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Aula de sexo com demonstração ao vivo. Como assim?

Aula de sexo com demonstração ao vivo. Como assim?

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:49

Discutir sexo em sala de aula é uma iniciativa que ganha cada vez mais o apoio de especialistas em educação. Mas que tal uma aula prática sexo em sala de aula? Foi o que aconteceu na Universidade Northwestern de Chicago, nos Estados Unidos. A sessão de sexo ao vivo em que um casal utilizou um vibrador diante de um auditório cheio de alunos foi impulsionada pelo professor de psicologia J. Michael Bailey.

Segundo informações da agência EFE, o professor convidou seus alunos para ficar após o horário para presenciar uma demonstração prática opcional sobre o orgasmo feminino em um contexto de masoquismo, fetichismo e dominação. Com mais de 100 estudantes no auditório, uma voluntária tirou a roupa, se enrolou em uma toalha e permitiu que seu namorado utilizasse um vibrador para que ela atingisse o orgasmo.

Em uma entrevista ao jornal Chicago Tribune, o professor Bailey se mostrou revoltado pelo fato de os membros da faculdade, pais de alunos e meios de comunicação terem se referido à sua aula como um escândalo. "Gosto de influenciar meus alunos e, para eles, foi muito interessante", disse o professor.

Segundo a professora Jane Felipe, da Faculdade de Educação da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (Ufrgs), a sexualidade deve ser abordada nas instituições de ensino, mas sempre com limites e respeito. "O principal objetivo da escola e ampliar o conhecimento. Partindo desse princípio, qualquer dúvida ou curiosidade que o aluno tenha é passível de ser amplamente discutida. Os professores devem abordar, é claro, com algum cuidado, porque este assunto ainda é um tabu e muitas famílias podem achar absurdo".

A professora defende que as instituições devem chamar os pais e explicar sobre a importância de se discutir o tema em sala de aula. "A escola tem que ter uma sensibilidade, deve tratar o assunto com cuidado, com respeito às famílias", afirma.

De acordo com a estudiosa, os professores precisam estar preparados para discutir o tema. "Na realidade brasileira, a sexualidade só é trabalhada pelo viés da preservação, das doenças, da morte. Não se discute o sexo como prazer. Nas escolas não existe projeto que dê conta de abordar esse tema, que está presente na vida dos alunos".

Jane Felipe acredita que, assim como os pais, muitos professores sentem-se constrangidos em falar sobre sexo. "A gente se depara com a falta de preparo do docente, que muitas vezes prefere não abordar o tema quando ele surge porque acha que deve se ater apenas as suas especificidades, como um professor de matemática que ensina somente os cálculos", diz. "É preciso uma política pública de formação, independente do nível que o professor vai atuar, que disponibilize conteúdos sobre a sexualidade e a forma como eles podem ser abordados".

Para a psicóloga Marilene Proença, professora do Instituo de Psicologia da Universidade de São Paulo (USP), a orientação sexual nas escolas não passa por "aulas de sexo", e sim por trabalhar as questões de gênero, a relação afetiva, a homofobia, entre outros temas. "Hoje o Brasil tem, por meio dos Parâmetros Curriculares Nacionais, a orientação sexual como um tema transversal na educação básica. Já construímos as diretrizes sobre como realizar um trabalho dentro das escolas a partir de princípios elaborados por especialistas", afirma.

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