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Continuem correndo

Continuem correndo

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:27

Um tema presente ao longo de todo o capítulo doze da Carta aos Hebreus é PERSEVERANÇA. Os cristãos judeus que receberam essa carta estavam ficando cansados e queriam desistir, mas o autor estimula-os a continuar avançando em sua vida cristã. Ele ressalta recursos divinos que estimulam o cristão a perseverar em meio às dificuldades.

Na primeira parte do versículo um ensina a olhar ao redor e ver os vencedores: "Portanto, também nós, uma vez que estamos rodeados por tão grande nuvem de testemunhas..." (v.1a). A grande nuvem de testemunhas são os mártires que servem de exemplo para nós. Não são espectadores, são os heróis da fé que estão listados em Hebreus capítulo 11. Os exemplos do passado servem para nos dar esperança, "pois tudo quanto outrora foi escrito para o nosso ensino foi escrito, a vim de que pela paciência e pela consolação das Escrituras, tenhamos esperança" (Rm 15.4)

A segunda parte do versículo um ensina a olhar para si mesmo: "livremo-nos de tudo o que nos atrapalha e do pecado que nos envolve, e corramos com perseverança a corrida que nos é proposta..." (v.1b). O autor da carta faz referência aos atletas que treinavam com peso extra, como o exemplo dos jogadores de baseball que treinam com um bastão bem mais pesado que o oficial. O problema é que, no caso, o peso é o pecado. Quais são os embaraços que devemos remover para correr? Devemos remover tudo o que nos atrapalha.

Ensina principalmente a olhar para Jesus Cristo: "tendo os olhos fitos em Jesus, autor e consumador da nossa fé. Ele, pela alegria que lhe fora proposta, suportou a cruz, desprezando a vergonha, e assentou-se à direita do trono de Deus. Pensem bem naquele que suportou tal oposição dos pecadores contra si mesmo, para que vocês não se cansem nem se desanimem. Na luta contra o pecado, vocês ainda não resistiram até o ponto de derramar o próprio sangue" (vv.2-4).

Olhar significa "confiar". Ele suportou a cruz, a vergonha, o sofrimento, a oposição, e a rejeição por amor a nós. Suportou tudo isso por causa da "alegria que lhe fora proposta" que incluía sua consumação, ressurreição, exaltação e principalmente a salvação dos perdidos. Nós não derramamos sangue (v. 4)... Ele sim!

A palavra chave dos versículos cinco até o treze é CORREÇÃO (disciplina, amor). Quando sofremos é fácil pensarmos que Deus não nos ama mais. Por isso o autor nos dá três provas que a correção vem do coração amoroso de Deus.

Primeiro, através das Escrituras. Os versículos 5 e 6 trata-se de uma citação de Provérbios 3.11,12: "Vocês se esqueceram da palavra de ânimo que ele lhes dirige como a filhos: "Meu filho, não despreze a disciplina do Senhor, nem se magoe com a sua repreensão, pois o Senhor disciplina a quem ama, e castiga todo aquele a quem aceita como filho" (vv.5,6).

Era uma exortação; motivá-los a relembrarem o amor de Deus através de sua Palavra. Pelo fato de se esquecerem da Palavra de Deus, perderam o ânimo e estavam prestes a desistir. A correção é prova do amor do Pai por nós; e as Escrituras falam disso.

Segundo através da experiência pessoal: "Suportem as dificuldades, recebendo-as como disciplina; Deus os trata como filhos. Pois, qual o filho que não é disciplinado por seu pai? Se vocês não são disciplinados, e a disciplina é para todos os filhos, então vocês não são filhos legítimos, mas sim ilegítimos. Além disso, tínhamos pais humanos que nos disciplinavam, e nós os respeitávamos. Quanto mais devemos submeter-nos ao Pai dos espíritos, para assim vivermos! Nossos pais nos disciplinavam por curto período, segundo lhes parecia melhor; mas Deus nos disciplina para o nosso bem, para que participemos da sua santidade. (vv. 7-10).

Todos nós temos ou tivemos pais (experiência familiar). Pai só corrige filho, seu filho, nunca o do vizinho. Todos os filhos verdadeiros de Deus recebem sua correção.

