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'Escolha da carreira deve ser feita com o coração', diz atriz global

'Escolha da carreira deve ser feita com o coração', diz atriz global

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:29

Muito além do sucesso como a exuberante Desirée, de "Ti ti ti", que lhe valeu o prêmio de atriz revelação do ano passado, ou da boa repercussão no papel da elegante Vicentina, de "Cordel Encantado", a paraibana Mayana Neiva, de 28 anos, entende o que se passa na cabeça dos estudantes que têm dúvidas sobre que carreira escolher na inscrição do vestibular.

Mayana é formada em dramaturgia pela Universidade de São Francisco, nos Estados Unidos, e em letras (com ênfase em filosofia) pela PUC de São Paulo. Mas, no que dependesse da vontade do pai, a musa da novela das seis seria hoje advogada ou promotora. "Fiz três anos de direito na Universidade Federal da Paraíba", conta Mayana. "Cheguei a fazer estágio em advocacia até que um dia descobri que aquilo não era para mim."

O sonho de Mayana, quando menina, era ser astrofísica. Adorava ciências, lia obras de famosos pesquisadores do espaço como Carl Sagan e Stephen Hawking e se sentia conectada com o mundo dos astros.Mayana aprendeu como transitar no universo do conhecimento, mexendo com arte, teatro, literatura, filosofia, ciências e física. Na adolescência, ela descobriu a paixão pela dramaturgia ao fazer intercâmbio nos Estados Unidos. Mas passou ainda pelo direito e letras até se firmar como atriz e, agora, escritora de livros infantis. Em entrevista ao G1, Mayana dá a dica para os vestibulandos que ainda estão em dúvida: "O mais importante é sentir o coração".

Como foi esta experiência para você?

Mayana Neiva - Eu sei bem o que é isso. Eu fiz direito na UFPB. Tinha voltado dos Estados Unidos onde cursei dramaturgia na Universidade de São Francisco. Mas meu pai me falou que ser atriz no Brasil não dá certo, é preciso ter uma profissão "direita". Eu achava interessante a Justiça, gostava de observar o trabalho de um promotor, que é parecido com trabalho do ator. Então fiz dois vestibulares, primeiro para direito e depois para letras.

Em que momento você descobriu que direito não era o que você queria?

Durante a universidade fui descobrindo um monte de coisa que não tinha a ver comigo. Não me identificava com a postura das pessoas do direito civil e do direito constitucional. O direito tributário foi acabando comigo. Na minha sala via colegas animados copiando as aulas de direito financeiro, processo civil, processo penal. Fiz estágio e descobri que não era aquilo que eu queria. Eu tinha um sonho de justiça. Vi que entre o meu sonho e a realidade havia muita diferença. A Justiça brasileira tem muita burocracia. No fundo eu sabia que coração pulsava por outras coisas. Estava difícil continuar em direito.

Quando você descobriu que seu coração pulsava pelo teatro?

Foi quando fui fazer intercâmbio nos Estados Unidos aos 15 anos. Foi a primeira vez que fiz teatro na minha vida. Foi uma experiência de educação muito interessante. Eu tinha aula de literatura com uma professora da Checoslováquia que lecionava em inglês. A gente estudava literatura de uma forma viva, lia livros de todos os países de língua inglesa, como África do Sul, Austrália, Inglaterra. Até literatura aborígene australiana a gente estudou.  Ao estudar cada livro a gente fazia a comida daquele país e estudava outros aspectos da cultura. Quando vi povo no teatro transformando texto em coisa viva e sentindo emoções legais eu fiquei louca. Ali eu sabia que queria ser atriz, mas a coragem só veio depois (risos).

Você também gostava de astrofísica. Por que não tentou seguir esta carreira?

Eu sempre gostei de astrofísica. Desde criança eu queria ser cientista. Ganhei prêmio de física quando estudei nos Estados Unidos. Lá fiz uma teoria para a camada de ozônio que funcionava como espelhos côncavos, parte refratário e parte refletido. Lia muito Stephen Hawking, Carl Seagan e me interessava parte lúdica da física. Mas depois que descobri o teatro, deixei a astrofísica de lado.

O que você diria ao estudante que vai escolher sua profissão?

O mais importante é sentir o coração. É ele que vai se sustentar. Temos no Brasil a cultura reducionista de que a pessoa tem que ganhar dinheiro. Tem que ter muito amor. O amor é o que faz a sua vida.

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