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Top 10 jogos de ação em primeira pessoa polêmicos

Top 10 jogos de ação em primeira pessoa polêmicos

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:51

Apesar de mal ter sido lançado no mercado americano, Homefront - jogo de tiro em primeira pessoa que retrata uma invasão norte-coreana aos EUA - já está provocando reações das autoridades asiáticas, que o consideram ofensivo. As referências a Kim Jong-il foram tiradas da introdução japonesa do game, e o jogo foi proibido preventivamente na Coréia do Sul para evitar um incidente diplomático com os vizinhos do norte.

Todas estas reações parecem exageradas, até porque nenhum dos críticos sequer colocou as mãos no game. Mas era de se esperar que um tema forte, como um confronto aberto entre EUA e Coréia do Norte em solo americano, despertasse reações variadas da comunidade internacional.

Mas essa não é a primeira nem será a última vez que um jogo de tiro em primeira pessoa causa polêmica. Se pararmos para pensar, o simples ato de você matar alguém – mesmo que virtualmente - já é argumento para que autoridades ultraconservadoras reclamem dos videogames. Quando esta violência é muito detalhada (como em Soldier of Fortune) ou tem a possibilidade de envolver crianças (como Bioshock), as "fogueiras da inquisição antigamer "se acendem com mais força ainda.

Outros jogos acabam sofrendo reprimendas públicas por abordarem temas diferentes, como Resistance: Fall of Man, que foi criticado pela igreja na Inglaterra por utilizar como cenário a catedral de Manchester, o que foi considerado uma profanação pelas autoridades religiosas, que ainda reclamaram de uma bizarra violação de direitos de propriedade intelectual sobre o monumento.

Seja por causa de referências religiosas, por problemas diplomáticos ou pela violência, jogos de tiro sempre foram cercados por controvérsias. Para relembrar de algumas delas, confira o nosso Top 10 dos jogos de tiro mais polêmicos já lançados:

10 - Fallout 3 (Bethesda, 2008)

A aguardada sequência da franquia pós apocalíptica virou um jogo de tiro em primeira pessoa com elementos de RPG nas mãos da Bethesda Game Studios. Jogo do ano em 2008, causou polêmica por apresentar - assim como seus antecessores – várias drogas que melhoravam o desempenho do personagem.

Além disto, no Japão o game sofreu alterações para não chocar a população traumatizada com a explosão de bombas atômicas na segunda guerra mundial: na missão "The power of atom", a possibilidade de detonação de uma ogiva nuclear em uma cidade habitada foi suprimida, restando aos jogadores as opções de ignorar o desarmar a bomba. O lançador de foguetes atômicos "Fat Man", batizado como a bomba que explodiu em Nagasaki, também foi renomeada como "Nuka Launcher" na terra do sol nascente.

Fallout 3

9  Medal of Honor (Eletronic Arts, 2010)

O reboot da franquia Medal of Honor mudou o foco da segunda guerra para os confrontos no oriente médio, causando comoção no Reino Unido. O secretário de defesa da Grã Bretanha, Liam Fox, considerou o jogo antipatriótico por permitir que os jogadores controlassem membros da milícia Taliban contra soldados da Coalizão na guerra do Afeganistão.

Antes mesmo do lançamento do jogo, Fox disse em uma entrevista ao jornal The Sunday Times que crianças britânicas perderam os pais e mulheres ficaram viúvas por conta dos confrontos de soldados do país com os guerrilheiros afegãos, e que seria chocante ver estes atos serem recriados no videogame.

 Medal of Honor

8 - Tom Clancy's Ghost Recon Advanced Warfighter 2 (GRIN, 2007)

A continuação de Advanced Warfighter, ao contrário da versão para os consoles (feita pela Red Storm), virou um jogo de tiro em primeira pessoa nos PCs.

Desenvolvido pela empresa Sueca GRIN, o jogo desagradou as autoridades do México por retratar um grupo de soldados norte americanos lutando contra rebeldes que tinham acesso a mísseis de longa distância no outro lado da fronteira e poderiam destruir cidades nos EUA. O ex governador do estado de Chihuahua, José Reyes, considerou o jogo um insulto aos mexicanos, e chegou a incitar um boicote contra o game no país

 Tom Clancy's Ghost Recon Advanced Warfighter 2

7 - Wolfenstein 3D (id Software, 1992)

A jornada do soldado William Blazkowicz no castelo nazista ajudou a popularizar os jogos de tiro em primeira pessoa, mas também gerou uma grande confusão por empregar suásticas decorativas nas paredes e ter como chefão um Adolf Hitler empunhando metralhadoras giratórias.

O jogo foi banido na Alemanha em 1994, e quando ganhou uma conversão para o Super Nintendo, todas as referências ao partido nazista foram removidas - até Hitler foi alterado: rasparam seu bigode o rebatizaram como "Staatmeister".

 Wolfenstein 3D

6 - Counter-Strike (Valve, 1999)

Mod de Half Life, Counter Strike sempre foi um dos jogos mais populares nas lan houses por conta de seu multiplayer tático que colocava frente a frente equipes de terroristas e CT's em mapas com objetivos diversos, como resgate de reféns e desarmamento de bombas.

