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Artes marciais: entenda as opções e escolha sua favorita

Artes marciais: entenda as opções e escolha sua favorita

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:33

Você sonha em se tornar o próximo Anderson Silva? Está afim de perder peso ou, simplesmente, espantar o tédio durante as tardes? As artes marciais ajudam a conquistar todos estes objetivos, cada uma à sua maneira. Para quem não curte ficar horas na esteira olhando para a parede ou puxar peso em repetições intermináveis, existem muitas opções: boxe, jiu-jítsu, judô, caratê (a lista é grande)...

Com a popularização do MMA (sigla em inglês para Artes Marciais Mistas), que tem em Anderson, campeão dos pesos médios desde 2006, o maior ídolo, a prática se dissipou pelas academias brasileiras. “MMA é uma transição entre todas as modalidades de luta”, explica Márcio Cromado, de 38 anos, mestre em Luta Livre e fundador da academia Renovação Fight Team, no Rio de Janeiro.

Judô para aprender respeito O primeiro contato de Márcio com artes marciais foi com o judô, arte que ele considera primordial para a formação do indivíduo. “Eu acho o judô um esporte perfeito para o jovem porque é necessário ter sempre muito respeito. Você pede licença para entrar e sair do tatame”, explica. Mas Cromado faz questão de ressaltar: “o esporte, em geral, é absolutamente benéfico, ele ensina a perder e a ganhar, o que nessa fase é sempre muito difícil de aprender”. No judô, os lutadores seguram o quimono do oponente e tentam projetá-lo para o chão. Durante a disputa, os pontos vão se acumulando de acordo com a perfeição na execução dos arremessos e, quando no solo, das imobilizações e finalizações. Já no jiu-jítsu, a maior parte do combate acontece no chão, como explica Thiago Adam, 21, faixa marrom e professor da academia Infinity Fight Club, em São Paulo. “Grande parte do jiu-jitsu é composta, principalmente, de posições no solo. É uma série de alavancas, chaves e posições que visam imobilizar o adversário, fazendo-o desistir”. Neste ponto, a diferença entre jiu-jítsu e judô se dá nas partes do corpo nas quais podem ocorrer a imobilização. No judô, isso se restringe à articulação do braço, com relação à chave, e ao pescoço, no caso de um estrangulamento. No jiu-jítsu, o leque de opções para estes tipos de golpes é muito maior,  no judô há mais alternativas de projeção do adversário.

Jiu-jítsu para quem é inseguro na escola Por ser especialmente recomendada para a defesa pessoal, o jiu-jítsu acabou ganhando má fama há alguns anos, sendo estigmatizado como luta de valentões, mas Adam garante que a situação mudou. “Hoje, o perfil das pessoas que aprendem é muito mais alguém que quer aliviar o stress da escola, faculdade ou trabalho”. Mas, então, quem procurar o jiu-jítsu? “Em geral, são dois perfis: aquele que é inseguro na escola e quer ganhar mais autoconfiança, e jovens que querem perder peso e ganhar massa muscular”, explica o professor. Um dos benefícios do jiu-jítsu é a preponderância da técnica sobre a força, o que faz da luta também uma boa pedida para os mais magros. “É comum ver um lutador mais franzino vencer alguém bem mais forte e pesado. É muito mais técnica do que força”, diz. Para os que têm medo de machucar a orelha por causa da luta, Adam dá a dica: “quem tem a orelha muito machucada é porque não está fazendo direito”. Segundo o instrutor, isso costuma acontecer quando a pessoa utiliza mais força do que o necessário, o que é mais comum em lutas profissionais. “Quem vem para aprender, treinar, pode ficar tranquilo, sua orelha ficará intacta”, garante.

Caratê para formação humana O caratê, por outro lado, foca principalmente em golpes traumáticos dados em pé, e a distância entre os oponentes é maior do que nas duas anteriores. Mas mais do que isso, acaba sendo uma arte que visa a formação do indivíduo. “O objetivo principal é a formação do caráter e da personalidade da pessoa. Melhora muito a disciplina, a concentração e o respeito”, explica José Humberto, 54, mestre na academia Shotokan, em Cuiabá. A ideia é dar ensinamentos para que se viva em harmonia com a sociedade. “Não visa somente o treinamento de socos e pontapés, mas sim apresentar um caminho para a pessoa se tornar uma pessoa melhor”, esclarece Guimarães. O próprio mestre garante ser um exemplo do poder transformador da arte marcial. “Eu era muito briguento e comecei a treinar porque tinha entrado em uma briga com um garoto forte, estava com medo de revanche. Mas depois que comecei a fazer aulas, nunca mais entrei em uma briga”, garante.

Boxe para aliviar o stress Longe do oriente e dos princípios das artes marciais de origem nipônica está o boxe, categoria criada na Inglaterra, no início do século 19. “O boxe usa apenas as mãos e estimula bastante tanto a parte aeróbica quanto física”, explica Júnior Alcântara, instrutor do Centro de Lutas Ryan Gracie, em São Paulo. No boxe, vence quem conseguir nocautear o adversário ou, caso não seja possível, aquele que deferir mais golpes certeiros da cintura para cima e, assim, acumular mais pontos. Muitas vezes evitado por conta de possíveis traumas no nariz, Alcântara revela que esse tipo de trauma é algo pouco usual. “Hoje a técnica está bastante apurada, há uma preocupação grande em não causar ferimentos graves durante os treinamentos. Se acontece algo, como machucar o nariz, por exemplo, é um acidente de trabalho, isso não é corriqueiro”, afirma. Sucesso nos filme de Hollywood, a modalidade foi retratada em diversos filmes que se tornaram clássicos como os da série “Rocky”, “Hurricane – O furacão”, “Menina de Ouro” e “Ali”. “Quando chega alguém muito decidido e compenetrado na academia, dizendo ‘quero fazer boxe’, em 80% dos casos é porque viram algum filme sobre o assunto”, diz Alcântara.

  Para os que querem seguir os passos do curitibano Anderson Silva, a opção é o boxe tailandês, mais conhecido como muay thai. “A luta acontece primordialmente de pé e, diferentemente do boxe tradicional, é composta também de chutes e golpes dados com joelho, canela e cotovelo”, explica Jetron Amaral, 28, professor da academia Universidade da Luta, em Curitiba. Silva é especialista na arte, ajudando a divulgá-la pelos quatro cantos do mundo. “Com certeza boa parte dos que nos procuram é por causa dele (Anderson Silva)”, diz Amaral. Mas não é apenas de futuros profissionais que é feito o grupo de adeptos da arte marcial. “Muitos buscam como uma alternativa para a musculação”, revela o professor.

Apesar das características únicas de cada modalidade de luta, todos os envolvidos com este tipo de esporte concordam em um ponto: lutar é benéfico tanto para autodefesa, quanto para o espírito, funcionando muitas vezes como terapia para enfrentar possíveis problemas e complicações do cotidiano. “Depois da luta, você sai muito mais calmo, realmente aliviado. O problema é que é viciante!” brinca Thiago Adam.

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