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"Caçadores de corações": Milhares de solteiros por aí

"Caçadores de corações": Milhares de solteiros por aí

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:31

Pode ser por opção ou por falta dela, mas as grandes cidades do Brasil estão cheias de solteiros. Segundo dados do Censo do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas) de 2010, o número de pessoas que não dividem o teto com mais ninguém aumentou quase o dobro nos últimos dez anos. São quase 7 milhões vivendo sozinhos em todo o país. O número equivale a 12,2% do total de 200 milhões de brasileiros. Em 2000, eram pouco mais que 4 milhões de pessoas nessa situação.

O território de São Paulo ganha disparado dos outros em quantidade de solteiros. Enquanto no Estado do Rio de Janeiro são 816 mil, e em Minas Gerais, 783 mil; existe 1,5 milhão de paulistas "sozinhos", sendo que um terço desse total se concentra na capital paulista, segundo o IBGE.

Não há como negar que a correria do dia a dia dá um "empurrãozinho" na tendência à vida solitária. Segundo o psicólogo Ângelo Monesi, do Instituto Brasileiro de Sexualidade, sozinho "você faz suas escolhas" e não precisa "prestar contas".

- Em uma relação a dois, você precisa estar disposto a reformar seus vícios, pensar em suas atitudes, deixar tudo explicadinho para o outro. Há uma perda do espaço, da individualidade, liberdade. O mundo moderno está sofrendo com uma involução nos relacionamentos. As pessoas tornaram-se mais egoístas. O Roberto Justus, por exemplo, já disse que gosta de ser casado desde que não divida o banheiro, cada um precisa ter o seu.

Um dos exemplos dessa nova maneira de ver a vida, de acordo com Monesi, é o fato de que uma em quatro mulheres não quer ter filhos, ou seja, é um reflexo da sociedade "focada no individual".

- A própria história do "ficar" já é uma etapa para onde estão caminhando os relacionamentos atuais. Conceitos estabelecidos pela sociedade já estão caindo por terra, como por exemplo, o casamento. O que deve acontecer para o futuro é cada um ter sua casa, casamentos abertos com a liberdade de cada um sair com outros, desde que combinado antes com o parceiro.

Busca pelo amor perfeito

Apesar da tendência moderna descrita por Monesi, não é difícil encontrar em uma cidade como São Paulo gente que vive em busca de um grande amor, "perfeito e para toda a vida". É com essas pessoas que a psicóloga Eliete Martielo lida no dia a dia. Depois de anos ouvindo as reclamações de seus pacientes no consultório, ela resolveu abrir uma empresa para oferecer o serviço de hurthunter, ou seja, caçadora de corações.

Seus clientes, segundo ela, são todos homens bem-sucedidos profissionalmente que não conseguem encontrar as mulheres que tanto buscam. Para auxiliá-los, Eliete faz um levantamento do perfil da pessoa que pede para buscar aquela que se "casaria" com que tem "a ver" para o seu cliente.

- Dia desses, um rapaz baixinho, gordinho, veio logo me dizendo que buscava uma mulata de 1,90 m, magra, malhada. Eu perguntei para ele: "você atrai esse tipo de mulher na rua? Por que você acha que eu vou encontrar?" Eu trabalho com a realidade de cada pessoa. Depois, eu penso em alguém que eu conheça para apresentar a esse rapaz.

Segundo Eliete, a ideia da "caçadora de corações" veio com a reclamação das pessoas das agências de relacionamento.

- Nesses locais, quase 75% das pessoas não se satisfaziam porque eles não fazem uma avaliação do que dará certo para aquela pessoa. Eles apenas buscam alguém da maneira que o outro está querendo. Já apresentei casais que estão casados até hoje, inclusive meu vizinho.

Para aqueles que querem se "arriscar" no casamento, Monesi dá uma dica que, segundo ele, é para lá de preciosa.

- Se você quer ser feliz, não se case. Se você quer fazer alguém feliz, case-se. Se os dois acordarem juntos na cama e pensarem desta maneira, o casamento estará de pé.

Quantidade de solteiros

Uma pesquisa recente realizada pelo instituto Data Popular mostra que o total de pessoas que prefere viver sem uma companhia fixa chega a 47,1 milhões (36,6% da população brasileira). E esse grupo deve mover, neste ano, uma fatia importante da economia: R$ 418,7 bilhões.

Em uma conta simples, esse valor é equivalente a 13% de todas as riquezas geradas no país no ano passado - o PIB (Produto Interno Bruto), de R$ 3,143 trilhões. São 8,1 milhões de pessoas maiores de 18 anos. Em média, esses homens e mulheres ganham entre R$ 1.400,04 e R$ 1.992,63, na faixa etária de 25 anos, e de R$ 2.200,85 a R$ 6.834,75, no caso dos solteiros de 45.

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