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Blogueira de moda adolescente ganha seu próprio longa-metragem

Blogueira de moda adolescente ganha seu próprio longa-metragem

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:33

Em uma recente noite de sexta-feira, Bebe Zeva, a blogueira de moda adolescente, jornalista e modelo residente em Las Vegas, estava jantando no restaurante Lodge com um grupo de colaboradores de 20 e poucos anos para a revista online Thought Catalog.

“Gosto de me concentrar na beleza do que estou comendo”, disse Zeva. Ela havia mudado de um sorvete vegano de coco e amêndoas para um bife. Em um minivestido preto, meias pretas, uma fina capa em preto e azul marinho metálico e um desajeitado chapéu preto, com dezenas de correntes douradas e prateadas penduradas no pescoço, ela parecia uma miniatura morena de Stevie Nicks.

“Não saia de casa a menos que pareça que está indo a um funeral”, foi a regra de estilo de Zeva para o fim de semana, que ela estava passando na companhia do jornalista de jogos eletrônicos Leigh Alexander. Zeva chama esse estilo de Cyber Gótico. Quando alguém na mesa perguntou a Zeva sua idade (ela recentemente fez 18 anos), o romancista e poeta Tao Lin disse: “Para mim, ela parece mais ter 12 anos. Mas parece um gênio”.

Zeva estava na cidade para a estreia do longa metragem 'Bebe Zeva’, produzido por Lin e Megan Boyle, que o vendem por meio de seu site, mdmafims.org. (Foi apresentado também em Houston esta primavera).

Em janeiro, Zeva apareceu na revista Seventeen, dispensando consultoria de estilo. Depois foi nomeada jurada na feira WWD Magic, que ocorrerá em sua cidade natal em agosto. Em 1º de abril, o blog da Elle perguntou se “Zeva é a nova Tavi?”, referindo-se a Tavi Gevinson, garota de 15 anos que se tornou figurinha marcada na Semana de Moda de Nova York após começar seu blog aos 11 anos de sua casa em Illinois. Lin ajudou a escalar Zeva como Audrey, uma ingênua, em um filme adaptado planejado de seu romance 'Shoplifting From American Apparel’.

Tudo isso veio naturalmente a Zeva, que discute os contornos de sua 'carreira’ com uma adorável indiferença. Ela nasceu em 1993 em Miami Beach.

'Bebe’ foi um apelido dado quando sua irmã, Rachel, não conseguia pronunciar seu nome verdadeiro, o qual ela não revela publicamente. 'Zeva’ deriva de uma palavra hebraica que significa 'loba’ e ela o adotou como nome artístico por insistência de sua mãe para não usar seu nome verdadeiro ao entrar no MySpace. (Por Zeva não usar seu nome de batismo publicamente, ela disse que pretende mudar legalmente seu nome para Bebe Zeva num futuro próximo).

Ela se mudou com a mãe e a irmã para Springfield, Massachusetts, aos 6 anos de idade. Ficaram lá por cinco anos, mudaram-se para St. Louis por um ano antes de ir a Las Vegas, onde mora em um apartamento em Strip.

O senso evoluído de elegância de Zeva nasceu em um período de alienação que sofreu durante o ensino médio, onde se viu rodeada de colegas aos quais se refere como 'viventes’ – aqueles cujas vidas são definidas por “Deus, softball e o subúrbio”. “Usava jeans largos e camisetas com gola apertadas, no estilo da Hollister e da Abercrombie até o segundo semestre do meu primeiro ano”, Zeva escreveu em um e-mail após a noite no Lodge, “quando tomei a decisão consciente de seguir o estilo de vida hipster”.

Foi nessa época, lembra Zeva, que ela passou por um período de “implacáveis” pesquisas no Google sobre a palavra 'hipster’. Na internet, ela conheceu o fotógrafo de festas Mark, the Cobra Snake, e o blog Hipster Runoff, cujo autor adota o nome Carles. Ambos os homens tornaram-se algo como mentores.

O primeiro gosto da fama veio para Zeva por meio de um modelo de camiseta para a Hipster Runoff.

