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Jovens atletas trocam competições por espetáculos de circo

Jovens atletas trocam competições por espetáculos de circo

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:33

Equipamentos, lona, maquiagem, figurino, música e arte podem sim, ter alguma relação com esporte. Basta pensar em algo que use o corpo como forma de exercício e expressão. O circo pode não ser uma competição, mas usa o esporte na forma mais pura de arte. O " Zona de Impacto " foi até o nordeste brasileiro acompanhar um momento na vida do terceiro maior circo do mundo e o maior em atividade na America latina. Os atletas do Circo Tihany não pretendem vencer um oponente, mas desafiam a gravidade e radicalizam na adrenalina ( assista ao vídeo acima ).

- Nós somos uma família muito grande, porque somos 180 pessoas morando juntos, então é uma comunidade que sempre estamos untos fazendo festa, comemorando aniversário. Eu comecei no trampolim, depois fui para o malabares, trapézio - disse Juan Valencia, diretor artístico do circo que em 50 anos de existência já passou por 40 países, entretendo mais de 80 milhões de espectadores.

O primeiro circo que se tem notícia surgiu na época do império romano e as atrações da época eram as corridas de charrete e os gladiadores. No século XXI essa atração que encanta crianças e adultos se modernizou, e se tornou comum atletas abandonarem as competições para brilharem no picadeiro. Apesar das mudanças, o convívio entre os artistas não foi alterado e o circo continua formando famílias.

- Antes de trabalhar em circo, eu dava aulas de caratê e fazia um pouco de ginástica também. No esporte é preciso ter uma boa condição física. Praticar um esporte ajuda muito no circo - disse Eduardo Romero, acrobata.

Na estrada em direção a Natal, no Rio Grande do Norte, o grupo itinerante enfrenta obstáculos, como buracos, chuvas e atolamentos, mas nada que tire o bom-humor da trupe. Uma equipe de aproximadamente 160 pessoas começa a montagem da lona duas semanas antes da estreia do espetáculo.

- Nós (artistas) temos que mostrar como eles devem fazer as coisas. Nós também montamos o que tem a ver com o nosso trabalho, porque é nossa responsabilidade. É nossa vida que está lá em cima - explicou Henry Ayala Jr., palhaço e equilibrista do espetáculo. Além de entreter o público com brincadeiras, ele também se arrisca na corda bamba juntamente com seu pai e irmão, a nove metros do chão, sem cabos de segurança. Especialmente para o programa, o artista radicalizou e caminhou sobre o arame de sustentação da lona principal, que tem 27 metros de altura, sem equipamentos de segurança e com os olhos vendados.

Desde que foi fundado por Fraz Czeisler em 1954, o Circo Tihany prosperou devido a grande renovação de números. O artista húngaro chegou no Brasil por volta de 1952 e trabalhou durante cinco anos no Circo Garcia e logo depois montou seu próprio espetáculo. Com uma nova filosofia de trabalho, Czeisler contava com mais funcionários por trás do palco, como cenógrafos e coreógrafos, do que na frente.

Apesar de ter sido criado em terras brasileiras, a trupe do Tihany conta apenas com um artista brasileiro, o mágico Romano Garcia Filho.

- Eu sou da família Garcia, eu praticamente nasci em circo. Na época da recessão, no final do mandato do (Fernando) Henrique Cardoso, o Tihany saiu do Brasil e foi para Porto Rico e para a América Central. O Circo de México também saiu na hora, mas nós ficamos, sempre com aquele intuito: o ano que vem vai melhorar. Não melhorou, e o seu Tihany sempre me chamou para trabalhar aqui. Então aproveitei esse fechamento do Garcia e vim para cá - disse Romano.

O Circo Tihany viajou o mundo, mas aos 95 anos de idade, Fraz Czeisler retorna ao Brasil para realizar uma turnê pela América Latina. A temporada serve para o húngaro matar as saudades do país que o ajudou em sua trajetória de sucesso.

- O último sonho dele é o que nós estamos fazendo agora, que é essa turnê aqui no Brasil principalmente, porque o sonho dele é morrer aqui - revelou o mágico. 

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