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Sem desespero para conquistar espaço na vida dele

Sem desespero para conquistar espaço na vida dele

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:21

Um dos maiores equívocos que tenho visto ser cometido por muitas mulheres é a urgência em oficializar a relação, e com isso tentar maiores garantias do quanto é amada e se sentir segura no novo vínculo. Acontece que essa urgência pode se tornar inimiga do casal uma vez que ela atropela etapas fundamentais que garantem a solidez do relacionamento.

Inúmeras são as mulheres que se queixam dos homens que fogem quando elas se declaram, que se distanciam quando elas tentam a todo custo se aproximar ou que rompem quando elas estavam apaixonadas. Não compreendem o que aconteceu já que tudo parecia ir tão bem, não percebem sua parcela de contribuição para o desfecho inesperado.

Chegam e-mails de moças que se consideram românticas e se surpreendem quando, ao demonstrar o que sentem, os homens finalizam a relação. Quando escrevem o que fazem fica bastante claro que não são verdadeiramente românticas como imaginam e sim, muitas vezes, invasivas, inseguras ou controladoras. Tentam a todo modo, ainda que não percebam suas atitudes, um espaço certo e seguro na vida do companheiro e se tornam consequentemente desinteressantes de se ter ao lado.

É preciso fazer uma volta ao passado e relembrar como acontece esse aspecto das relações desde o momento em que se nasce até a vida adulta.

Num primeiro momento (tudo correndo bem) os pais receberão seu desejado bebê e abrirão naturalmente para ele um espaço enorme em suas vidas, essa será a primeira experiência de entrar na vida de alguém, uma vivência de bastante onipotência.

Mais adiante, já tendo se tornado um ser de certa autonomia e vivendo no mundo com a percepção de que existe o EU e o OUTRO, cada um com sua própria personalidade e características, uma outra experiência acontecerá, que será a de troca, empatia, aceitação de diferenças e um ensaio de como deixar que entrem em sua vida, assim como conseguir entrar no mundo de uma outra pessoa.

À medida que esse sujeito cresce a dinâmica das relações se torna ainda mais complexa e novos fatores passam a interferir nesse processo. Estar na vida do outro será cada vez mais uma conquista e não algo já esperado, é uma conquista dentro de uma relação.

Muitas pessoas pararam na sua onipotência infantil e sem que percebam reproduzem essa primeira experiência assumindo que deverão ser aceitas e bem vindas facilmente sempre que assim considerarem correto. Não percebem que do lado de fora existe uma outra pessoa, com sentimentos próprios e com limites demarcados e que abrirá suas portas quando e se desejar. De nada adianta insistir para pertencer ao mundo do companheiro se ele mesmo não tiver esse desejo, se não for uma vontade mútua e se não souberem respeitar os limites entre a dupla.

Tanto uma mulher quanto um homem precisam entender que a entrada no mundo um do outro é um processo natural e espontâneo que não acontece com base na insistência. Dessa forma, o que se conquista é o distanciamento e a falta de interesse.

Alguém para ser interessante precisa saber seus limites, respeitar os do outro, se valorizar, ser cuidadoso, não invadir, abrir mão da tentativa de controlar o que o outro sente, transmitir segurança na própria vida, se apresentar como um ser à parte que deseja coexistir, ou seja existir na troca, em parceria e não fazendo do mundo do outro uma casa onde será acolhido e cuidado.

O espaço na vida de alguém é uma conquista e muitas vezes o mais óbvio e simples é o mais difícil de ser feito, como nesse caso onde é fundamental que se tenha uma clara percepção de que existe o OUTRO e não apenas alguém que será como você quer e espera (e vice-versa) e não apenas o seu desejo para ser atendido.

Fundamental que se deixe de lado a onipotência que faz o funcionamento infantil e que se assuma uma postura adulta de respeito e troca. O espaço virá no momento em que conseguirem encontrar ou construir uma relação onde os dois lados possam ser vistos, considerados e respeitados.

Por: Juliana Amaral

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