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Escola deve formar estudante para o amor e a beleza, diz sociólogo

Escola deve formar estudante para o amor e a beleza, diz sociólogo

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:42

Em tempos de violência nas escolas e nas universidades, o professor e sociólogo italiano Domenico de Masi diz que a escola deve formar para o amor e a beleza. Ele acredita que é preciso educar não só para o trabalho, mas também para a vida. De Masi está em São Paulo para participar da feira internacional de educação Educar 2011, no Centro de Exposições Imigrantes. Ele fez palestras na sexta-feira (20) e sábado (21).

Pensador-celebridade, Domenico de Masi é pop, gosta do assédio e adora uma polêmica. O pensador diz que muitas escolas estão formando pessoas tristes.

"Se a escola forma só para o trabalho, que ocupa um décimo das nossas vidas, forma para a tristeza, porque o ser humano não vive só para o trabalho. Ele vive também para o estudo, para a aprendizagem, para as amizades, para o amor e para a beleza", conta o pensador Domenico de Masi.

Como tornar a escola mais atraente? "Uma escola atraente é uma escola onde o tempo inteiro se joga, se estuda e se trabalha, tudo ao mesmo tempo. Ou seja, uma escola com muito ócio criativo", explica De Masi.

"O ócio criativo" é o título do livro de Domenico de maior sucesso no Brasil. Em 300 páginas, ele diz que, além de trabalho e estudo, é preciso tempo livre para estimular a criatividade, a inovação que move o mundo de hoje. Ele mesmo, que já passou dos 70 anos, é puro entusiasmo diante das novidades, como as redes sociais na internet, que compara à invenção da escrita.

"Primeiro, a educação era de poucos para poucos. Depois, de poucos para muitos. Agora, com as redes sociais e as enciclopédias na internet, a educação é de muitos para muitos. Mas a internet não pode ser uma mania. É um instrumento que potencializa todos os outros instrumentos", afirma Domenico de Masi.

Professor da Universidade la Sapienza, de Roma, uma das mais antigas do mundo, Domenico fala sobre o que é fundamental para garantir o bom trabalho do mestre.

"O salário não é o principal fator. Os principais fatores são a cultura e a paixão. Mas o governo não deve aproveitar a paixão do professor para pagar pouco", diz o italiano.

Da terra de Leonardo da Vinci, que dizia "Pobre do aluno que não supera o mestre", Domenico defende investimento forte na escola pública para ver nascer grandes talentos. "A inteligência não está só na classe rica, ela também está na classe pobre. A escola pública é indispensável para desenvolver a inteligência popular. Não creio que todos sejam Mozart, Beethoven, Dante Alighieri, mas acredito que, dentre tantos, alguns se destacarão", afirma o pensador.

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