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Será que o problema são os outros?

Será que o problema são os outros?

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:11

Todo início de namoro vem acompanhado de esperança, desejos, expectativas, o casal acredita que nada dará errado, aposta no futuro e espera o melhor que estar por vir. 

Acontece que, infelizmente, nem sempre os desdobramentos são esses e o que parecia muito promissor desanda ou termina por uma ou diversas razões. Algumas são mais aceitáveis ou mais fáceis de lidar, enquanto outras podem ser traumatizantes e marcantes. 

Sempre que acontece um término, acontece também a decepção, mas existe um tipo de decepção que imagino ser, se não a pior, a mais sofrida, a decepção com o outro. Com o outro que não soube cuidar, não se preocupou, não preservou. Não estou falando quando o amor acaba, nesse ponto apesar da tristeza, não há o que fazer. Falo portanto, sobre o erro imaturo ou infantil, aquele que poderia ter sido evitado, aquele que traz junto o peso da desconsideração pela relação. Esse tipo de decepção é muito dolorida e difícil de aceitar. 

Certas pessoas, por um infortúnio, passam algumas vezes seguidamente por essa experiência. Não vamos avaliar aqui a razão para que isso aconteça, elas podem estar tanto no outro quanto na própria pessoa, em suas escolhas, em suas buscas inconscientes. Vamos apenas falar dessas pessoas que simplesmente vivem tal situação de forma recorrente, acumulando dores e tristezas que contribuem para o aumento da falta de esperança e que, por desconhecerem muitas das causas inconscientes que levam à esse fechamento, sofrem continua e repetidamente com as rupturas. 

São pessoas que pouco a pouco perdem sua confiança no outro, no mundo e em si mesmas. O ser humano se constrói nas relações e através delas. Nelas experimentam sentimentos, vivem sensações, se conhecem, conhecem o outro e mundos diferentes, abrem caminhos para infinitos sentimentos. Quando as relações as colocam em contato constante com frustrações e decepções, minam lentamente a autoestima, os sonhos, a crença em que podem ser felizes. 

Com uma bagagem assim torna-se cada vez mais difícil confiar e acreditar que a próxima relação poderá ser diferente. Vejo pessoas que antes mesmo de algo acontecer, fazem previsões negativas do namoro, se estressam ao primeiro sinal de algo que possa estar errado, não relaxam e não aproveitam a companhia daquele que amam ao seu lado. Vivem em constante apreensão e a transmitem ao companheiro, que por sua vez, sofre com as consequências das histórias passadas. 

Talvez o primeiro passo seja justamente começar a avaliar as escolhas afetivas, refletir sobre suas condutas que possam contribuir para tantos "finais" de relação, considerar de repete um mesmo perfil de companheiro. Também poder olhar o novo companheiro sem o vício do sofrimento, tratá-lo, por mais difícil que seja, sem tanta interferência do passado, caso contrário a pessoa enxerga apenas o problema - que nem faz parte desse relacionamento - e não consegue ver o outro pelo que ele é. Por último deixar o medo de lado, pessoas tão sofridas assim, costumam ficar em sinal de alerta constante, procurando algo errado o tempo inteiro, algo que justifique o medo que sentem e ao fazer esse trabalho de detetive do problema, ficam chatos e tornam-se vítimas de si mesmos. 

É óbvio o que vou dizer, mas cada relação é única, com suas peculiaridade e caracterísiticas, uma dupla jamais será como a outra. Portanto faça o máximo para se livrar dessa "certeza" que não será feliz e lembre que talvez não seja o outro que repete o erro de um companheiro passado e sim você que se veste de sensações que de uma forma ou de outra direcionam as relações para um mesmo final, veste uma armadura que a protege de um ataque que talvez nunca venha a acontecer.

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