Ir para a Disney hoje é trivial. Os teens já dispõem de facilidades até para conhecer lugares exóticos
De acordo com estudos, duas décadas atrás o jovem passava férias no exterior pela primeira vez aos 18 anos. Atualmente, a média de idade baixou para 13. Nunca houve tantas agências com excursões destinadas à faixa etária que vai dos 12 aos 21 anos. Por essas e outras, viajar tornou-se o grande sonho de consumo do adolescente brasileiro. De preferência sem os pais. E de preferência para o exterior.
O que significa viajar sozinho? Nos dias de hoje, é uma espécie de ritual de passagem para a maturidade. "No Brasil, onde todos se ressentem da falta de segurança, grande parte dos adolescentes de classe média não pega ônibus, não vai ao banco nem sequer lida com cartão de crédito", analisa a psicanalista Magdalena Ramos, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo. "Eles passam a vivenciar todas essas experiências no exterior, além de várias outras, e voltam, inegavelmente, mudados." É também um exercício de sociabilidade. "Eu era do tipo que, se falavam o meu nome em voz alta na sala de aula, ficava roxa de vergonha", diz Marcela Gomes, paulistana de 17 anos. "Quando você está em outro país, sozinha, precisa se comunicar e acaba fazendo amizade mais fácil." Marcela, apesar da pouca idade, já conhece Estados Unidos, Nova Zelândia, Inglaterra, Austrália, África do Sul, Indonésia, Ilhas Fiji e Espanha.
Essa é outra novidade. Houve um tempo em que ir à Disney era uma conquista. Hoje é trivial. O quente é conhecer também outros lugares. Que não se assustem os pais imaginando seus pimpolhos enfrentando canibais em países exóticos. Já há agências de viagens especializadas em oferecer roteiros alternativos e seguros para um público jovem. O Student Travel Bureau, por exemplo, promove o programa Contiki, idealizado para quem quer aventura com o respaldo de um guia. Recentemente, a agência passou a comercializar pacotes para o Camboja e o Vietnã. A Nova Zelândia, meca dos esportes radicais, também está se tornando um hit da moçada. Para um adolescente, passar férias num lugar desses é garantia de sucesso na turma. Afinal, quem viaja se diverte duas vezes: quando passeia e na volta, quando conta o que fez.
O apelo da aventura é tão grande para a galera que possibilitou o surgimento de um novo gênero literário: o livro de viagens destinado ao adolescente. Esse tipo de literatura traz conselhos sobre albergues, como comer sem gastar muito dinheiro, além de contar histórias em geral um pouco glamourizadas sobre namoros e festas. Fazem mais sucesso aqueles cujos autores estão próximos da faixa etária de seu público-alvo. Ainda neste ano, Tiago Gomes de Oliveira, de 20 anos, deverá lançar sua obra, em que conta como deu a volta ao mundo. Natural de Novo Hamburgo, no Rio Grande do Sul, ele percorreu os cinco continentes passando por 452 cidades de trinta países em 348 dias. "É melhor fazer esse tipo de viagem quando se é jovem", filosofa. "Depois você pode construir sua vida com base nessas experiências." Os teens aplaudem e fazem coro.
Idade
A média de idade dos viajantes mirins que embarcam para a Disney em férias caiu de 12 para 9 anos na última década Maior público
Há dez anos, o público predominante em viagens internacionais era formado por jovens das classes A e B. Recentemente a classe C entrou na festa Viajante independente
Os mochileiros brasileiros têm entre 18 e 21 anos. Antes, a média era 23 anos Agências de viagens
Existem no Brasil cerca de 100 agências de viagens com programas especiais para adolescentes. Elas também dispõem de descontos em passagens aéreas e passes de trem Novos destinos
É crescente a procura de passagens para lugares como Austrália, Nova Zelândia, Leste Europeu e Ásia Postado por: Cristiano Bitencourt
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