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Jordan Romero, o garoto de 13 anos no desafio do monte Everest

Jordan Romero, o garoto de 13 anos no desafio do monte Everest

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:24

Para muitos garotos de 13 anos, o caminho para se tornar um homem envolve conseguir o primeiro emprego, fazer a barba ou descobrir como é estar com uma garota. Mas para Jordan Romero, a questão é tentar ser a pessoa mais jovem do mundo a alcançar o pico do Monte Everest. No último sábado, ele partiu do acampamento base com seu pai, Paul Romero, que estava acompanhado da namorada e companheira de escaladas Karen Lunfgren. "Isso não foi idéia minha; é ele [Jordan] que tem me dado inspiração e motivação para levar isso adiante", escreveu Paul, num recente email enviado do acampamento base. "Jordan está arrastando a gente para escalar os maiores picos do mundo e nós somos apenas facilitadores de seu desejo".

A tentativa de Jordan de escalar as maiores montanhas de cada um dos sete continentes, particularmente o Everest, tem estimulado um debate fervorosa na comunidade montanhista e fora dela. Qual o limite entre "jovem" e "jovem demais"? Um garoto de 13 anos tem a maturidade física e emocional para se aventurar na altitude extrema?

Ainda assim, o Team Jordan, originário de Big Bear, Califórnia (EUA), já escalou cinco dos sete picos pretendidos durante os últimos três anos, começando pelo Kilimanjaro (5.894m) na África, o Elbrus (5.641m) na Europa e o Kosciusko (2.228m) na Austrália. Se Jordan, que mede 1,78m e pesa 72,5kg, chegar ao topo do Everest (8.849 m), só vai faltar escalar o Maciço de Vinson (4.897m), na Antártida, e ele terá conquistado um feito que apenas 200 pessoas na história realizaram.

"Tenho sonhado em estar no topo do mundo desde que eu era uma criancinha", escreveu Jordan, num email enviado do acampamento base (5.181m), pouco antes de deixá-lo, no sábado. "Não sinto que eu esteja apressando as coisas. Apenas aconteceu de o Everest vir agora e eu ter 13 anos, mas não acho que a idade importe tanto".

Outros adolescentes já estiverem na crista do Everest e completaram os Sete Picos. Em janeiro, Johnny Collinson, 17 anos, de Utah (EUA), tornou-se o mais jovem a alcançar o feito. Jordan pensava em chegar ao topo nesta sexta, mas na terça ele foi atrasado por ventos fortes num acampamento avançado, a 6.492m, adiando sua tentativa para domingo.

Enquanto alguns na comunidade científica e montanhista se preocupam com os efeitos da altitude severa no corpo dos mais jovens, não há evidências conclusivas de que um adolescente corra mais riscos de sofrer Mal Agudo das Montanhas, uma síndrome potencialmente fatal que pode atingir alpinistas em lugares extremamente elevados.

"A afirmação mais decente sobre os efeitos da altitude em alguém de 13 anos é que não sabemos o que esperar disso", afirma o Dr. Mikhail Kazachkov, especializado em pneumologia pediátrica no Maimônides Infants and Children’s Hospital, em Nova York (EUA). "Mas, a julgar pela compleição física adulta de Jordan e toda sua preparação, podemos imaginar que ele se sairá tão bem quanto um adulto no Everest – embora o estresse emocional seja uma história totalmente diferente".

Um estudo do Instituto Nacional de Saúde Mental dos EUA, que usou ressonância magnética e imagens em 3D, descobriu que durante a adolescência o cérebro ainda está desenvolvendo áreas que afetam o autocontrole, tomadas de decisão, emoções e comportamento em situação de risco.

"Jordan é um adolescente fisicamente forte, mais ou menos como uma Ferrari inacabada – muita potência, mas sem freios ou estabilidade na aceleração", explica Dr. Michael Bradley, autor do livro "When things get crazy with your teen" ("Quando seu adolescente sai do controle", em tradução livre).

Lá no alto, com botas de neve nos pés e a apenas 800 metros do pico, manter o foco será fundamental para Jordan. Descer pode ser mais arriscado ainda. "Estou feliz por estar fazendo algo grande", escreveu ele antes de partir para a montanha. "Se eu não estivesse sentado aqui no acampamento base, estaria numa sala de aula aprendendo análise sintática".

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