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'Never say never' tenta mostrar que Bieber não é só produto

'Never say never' tenta mostrar que Bieber não é só produto

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:54

Há duas intenções bem claras por trás de "Never say never", filme que estreia nesta sexta-feira (25) no Brasil, com cópias dubladas e projeções em 3D.

A mais óbvia é fazer com que fãs saiam das sessões encharcadas de lágrimas e suor após 105 minutos de imagens de todos os tipos de Justin Bieber. Há close na garganta inflamada do cantor canadense, balançada de franja em câmera lenta, trechos em que faz a barba (?) e por aí vai.

O longa sobre o astro de 16 anos, no entanto, também tenta deixar claro que ele não é só um produto. O roteiro cobre dos vídeos com covers afinadinhos - postados no YouTube em 2007 - ao estrelato, simbolizado por show no cobiçado Madison Square Garden, em Nova York, em agosto passado.

Dirigido por Jon Chu ("Ela dança, eu danço 2" e "Ela dança, eu danço 3"), o longa começa com hits do YouTube protagonizados por pandas bebês, gatinhos fofos e tombos, que viviam a povoar o e-mail do empresário Scott Braun.

É a deixa para uma sequência com vídeos caseiros de Bieber cantando e tocando instrumentos (e uma cadeira), que fizeram com que ele fosse contratado por Braun, que está com ele até hoje.

Alguns dos destaques são "So sick", hit de Ne-yo, que mais impressionou o executivo; "Respect", canção R&B famosa com Aretha Franklin; e "3 A.M.", da banda de pop rock Matchbox Twenty. A interpretação dessa música fez com que Bieber ficasse em segundo lugar em um show de calouros em sua escola em Stratford, no Canadá, quando tinha 12 anos.

Depoimentos de fãs permeiam toda a sessão e fazem rir quem não tem idade para ser contagiado pela "febre Bieber". "Ele é muito mais legal do que meu irmão", explica uma garota. "Queria fazer sopa para você", oferece outra fã no Twitter, ao saber que o ídolo está doente. Durante o filme, Bieber aparenta curtir toda a paparicação. O roteiro mostra o Twitter como protagonista: o cantor se comunica com os fãs por meio dele.

No camarim de um show, ele ameaça em tom de brincadeira uma pessoa da equipe: "Eu vou raspar a cabeça. Diga: 'eu te amo, Justin'", diz, com uma máquina de barbear nas mãos. As partes que lembram um making of não escondem o fato de o cantor ser um jovem ainda se acostumando com a tal da Biebermania. E com a distância da família, principalmente mãe e avós maternos, com várias declarações sobre o sucesso do garoto em clima de "eu já sabia".

 Justin Bieber com o cantor e "padrinho" Usher em show no Madison Square Garden

"Me dá um mi", pede a professora de canto, para averiguar os danos nas cordas vocais do pupilo. Justin se recusa a cantar no tom pedido pela professora. "Não. Quero nugget", responde, sabendo que o médico havia receitado que não comesse frituras, por causa da inflamação em sua garganta. No fim, como em outros momentos de pirraça, cede.

Famosos dão aval à estrelinha

As participações no megashow em Nova York mostram que o garoto tem apoio da nata do R&B e da música teen. O jovem cantor Sean Kingston está em "Ennie minnie"; o grupo vocal americano Boyz II Men aparece em "U smile"; e Miley Cyrus é o reforço em "Overboard", com troca de carinhos mútua que pode deixar a atual namorada Selena Gomez ressabiada.

O ator Jadden Smith canta em "Never say never" e Ludacris rima em "Baby".

Usher, principal "padrinho" de Bieber e parceiro de palco em "Somebody to love", elogia bastante o garoto. La Reid, produtor de uma quilométrica lista de estrelas do hip hop e pop, afirma que pensava que Bieber era o "Macaulay Culkin da música", em alusão ao ator mirim. Depois, claro, mudou de ideia. As tomadas dos shows em 3D fazem valer o uso do recurso quando o rapaz olha para a câmera e estica a mão. Pode acreditar: muita garota vai esticar o bracinho de volta. A chuva de papel picado no final é outro destaque.

Além das idas ao médico por conta da agenda cheia e dos quatorze shows que fez com o pé quebrado, a parte de perrengues conta ainda com a fase em que o astro foi esnobado pelas gravadoras, até assinar com a Island Def Jam.

A peregrinação por rádios americanas tocando versões acústicas de músicas como "One time", primeiro hit da carreira, são mais uma tentativa de mostrar que o menino vai além dos retoques de estúdio feitos por produtores. Em estado bruto ou lapidado, as garotinhas em idade escolar suspiram do mesmo jeito.

Por: Braulio Lorentz

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