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Matrícula de calouros da USP é marcada por trote 'família'

Matrícula de calouros da USP é marcada por trote 'família'

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:56

O primeiro dia de matrícula dos calouros da Universidade de São Paulo (USP) nesta segunda-feira (14) foi marcado pelo trote 'família'. Muitos calouros foram acompanhados dos pais nos eventos organizados pelas faculdades e participaram dos trotes com total consentimento.

Na Faculdade de Medicina, os calouros não foram pintados nem tiveram o cabelo cortado. Na Escola Politécnica (Poli), a festa foi organizada pelos veteranos, mas cada detalhe foi discutido em reuniões com a direção da faculdade. A bebida alcoólica no espaço do evento foi proibida. "Só tem água e refrigerante", disse Taís Devittz, de 20 anos, vice-presidente da Atlética da Poli, que está no terceiro ano do curso de engenharia civil. Na Faculdade de Direito, no Largo São Francisco, os veteranos levaram os calouros para as ruas do Centro de São Paulo para pedir dinheiro no famoso "pedágio". Houve consumo de bebidas alcoólicas.

Tiago Valdrighi, calouro de mecatrônica, foi à matrícula acompanhado da mãe, Lucy

A maior da USP, a festa da Poli foi organizada em um espaçoso gramado ao lado do prédio da administração da faculdade. Primeiro, os estudantes faziam a matrícula em um galpão organizado por funcionários. Assim que saíam do local, os jovens começavam a ser pintados e eram levados pelos veteranos à "arena" das brincadeiras. Aparentando timidez, alguns calouros olhavam a festa de longe.

Outros faziam questão de participar do "elefantinho" que levava até uma montanha de terra, onde tinham de sentar em ovos e levavam banho de farinha e leite condensado. Dali, iam para uma piscina, em que ficavam próximos uns dos outros e eram molhados pelos veteranos, que usavam mangueiras. Havia ainda o tradicional futebol de sabão. Os pais acompanhavam tudo de uma tenda montada para eles.

A advogada Lucy Valdrighi, de 47 anos, saiu de Piracicaba para acompanhar a matrícula e comemoração do filho Tiago Abrahão Valdrighi, de 19 anos, que entrou en engenharia mecatrônica. "Estou achando que está uma coisa saudável, que a gente fica meio apreensiva sobre o que ouve falar de trote. Está sendo uma coisa descontraída, divertida", disse.

"Assim que saiu a lista, viemos conhecer tudo aqui, ajeitar tudo. Fico preocupada, mas acho que vai ser tranquilo. Ela curte, é bem aberta", disse a supervisora de ensino Rosana Cristina Tofoli da Silva, de 45 anos, que acompanhava a filha, Mariana Tofoli da Silva, de 18 anos, que entrou em engenharia civil e vai se mudar de Limeira, no interior de São Paulo, para a capital.

Sabão

O futebol de sabão também ocorreu na Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade da Universidade de São Paulo (FEA-USP) e era montado na Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (FAU) por volta do meio-dia.

Na FAU, a cerveja fazia parte da festa, mas só para quem queria, segundo integrantes da Atlética, que vendiam kits para os bichos, com revistas, trena, chinelo e outros objetos. "Nunca teve problema. Não obrigamos a tomar. Toma quem quiser", disse o tesoureiro da Atlética, Douglas Hernandes, de 20 anos, que é aluno do quarto ano de arquitetura.

A caloura Bruna de Ranieri Cavani Ferramenta, de 20 anos, fez a matrícula acompanhada dos pais, Ana Maria de Ranieri Cavani, de 54 anos, e do engenheiro mecânico Rubens Rossi Ferramenta, de 54 anos. "Quis acompanhar tudo de perto", disse Ana Maria.

Na FEA-USP, a festa foi acompanhada por pais e professores. "Fomos incumbidos de ajudar no controle, para evitar excessos e garantir a segurança. Só participa quem quer", disse o professor Marcos Cortez Campomar, que assistia calouros servindo de passarela para "bixetes".

Os jovens eram recebidos com tinta, eram molhados com mangueiras e tinham de fazer brincadeiras comandadas pelos veterenos. "O objetivo não é humilhar, é fazer com que se interessem e queiram se integrar", disse estudante do segundo ano de administração Débora Holschauer, que participa do centro acadêmico.

O grupo de alunos de relações internacionais também brincava atrás do prédio da FEA. "Está legal, divertido. Vim com meu pai e depois ele foi embora", disse Augusto Malaman, de 18 anos.

Por: Fernanda Nogueira. Colaborou Vanessa Fajardo

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