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Fera skatista diz que quer mudar a cara do skate feminino

Fera skatista diz que quer mudar a cara do skate feminino

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:25

Líder do ranking mundial de skate profissional feminino pelo segundo ano consecutivo na categoria street, Letícia Bufoni, 18 anos, segue a "remadas" largas para se tornar a maior skatista brasileira de todos os tempos. E não é para menos. Logo cedo, ainda no Brasil, ela passou da simples diversão pelas ruas de São Paulo para títulos em campeonatos nacionais até ser convidada a participar do X Games. Isso aos 14 anos de idade. Daí em diante, não parou mais. Faturou o primeiro lugar no Maloof Money Cup, respeitada competição internacional disputada na Califórnia, colocou as mãos em uma boa bonificação, conseguiu patrocínios e não voltou mais dos EUA.

Hoje, morando em Los Angeles, Letícia deixa claro que sente falta do Brasil – em especial, da família e amigos – e visita as terras tupiniquins sempre que pode. Porém, ela acredita que para progredir ainda mais com o "carrinho" nos pés e seguir em alto nível nas etapas do circuito mundial (World Cup Skateboarding) é preciso treinar no berço do esporte. Quando questionada sobre qual o seu principal objetivo nesse universo, ela idealiza: "Mudar a cara do skate feminino, que as meninas se vistam e andem como mulheres".

Em entrevista ao iG Jovem, a ariana Letícia relembra situações de preconceitos por ser uma menina andando de skate, fala sobre a sua outra paixão, o futebol – sim, ela também é habilidosa nas quatro linhas – e desmistifica uma campanha publicitária em que aparece dando uma manobra de vestido e sapato salto alto. Confira:

O que te motivou a andar de skate?

Letícia Bufoni: Comecei a andar nas ruas com meus amigos por diversão. Após um tempo, eu fiquei sabendo que tinha um cara chamado Anderson Pig que estava dando aulas de skate perto da minha casa e então comecei a praticar com ele. Aí, logo depois, ele começou a me levar na antiga pista da Central Surf Plasma, que ficava localizada em um shopping na zona leste de São Paulo, para treinar. Nunca mais parei de andar.

E como vieram os títulos?

Letícia Bufoni: Meus primeiros três ou quatro anos de skate foram correndo campeonatos todos os finais de semana pelo Brasil. Ganhei muitos títulos no nosso país. Aí em 2007 eu fui convidada para participar dos X Games e fui para Los Angeles pela primeira vez com meu pai. Isso aos 14 anos. Acabei me dando bem com patrocínios e prolonguei a viagem por mais seis meses. Depois disso voltei para o Brasil. Passados três meses, eu vim para Los Angeles novamente. Fique até hoje, treinando e competindo. No ano passado, por exemplo, das seis etapas do Mundial eu ganhei quatro e fiquei duas em segundo lugar. Faturei o Maloof Money Cup. Já esse ano, fui campeã de novo do ranking mundial de skate com vitórias na Itália, Bélgica e bons pódios na República Tcheca e no X Games, nos EUA.

Quem são os seus ídolos dentro do skate?

Letícia Bufoni: Meus skatistas favoritos são o Geoff Rowley, a Elissa Steamer e o Andrew Reynolds.

Qual o seu maior objetivo dentro do universo do skate?

Letícia Bufoni: Mudar a cara do skate feminino, que as meninas se vistam e andem como mulheres.

Sente preconceito por ser uma menina andando de skate?

Letícia Bufoni: Hoje em dia, não mais. Mas no começo eu passei por muitas situações de preconceito, principalmente da vizinhança. Me chamavam de lésbica, "Maria Homem", "Joãozinho", tudo o que é possível imaginar.

Seus pais aceitaram bem quando você disse que queria ser skatista?

Letícia Bufoni: No começo meu pai não gostou nada da história de me ver andando de skate no meio de um monte de meninos, mas, depois que foi ao primeiro campeonato comigo, ele viu que o skate não era aquilo o que ele imaginava. Daí começou a me apoiar muito. O apoio da minha família e amigos foi o que me fortaleceu no esporte.

E esse lance de ter feito uma manobra usando vestido e sapato salto alto? Foi difícil? Foi montagem?

Letícia Bufoni: Na real? . Eu fiz mesmo só com o vestido e na edição a publicidade colocou o salto alto. É impossível fazer manobras de salto alto (risos).

Você é vaidosa?

Letícia Bufoni: Acho que sim (risos).

E nas horas vagas, o que você gosta de fazer?

Letícia Bufoni: Adoro andar de moto, tocar instrumentos, jogar bola e sair com os amigos.

Jogar bola? Qual time você torce?

Letícia Bufoni: Adoro jogar futebol! Joguei bastante antes de andar de skate como profissional. Sou corintiana!

E se não fosse skatista, o que você gostaria de ser?

Letícia Bufoni: Jogadora de futebol (risos).

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