“Eu devo minha carreira a ele”, disse ela sobre Carles sem nenhuma ironia, com quem ela começou a se corresponder pelo MySpace, após sua mãe dar seu consentimento. O blog seguiu para tornar Zeva uma “garota da moda alternativa”. Mas sua crescente fama na internet não levou à popularidade na escola.

“Fui rejeitada pela 'turma alternativa’ na escola, ou pelo menos presumo por sua recusa coletiva de ao menos olhar para mim, então decidi me tornar uma neo-hippie”, ela escreveu. “Usei saias até o tornozelo, faixas horizontais de cabelo, conjuntos de colares e andei descalça. Carregava livros de Abbie Hoffman como apoio”.

No verão de 2008, ela mudou para golas em V chamativas, calças coloridas, jeans skinny e bandanas metálicas. A vida entre os 'viventes’ logo trouxe o que Zeva define como “um caso severo de depressão”, durante o qual ela “usou os mesmos moletons Sarah Lawrence com calças jeans skinny de lavagem escura Abercrombie & Fitch e mocassins Target” por meses.

Ela teve sua separação definitiva com a conformidade suburbana e os 'viventes’ transferindo-se para o ensino médio virtual online. Ela criou um perfil no Lookbook.nu, site de fotografias de moda gerado por usuários que – junto com seu blog, Fated to Be Hated, título dado por sua impopularidade no colegial e por críticos de seu blog que a acusaram de trair a estética hipster para “ser popular” – levou-a a ser conhecida por revistas como a Seventeen e a Elle e convenceu Lin e Boyle que ela poderia ser um tema valioso para seu documentário.

O primeiro contato de Zeva e Lin aconteceu em outubro de 2009, quando Zeva, que estivera lendo e apreciando o 'Shoplifting From American Apparel’, adquiriu no eBay uma sessão de mensagens instantâneas com o romancista.

“Quais são suas ambições de vida?”, Lin perguntou durante a troca que surgiu.

“Acho que minhas ambições envolvem 'provar a muitas pessoas que estão erradas’, ser 'extremamente importante’ e 'bem conhecida’”, escreveu Zeva.

A fama continua central para as ambições de Zeva. Ela espera seguir uma carreira em “moda, jornalismo e sociologia”. No outono, ela cursará um semestre na Universidade de Nevada, em Las Vegas, porém espera ser transferida em breve para o Instituto Pratt, Parsons, o Fashion Institute of Technology ou a Universidade de Nova York.

“Estou deixando meu coração aqui e voltarei para buscá-lo”, disse ela no Lodge.

Após o jantar, as pessoas estavam escolhendo entre duas festas para irem, uma de amigos músicos de Alexander em Bushwick e outra nos escritórios da Verso Books, em Dumbo, para a qual Lin foi convidado.

“Qual festa terá pessoas mais importantes?”, perguntou Zeva. “A Verso publica o Slavoy Zizek”, disse Lin.

Zeva é admiradora do filósofo esloveno. “Ele estará lá?”, perguntou ela.

“Provavelmente não”, disse Lin.

A turma chamou táxis e foram a Bushwick. Terminaram a noite no apartamento de Alexander, nas proximidades. No domingo, o dia do lançamento de 'Bebe Zeva’, Zeva estava sentada no Gimme! Coffee, na Lorimer Street, no Brooklyn, onde 'Kids’, do grupo MGMT, estava tocando nas caixas de som, para o desprazer de Zeva. “Esperava ouvir isso no subúrbio, mas não no Brooklyn”, disse ela.

De lá, ela atravessou a Williamsburg Bridge para o Soho House, no distrito dos frigoríficos. No caminho, ela discutiu a inevitabilidade do clichê na moda.

“Ninguém consegue deixar de ser clichê”, disse ela. “Comecei como clichê, mimada e desde então circulei por uma série de outros clichês. Agora estou tentando criar um novo clichê para a próxima geração imitar”.

Ela estava vestida no estilo Cyber Gótico, igual ao que estava vestindo na noite de sexta-feira. Ela pegou sua capa, pois um cone de trânsito estava bloqueando um buraco. No Papaya Dog, na Sexta Avenida, no West Village, ela comprou asas de frango para levar ao lançamento.

“Entrar na estreia comendo asas é perfeito para a minha marca pessoal”, disse ela.

Via MSN

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