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Tag Rugby vira febre no Brasil como opção menos violenta do rugby

Tag Rugby vira febre no Brasil como opção menos violenta do rugby

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:43

Há quem adore assistir aos esbarrões, tombos e choques entre os brutamontes de um jogo de rugby, mas que não se vê jogando ou tem medo ganhar um olho roxo ao entrar numa partida. Foi para solucionar esta questão que surgiu o Tag Rugby, uma versão light do tradicional, onde os jogadores não têm contato físico - e um empurrão conta até como falta!

A modalidade surgiu há pouco tempo no Brasil e já vai ganhar um torneio, organizado pela Confederação Brasileira de Rugby no próximo dia 22.

"Quem encostar no adversário de propósito é penalizado e a posse de bola vai para o outro time", explica o gerente de marketing e torneios da Confederação Brasileira de Rugby, Carlos Davoli. Na Inglaterra, Irlanda, Austrália e Nova Zelândia o Tag Rugby é praticado por jovens como pré-iniciação ao rugby e "tem gente que opta por continuar no esporte por ser menos violento", de acordo com o gerente.

Segundo Carlos, no Tag Rugby cada time tem sete jogadores que ficam com um cinto, onde são amarradas duas fitas, uma de cada lado. "O objetivo é o mesmo do rugby: atravessar a linha adversária e colocar a bola no chão", explica Carlos. Mas, em vez de usar a força do corpo para impedir que o jogador com a bola marque o ponto, o time tem que puxá-lo pelas fitas amarradas ao cinto. Quando uma das faixas é arrancada, a partida é interrompida e um novo jogador, do mesmo time, toma o lugar para tentar a progressão e marcar o ponto. "Os passes são sempre para trás e não vale pegar a bola da mão do adversário", afirma o gerente. A partida dura dois tempos de cinco minutos e é jogada em um campo de 20m x 40m.

A vantagem do Tag Rugby é que os interessados podem começar a praticar o esporte mais cedo. "A idade é um aspecto complicado do rugby, porque é violento e os pais não querem que um filho de 12 anos participe", argumenta Carlos. Como o Tag Rugby é mais seguro, "os adolescentes podem começar primeiro com a modalidade e depois, se realmente se adaptar, procurar um clube para aprender as técnicas do rugby". Com a opção da prática sem contato físico, em vez de iniciar no esporte com 18 anos, os interessados podem começar aos 12 ou 14 anos, segundo Carlos.

1º Torneio de Tag Rugby no Brasil

Uma parceria entre a Confederação Brasileira de Rugby e a escola Cultura Inglesa deu origem ao primeiro campeonato de Tag Rugby no Brasil, do qual oito escolas particulares de São Paulo, Osasco e Cotia irão participar. "O projeto visa iniciar a modalidade inédita no país e o rugby", de acordo com Carlos.

Os professores das instituições participantes passaram por uma capacitação sobre o Tag Rugby e depois formaram os cursos da modalidade nas escolas. "Temos um profissional da Confederação que acompanha semanalmente os treinos", afirma o gerente.

No total, 70 alunos estão se preparando para os primeiros jogos que acontecerão no dia 22 de maio, na Band Arena. As melhores equipes irão para a fase final marcada para 12 de junho, no mais tradicional espaço do Rugby na capital, o SPAC.

Estudantes treinam para o primeiro campeonato brasileiro de tag rugby

O aluno da instituição Nossa Senhora das Graças, Gustavo Calachi, está "adorando" os treinos de Tag Rugby na escola. Ele já tinha noção das regras por conhecer o rugby, então ficou ainda mais fácil de se adaptar: "Estou animado para o campeonato", disse ele. Ester Colchi, mãe de Gustavo, apoia e incentiva o filho a praticar todos os tipos de esportes. "Acho mais legal ainda por ser um esporte diferente, novo e pouco divulgado no Brasil", afirmou.

Já Luca Mercadante, do mesmo colégio que Gustavo, não tinha interesse por esportes, mas gostou do Tag Rugby e vai jogar no campeonato. "A gente não tinha contato, não conhecia o Tag Rugby nem o rugby direito, está sendo legal", disse ele e completou que se fosse para jogar rugby antes de conhecer como funciona o esporte ele não participaria.

De acordo com o gerente de marketing e torneios da Confederação, o objetivo é continuar com o projeto em outras escolas particulares e criar incentivos ao rugby nas instituições públicas após o campeonato. Atualmente, 15 CEUs já oferecem aulas de Tag Rugby e a expectativa de Carlos é que este número só aumente.

Rugby no Brasil

Cerca de 30 mil brasileiros praticam rugby e existem 230 clubes do esporte no país. Com o retorno do rugby aos Jogos Olímpicos de 2016, quando o campeonato acontece no Brasil, a modalidade deve se fortalecer ainda mais. "As olimpíadas atraíram investimentos e parcerias que ajudaram na evolução do nível técnico das equipes", disse Carlos e completou que o rugby vive uma fase especial no país. Hoje, o Brasil aparece em 27º lugar no ranking do International Rugby Board.

Segundo Carlos, a equipe feminina de rugby é a melhor da América do Sul e "campeã invicta há sete anos do torneio Sul-Americano".  Já o time masculino conquistou um grande prêmio neste ano ao vencer a Argentina, após 75 anos de derrotas. Além disso, o Brasil vai participar do campeonato Pan-Americano de Guadalajara no segundo semestre deste ano.

O rugby tem duas modalidades: uma em que participam 15 jogadores em cada time que jogam durante dois tempos de 40 minutos; e a com sete jogadores em cada equipe, com dois tempos de sete minutos por partida. Esta última será a adotada para os Jogos Olímpicos de 2016

Por: Thais Sabino

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