por fechar contrato com a THQ, famosa pelas adaptações de luta livre para os videogames.

A desenvolvedora Yuke ficou responsável pelo jogo, e fez bonito: deixando de lado o padrão que havia sido estabelecido desde o começo da década, a fabricante conseguiu criar uma jogabilidade intuitiva, que funcionava para trocação, submissões e arremessos, tanto em pé quanto no chão. Ataque e defesa fluíam com naturalidade graças ao bom uso dos dois direcionais analógicos presentes no PS3 e Xbox 360. Os estilos dos atletas estavam bem representados e os gráficos eram um show à parte, fazendo com que UFC Undisputed 2009 fosse um grande sucesso.

As categorias de peso dos atletas passaram a ser respeitadas, já que nos jogos anteriores, todas as disputas eram Open Weight, gerando confrontos de gosto duvidoso. O elenco também teve mudanças significativas, trazendo lutadores clássicos, competidores em ascensão e também jovens promessas.

Além do modo exibição, também havia possibilidade de criar e treinar um atleta no modo carreira e participar de lutas clássicas que reviviam a história do evento. Para completar, o modo on line permitira disputas entre jogadores de qualquer parte do mundo.

Com o sucesso da empreitada, a continuação não demorou a chegar: logo após o lançamento de Undisputed, a THQ anunciou a versão 2010, prometendo uma série de aprimoramentos. A promessa foi cumprida, e as lutas ficaram ainda mais emocionantes. Graficamente o game não teve melhorias significativas, mas o jogo deu um show de licenciamento, trazendo inclusive vídeos em alta resolução de lutas históricas.

Enquanto isso, a EA Sports curtiu uma dor de cotovelo por ter desprezado esta mina de ouro e lançou seu próprio game de MMA, utilizando controles semelhantes aos da aclamada série de boxe Fight Night. Não deu certo: os comandos eram truncados e os atletas – tirando algumas exceções, como Fedor Emelianenko - eram menos conhecidos que os presentes no game da concorrente, fazendo que a THQ ganhasse a guerra por nocaute.

Undisputed tinha tudo para virar uma franquia anual como os games de futebol FIFA e PES, mas 2011 chegou e não se falou de um novo game. Ou melhor, não se falou de um novo game de luta, já que os consoles receberam em junho UFC Personal Trainer, um game de fitness diferente em que o jogador usava o próprio corpo como controle, tendo que executar os golpes que aprendia com as feras do esporte. Este game teve versões para Wii e PS3, mas UFC Personal Trainer brilhava de fato no Xbox 360, graças ao periférico Kinect, que captura os movimentos do jogador.

UFC Personal Trainer

O futuro

O próximo lançamento da série está previsto para janeiro de 2012: UFC Undisputed 3, que promete ainda mais mudanças e refinamentos na jogabilidade: segundo a desenvolvedora Yuke, o sistema de submissão será reimaginado; haverá uma opção de controles simplificados para jogadores novatos; novas animações de entrada de lutadores e nocautes; duas novas categorias de peso (pena e galo), que correspondem a divisões do WEC, evento que foi comprado pelo UFC, além de 150 personagens – com certeza, uma seleção de lutadores que deixaria qualquer Marvel Versus Capcom com inveja.

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