Terceiro através dos resultados abençoados: "Nenhuma disciplina parece ser motivo de alegria no momento, mas sim de tristeza. Mais tarde, porém, produz fruto de justiça e paz para aqueles que por ela foram exercitados. Portanto, fortaleçam as mãos enfraquecidas e os joelhos vacilantes. Façam caminhos retos para os seus pés, para que o manco não se desvie, mas antes seja curado" (vv. 11-13).

No momento que a disciplina é aplicada ela não é agradável nem para o filho e nem para o pai. O Nosso Pai não tem prazer algum em disciplinar os filhos, mas os benefícios posteriores tornam a correção uma prova de seu amor. Quais são os benefícios? Fruto... (frutificamos em Deus); Fruto pacífico... (temos paz em vez de guerra... cessa a rebelião); Fruto de justiça... (deixamos de pecar).

Qual é nosso alvo nessa corrida? Pra que estamos correndo? Estamos correndo para vivermos em paz com todos, vivermos em santidade, para nos encontrarmos com Deus na chegada.

O autor da carta agora chama a atenção de seus leitores para o passado. É necessário olhar para trás e observarmos o exemplo negativo de Esaú: "Esforcem-se para viver em paz com todos e para serem santos; sem santidade ninguém verá o Senhor. Cuidem que ninguém se exclua da graça de Deus. Que nenhuma raiz de amargura brote e cause perturbação, contaminando a muitos. Não haja nenhum imoral ou profano, como Esaú, que por uma única refeição vendeu os seus direitos de herança como filho mais velho. Como vocês sabem, posteriormente, quando quis herdar a bênção, foi rejeitado; e não teve como alterar a sua decisão, embora buscasse a bênção com lágrimas." (vv. 14-17).

Esaú abriu mão da graça, da bênção da primogenitura por um prazer momentâneo. Ele era filho de Isaque, mas foi considerado um "profano" (uma pessoa comum que vive para o mundo e não para Deus)... "fora do templo". A graça de Deus não falha, mas nós podemos deixar de depender dessa graça, se vivermos das coisas secundárias.

Devemos olhar para o alto, para a glória da cidade celestial: "Vocês não chegaram ao monte que se podia tocar, e que estava em chamas, nem às trevas, à escuridão e à tempestade, ao soar da trombeta e ao som de palavras tais, que os ouvintes rogaram que nada mais lhes fosse dito; pois não podiam suportar o que lhes estava sendo ordenado: ‘Até um animal, se tocar no monte, deve ser apedrejado’. O espetáculo era tão terrível que até Moisés disse: ‘Estou apavorado e trêmulo!’ Mas vocês chegaram ao monte Sião, à Jerusalém celestial, à cidade do Deus vivo. Chegaram aos milhares de milhares de anjos em alegre reunião, à igreja dos primogênitos, cujos nomes estão escritos nos céus. Vocês chegaram a Deus, juiz de todos os homens, aos espíritos dos justos aperfeiçoados, a Jesus, mediador de uma nova aliança, e ao sangue aspergido, que fala melhor do que o sangue de Abel" (vv. 18-24).

"Vocês não chegaram ao monte que se podia tocar"... o Monte Sinai... não estivemos lá, quando as Leis foram entregues; mas, chegamos no "MONTE SIÃO, à Jerusalém celestial"! É para lá que todos da Galeria da Fé olharam. É para lá que devemos olhar. Os cidadãos dessa cidade são: os anjos; a igreja (os primogênitos – título de dignidade); o próprio Deus e também os santos do Antigo Testamento, "os espíritos dos justos aperfeiçoados" em Cristo; e Jesus, o Mediador. Quando os dias ficam sombrios e temos dificuldade em perseverar, devemos olhar para o alto e contemplar as glórias do céu.

Recebemos o Reino Inabalável: "Portanto, já que estamos recebendo um Reino inabalável, sejamos agradecidos e, assim, adoremos a Deus de modo aceitável, com reverência e temor, pois o nosso ‘Deus é fogo consumidor!’ " (vv. 28,29). O que devemos fazer enquanto vivemos neste mundo agitado? Ouvir a Palavra de Deus e obedecer a ela. Continuar correndo com perseverança. Continuar esperando a volta de Jesus!

Por Pr. Anderson Guarnieri

(Baseado no Comentário Bíblico Expositivo de W. W. Wiersbe - Vol. 06, p.417)

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