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Autor de quadrinho usado no Enem fala sobre a prova

Autor de quadrinho usado no Enem fala sobre a prova

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:23

A redação do Enem 2011 pediu que os candidatos argumentassem sobre o tema "viver em redes no século 21: limites entre o público e o privado". O conteúdo de referência incluiu duas reportagens e uma tira em quadrinhos do cartunista André Dahmer, que também publica tiras do personagem "Rei Emir" no G1. "Não sei qual foi a pergunta e a proposta de redação, mas eu próprio não sei se tiraria dez", disse.

O artista afirmou que frequentemente recebe mensagens de professores avisando-o que estão usando suas tiras em provas. "Não tem problema nenhum, mas alguns alunos às vezes me mandam as provas por e-mail e acho as perguntas difíceis para mim", disse.

Dahmer não sabia que uma de suas cairia no Enem, mas disse que sempre libera o uso das tiras para fins educativos e não lucrativos.

Segundo ele, o tema é “muito atual, resta saber se [os candidatos] estão esclarecidos o suficiente para entender o que está acontecendo”. Dahmer disse acreditar que "a sociologia não acompanha a tecnologia". Para ele, essa é a discussão que precisa ser feita.

"Daqui a cinco anos vamos começar a discutir o que está acontecendo hoje, e daqui a cinco anos a tecnologia já será diferente."

Geração dos anos 10

A tirinha usada pelo MEC no Enem 2011 faz parte da série “Quadrinhos dos anos 10”, idealizada pelo cartunista em dezembro de 2009 e publicada até hoje.

Ele explicou ao G1 que as pessoas entre 20 e 30 anos pertencem hoje à geração dos anos 10, do início do século 21, e a série – que em breve será compilada em um livro pela editora Barba Negra – aborda questões contemporâneas sobre a sociedade do conhecimento, da informação e das contradições. “O mundo é impar no momento em que estamos vivendo porque ainda temos um bilhão de pessoas vivendo com menos de um dólar por dia, e ao mesmo tempo temos toda essa tecnologia”, afirmou.

Dahmer disse que se o volume de informação disponível no mundo hoje não se traduz automaticamente em conhecimento. “A velocidade é tão grande que fica tudo muito raso, muito resumido, as pessoas acham que sabem”, disse ele.

Além de debater, por meio da arte, a questão da tecnologia na sociedade hoje, o trabalho do cartunista de 36 anos é também um produto das redes. Ele começou aos 25 anos publicando em um blog tiras feitas para seus amigos sem remuneração. Hoje, suas séries são reproduzidas uma vez por semana no G1 e diariamente nos jornais impressos “O Globo” e “Folha de S. Paulo”. Na internet, ele ainda mantém seu site e é seguido por mais de 43 mil pessoas no Twitter.

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