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Pequena menina, grande humana. A história de uma jovem anã

Pequena menina, grande humana. A história de uma jovem anã

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:43

Maria Rita Pottes, 17 anos, mede 1,25 m, mas a grandiosidade de suas convicções faz de um gigante nanico - o que não deixa de ser irônico, já que a jovem é anã. Sua baixa estatura é inversamente proporcional à segurança atualmente transmitida por ela própria em sua rotina. "Nunca pediria para não ter nanismo. Gosto de ser assim e não queria ser diferente", afirma. Em seu modo de ver, não há razão de se "estar revoltada" a toda hora, lamentando-se por imposições imutáveis. "Eu posso fazer tudo o que as outras pessoas podem. Não existem limitações, apenas conhecimento do próprio corpo e do limite. Isso vem de cada um, não é preciso ser anão para saber que tem certas limitações". Mas isso não foi sempre assim...

Na puberdade - a fase de transição, medo e novidades presente na vida dos altos ou baixos -, esta autoafirmação que hoje lhe é natural não fazia parte da personalidade de Maria Rita. "Quando estava entrando na adolescência, o nanismo me incomodou porque os garotos não me olhavam da mesma forma com que viam minhas amigas". "Mas foi só", deixa claro.

O que não quer dizer, no entanto, que a garota nunca tenha namorado sério. Muito pelo contrário: seu romance é digno de ser televisionado em rede nacional! Em 2006, alguns anos após ter conhecido certo rapaz (também anão) em um programa de televisão, manteve com ele uma relação de quatro meses. "Somos do mesmo meio de amigos. Meu pai já fez eventos com ele. Há uns dois ou três anos, o Tom Cavalcante fez a ‘Dança dos Gigantes’, no qual três casais com nanismo dançavam. Nos ensaios sempre nos encontrávamos [ela e o futuro namorado]. Começamos a namorar um tempo depois".

À beira da maioridade legal, a jovem diz ter superado qualquer ideia de tristeza que pudesse ser causada pela deficiência que a diferencia da maioria. Mesmo piadas e provocações - que ela garante não escutar em grande quantidade dentro de seus círculos sociais (escola, amigos, aulas de dança)  a pequena diz levar na "esportiva". "Meus amigos sempre me respeitaram. Quando surgem piadas, sempre levo na brincadeira. Quando acontece de pessoas estranhas, finjo que não ouvi. Nunca fico ofendida com nada disso". Ainda assim, ela mesma está ciente de que olhares curiosos costumam se virar para ela vez ou outra. "Eu vejo as pessoas olhando quando saio em lugares públicos, quando ando pela rua. Principalmente com meus pais. É normal, afinal somos diferentes".

Apoio familiar

Vem de sua família, aliás, todo o suporte que originou a segurança de Maria Rita. Como ela própria faz questão de salientar, seus progenitores  Hélio Pottes (1,32 m) e Kenia Pottes (1,25) [na foto] - sempre se mostraram muito presentes em sua vida e aberto a confidências e angústias, conversando frequentemente ao longo de seu processo de amadurecimento. "Eu falei bastante com meus pais. Eles sempre me disseram, desde pequena, que eu iria ser pequena e eu fui entendendo". Agora, somam-se ao suporte familiar as esperanças reservadas ao que vem por aí. "O que mais me motiva a seguir forte é o futuro. Saber que eu posso ser uma pessoa de sucesso, conquistar todos os meus desejos...", projeta a garota que pretende seguir os estudos em um curso universitário de Zootecnia.

Mas enquanto o amanhã não chega, o que Maria Rita faz para se divertir? Simples: o mesmo que todo o resto dos jovens. "Saio com os amigos, vou ao cinema, chamo eles para irem à minha casa. Vou à baladas sempre que posso, adoro dançar e ir para esses lugares movimentados". Segundo Maria Rita, companhia é o que não falta. "Ter nanismo nunca foi um empecilho para fazer amigos. Não dificulta nem um pouco".

Ou seja: anões são iguais a todos, ainda que com alguns centímetros a menos? Quase, lembra a jovem. "Nunca fui proibida de nada. Meus pais sempre me incentivaram a fazer tudo o que eu gostaria. Considero a minha vida igual a de muitos brasileiros. Normal eu não digo, afinal não são todas as famílias que tem uma casa de anões". "Temos sim algumas limitações: em parques de diversão infelizmente não são em todos os brinquedos que posso entrar por causa daquele limite de altura. Também não posso correr uma maratona".

Por: Bruno B. Soraggi

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