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Muito além da lista do vestibular...

Muito além da lista do vestibular...

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:17

Entre os livros que serão exigidos no próximo vestibular da FUVEST, o que foi publicado mais recentemente saiu da prensa no ano de 1960. "Antologia Poética", de Vinícius de Moraes, é sem dúvida uma obra atemporal, com grande valor para a literatura brasileira, e precisa ser lida. Mas será que, de lá para cá, nada mais foi escrito que tenha importância na formação dos jovens – e que, talvez, possua mais identificação com o universo da geração do século XXI? "O Auto da Barca do Inferno", "Senhora" e boa parte desses clássicos têm uma narrativa lenta, que dificilmente seduz quem nasceu acessando a internet e sendo bombardeado por informações simultâneas - e a temática quase nunca empolga o público adolescente.

Claro que não dá para abdicar dos bons livros e só ler o rótulo do cereal. A leitura é uma ótima maneira de estimular a imaginação, assimilar informações com mais facilidade e aprender a escrever direitinho, por isso, não deve ser deixada de lado em nenhuma fase da vida. Mas, para ajudar quem anda meio frustrado com as aulas de literatura, consultamos gente que entende do assunto e reunimos dicas de livros que, além de serem cheios de conteúdo para as nossas cabecinhas, são tão legais que estão longe de causar aquela sonolência... Confira.

"O menino do pijama listrado", de John Boyne

"O livro atrai o interesse dos adolescentes pela história emocionante da amizade que se estabelece entre Bruno, um menino de nove anos, filho de um militar alemão que obedece diretamente às ordens de Hitler, e Shmuel, garoto preso no campo de concentração de Auschwitz. Os dois inicialmente não têm muita clareza da situação que vivem. Gradativamente, Bruno vai se dando conta de que sua família esconde mistérios, passa a desconfiar de que há algo de condenável além da cerca e aí ocorre um final surpreendente e chocante".

Izeti Fragata, coordenadora dos cursos de Português do Ensino Fundamental e Médio do Colégio Bandeirantes

"Ubik", de Philip K. Dick

"Philip K. Dick apresenta um mundo improvável e surreal, que estimula a sua própria criatividade. Quando você lê algo assim, acaba a leitura e continua imaginando outras histórias. E isso é fantástico. Como preciso escolher um livro, indico o último que eu li: ‘Ubik’."

Douglas Vieira, editor de cultura do MTV na Rua

"Fup", de Jim Dodge

"‘Fup’ é um livro divertido sobre coisas sérias, um livro sobre a vida que não exclui a morte, um poema que parece uma narrativa e uma narrativa que parece um poema, mas sem a chatice comum à maioria dos poemas. Nesse livro tudo é triste e alegre, tudo é lindo e horrível. ‘Fup’ pode ser lido com 8 ou 80 anos, e se a pessoa o ler o quanto antes vai perceber que é um livro que será lido e relido o resto da vida".

Joca Reiners Terron, escritor. Autor de "Do fundo do poço se vê a lua", "Não há nada lá" e "Sonho interrompido por guilhotina", entre outros

"Por um simples pedaço de cerâmica", de Linda Sue Park

"É um drama com doses de bom humor que se passa na China e mostra a vida difícil de um garoto muito perseverante nos obstáculos que tem que vencer. Muitos jovens têm tudo o que querem com facilidade, então, a história de ‘Por um simples pedaço de cerâmica’ é uma lição de determinação".

Marta Moura, bibliotecária da Escola Waldorf

"Épico", de Conor Kostick

"Esse livro trabalha com realidade virtual, temas filosóficos e valores morais. Ele conta a história de adolescentes cuja posição social é determinada pela posição em um jogo. O autor, Conor Kostick, é um irlandês que, além de ser professor de história medieval, criou um dos primeiros jogos de RPG a fazer sucesso mundial, o Treasure Trap, lançado em 1984".

Jairo José Batista Soares, professor de literatura do Colégio Integral

Quatro dicas do Cardoso, colunista da Oi FM:

"’Mãos de Cavalo’, de Daniel Galera (porque se passa em grande parte na adolescência da personagem principal, Hermano); "Sinuca embaixo D'água", de Carol Bensimon (fala sobre as maneiras com que um grupo de jovens lida com o luto após um deles morrer num acidente de carro); "Pilatos", do Carlos Heitor Cony (pela temática absurda e pelo formato fragmentado e dinâmico); e "Olhai os lírios do campo", do Érico Veríssimo (que apesar de ser um clássico, é extremamente fácil e cativante)".

E umas dicas do iG Jovem...

"Cabeça de Porco", de MV Bill, Celso Athayde, Luiz Eduardo Soares

Embora tenha sido lançado há algum tempo, o livro descreve muito bem a realidade dos jovens brasileiros ligados ao tráfico de drogas e à violência armada. O rapper MV Bill, o empresário Celso Athayde e o antropólogo Luiz Eduardo Soares viajaram o País em busca de boas (na verdade, terríveis) histórias de envolvimento com o crime. Não se trata, porém, de um compilado de biografias de meninos que entraram para o crime, e nem de longe o livro coloca esses personagens como santos. Mas também não os coloca na posição de vilões.

"Garota, Interrompida", de Susannah Kaysen

Na década de 60, Susannah Kaysen foi do terceiro ano do ensino médio para um hospital psiquiátrico. Depois de tomar um frasco de aspirinas e uma garrafa de vodca, ela é diagnosticada com transtorno de personalidade borderline e internada para tratamento. Certa de que não está louca e que o problema são seus pais e a mentalidade quadrada das pessoas lá fora, Susannah faz amizade com suas novas "vizinhas": uma garota anoréxica, uma sociopata e uma que sofre de pseudologia fantástica, ou seja, é mentirosa compulsiva. As memórias de Susannah Kaysen, hoje já reintegrada à sociedade, vão do questionamento ao tratamento aplicado a pacientes psiquiátricos à universal e por vezes dolorosa busca por si mesma, pela qual todo mundo passa na adolescência, em maior ou menor intensidade. O livro também virou filme, estrelado por Winona Ryder e Angelina Jolie.

"Fahrenheit 451", de Ray Bradbury

Em 1953, Ray Bradbury projetou uma sociedade proibida de ler livros. Aqueles que tivessem livros em casa eram denunciados por vizinhos, parentes e amigos e levados para a prisão. Os livros eram incendiados pelos bombeiros. Nessa sociedade do futuro, o normal era que cada um ficasse inerte com seus fones de ouvido ou curtisse em silêncio sua grande sala de paredes brancas nas quais os programas de TV eram projetados. Semelhanças com a vida contemporânea não são mera coincidência.

Por: Nathália Ilovatte

Fonte : IG

Postado por Juliana Simioni

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