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Jovens em prol do meio ambiente

Jovens em prol do meio ambiente

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:39

Em meados de 2010, um grupo de alunos do Colégio Franciscano Nossa Senhora do Carmo, de São Paulo, se uniu para conscientizar os colegas da escola e a vizinhança do bairro sobre o descarte de óleo de cozinha. O objetivo era reduzir a poluição causada pelo óleo despejado na pia. "Fizemos uma divulgação muito grande, espalhamos cartazes pela escola e fomos para a rua conscientizar a população", explica Gabriel Abdala, do 3º ano do Ensino Médio.

Os alunos montaram postos de coleta, encaminharam as doações para uma ONG de Sorocaba e, dessa maneira, evitaram o descarte errado do produto. "A primeira pergunta que fizemos aos colegas e vizinhos foi o que eles faziam com o óleo. A maioria nem sabia que era errado jogar na pia", conta o aluno. O engajamento foi tamanho, tanto dos alunos quanto dos moradores da Vila Alpina, que no início de 2011 o sabão produzido a partir do óleo coletado pelo FransCarmo passou a ser enviado para Santana do Parnaíba, e hoje ajuda na renda de 15 famílias carentes do local. "As famílias formam uma cooperativa que vende sabão em pó e em barra para complementar a renda e ter uma situação mais digna", conta Gabriel.

Embora o projeto tenha nascido na escola e com o apoio da Pastoral, o aluno garante que ele não vale nota, e que os participantes se envolveram porque se preocupam genuinamente com o meio ambiente. "É um trabalho totalmente voluntário", afirma.

Coletividade

A união dos alunos em prol da causa ambiental pode parecer um contra-senso em uma época em que até mesmo as ações engajadas são feitas de maneira individual, seja fechando a torneira ou separando o lixo em casa. Mas Gabriel e os colegas do Colégio Nossa Senhora do Carmo não são os únicos a formarem um grupo articulado. Enquanto alguns trazem a responsabilidade ambiental apenas para o cotidiano, outros jovens se reúnem em grupos para ir além promovendo a educação ambiental e reivindicando mudanças na legislação. Thiago Moraes, de 24 anos, participa da Rede da Juventude pelo Meio Ambiente - Rejuma e do Coletivo Jovem Caipira, que desenvolve trabalhos, principalmente, de conscientização ambiental.

Ele conta, com orgulho, que graças à união de pessoas com o mesmo ideal, estados como Bahia e Amapá instituíram políticas de meio ambiente, e que uma das mais recentes vitórias dessas articulações foi a Marcha da Liberdade. "A gente conseguiu, através de uma desobediência civil pacífica e organizada, fazer fronte aos mandos e desmandos ditatoriais do jurídico brasileiro", comemora.

Mobilização de jovens

Mas, embora assuma ser naturalmente inquieto com questões sócio-ambientais, Thiago considera uma missão ora desafiadora mobilizar mais jovens em prol da causa. "É um grande desafio despertar no jovem um interesse por questões coletivas, mesmo quando os jovens em questão já participam [dos coletivos]", conta, referindo-se aos que se afastam das reuniões e manifestações quando entram no mercado de trabalho.

Se envolver faz bem

Apesar das dificuldades, dedicar parte das horas vagas a um coletivo, ONG ou associação é estimulante. "A esperança de uma transformação local e global e de um planeta mais justo é o que me motiva", diz Jairo Adrian, de 25 anos, que duas vezes por semana dá aulas de surf e educação ambiental pelo projeto Ecosurfi. "É gratificante quando um aluno de quatro anos de idade fala com uma propriedade bacana sobre problemas do meio ambiente", diz. Nas aulas, os professores do Ecosurfi ensinam alunos de todas as idades de Itanhaém (SP) a surfar, mas não só. "Questões referentes a consumo, lixo marinho, sustentabilidade e princípios ecológicos são explicadas aos alunos de maneira teórica e prática", explica o educador ambiental Bruno Pinheiro, de 25 anos.

Além de benéfico para o meio ambiente, defender uma causa faz bem também para o jovem engajado. “Não há como não amadurecer quando você vê a situação do planeta”, diz Gabriel, cuja motivação serve de incentivo para todos os jovens. “Tento impor para mim que a gente tem que sair do cotidiano, parar de aceitar que as coisas são como são e ponto”, explica. “A gente não tem que olhar para as coisas com normalidade”.  

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