Mas CS também teve sua dose de polêmica: o jogo foi criticado pela forma como retratava uma favela carioca no mapa Rio e teve comercialização proibida por um juiz federal de Minas Gerias em todo o território nacional em 2008. Só que nem a justiça conseguiu impedir os jogadores de CS, já que a proibição era para a venda do software, não para uso – e como Counter é um jogo antigo, já estava bem difundido no território nacional. A proibição acabou sendo revogada um ano depois, e Counter Strike continua se mantendo uma base fiel de jogadores, que garantem a longevidade do título.

 Counter Strike

5 - Blood (Monolith, 1997)

Juntando violência e ocultismo, Blood é um jogo de tiro com cara de filme trash. Você controla Caleb, antigo membro de uma seita herética que retorna do túmulo para enfrentar seus antigos colegas após eles conseguirem ressuscitar um deus morto.

Durante esta jornada de vingança, é possível decapitar, imolar e explodir os inimigos em pedaços, que literalmente chovem em cima do jogador - como o próprio nome indica, Blood é sangue puro. Entre mortes, blasfêmias e referências pop (como citações de Army of Darkness e Tubarão), Blood acabou proibido no Brasil em 1999.

Blood

4 - Doom (id Software, 1993)

Qualquer que seja o tópico é impossível falar de jogos de tiro em primeira pessoa sem citar Doom. Não podia ser diferente quando o assunto é polêmica: Doom foi o primeiro FPS realmente imersivo, com cenários variados e iluminação convincente.

Por conta deste realismo incomum, na época de seu lançamento, foi alvo de intenso debate por supostamente incitar a violência - o escritor americano Dave Grossman chegou a chamar o jogo de "simulador de homicídios em massa". O debate persistiu por anos, e em 1999 a polêmica reacendeu quando foi descoberto que os estudantes responsáveis pelo tiroteio em Columbine eram fãs do jogo. Assim como Blood, o Doom original também foi proibido no Brasil em 1999.

Doom

3 - Duke Nukem 3D (3D Realms, 1996)

Quando Duke Nukem deixou de ter progressão lateral para lutar em vastos ambientes tridimensionais, ele ganhou mais do que profundidade: Duke 3D estremeceu a indústria por abordar simultaneamente vários temas considerados tabus, como sexo e violência.

Duke assassinava inimigos medonhos de forma sádica (congelados e estilhaçados, feitos em pedaços, encolhidos e esmagados com um pisão… você escolhe), profanava cadáveres de chefões de fase, e ainda fazia com que as mulheres (strippers, gueixas e até pobres coitadas abduzidas e presas em casulos) exibissem seus seios com um simples apertar de botão.

Em suma, o jogo tinha todos os ingredientes para agradar jogadores e preocupar seus pais, e os mesmos elementos que garantiram seu sucesso serviam de munição para quem achava o jogo excessivo. O resultado disso é que uma versão censurada teve que ser lançada para que o game pudesse ser vendido no Wal-Mart, a maior loja de varejo dos EUA, conhecida por nunca vender games considerados impróprios para menores de 18 anos. Na Alemanha, foi considerado um jogo nocivo para mentes jovens; na Austrália o game foi banido, e no Brasil Duke 3D teve a venda proibida pela mesma decisão judicial que vetou a comercialização de Doom e Blood em 1999.

2 - Postal 2 (Running With Scissors, 2003)

Nos Eua, a expressão "Going Postal" significa surtar ao ponto de querer sacar uma arma e matar todo mundo, como nos massacres ocorridos em agências dos correios nos anos 90 - e é exatamente este o tema do game: surtos de violência psicótica e injustificada.

O primeiro Postal tinha uma perspectiva isométrica e era muito ruim, mas o segundo se tornou um jogo de tiro em primeira pessoa que pode ser descrito como "simulador de psicopata". Em Postal 2, acompanhamos um semana na vida do protagonista, que precisa efetuar tarefas simples (devolver um livro na biblioteca, comprar leite, pagar uma conta no banco…), com a opção de esperar em filas e respeitar o próximo como um bom cidadão, ou sacar armas e tocar o terror. A última alternativa, obviamente, era a mais divertida.

Além dos homicídios sem sentido, Postal tratada de relacionamentos familiares, exibicionismo, suicídio, violência contra animais, terrorismo, política partidária, desrespeito aos mortos, brutalidade policial e uso de drogas pesadas (elas são o item que recarregam a energia no jogo!) com a tanta irresponsabilidade que chega a ser cômico.

No fundo, Postal 2 é uma grande piada de humor negro, que foi mal interpretada por todos os que levaram seu exagero a sério. Postal foi banido na Nova Zelândia e Austrália, e na Suécia a distribuidora do jogo chegou a ser processada por "representação ilegal de violência", mas a acusação foi considerada infundada e o processo acabou arquivado.

1 - Modern Warfare 2 (Infinity Ward, 2009)

A série Modern Warfare é um spinoff de Call of Duty que sempre gerou polêmica. Nos Emirados Árabes, o jogo sempre foi muito criticado pela forma como retratava os muçulmanos. Porém quando a continuação do primeiro jogo saiu, em 2009, as polêmicas antigas pareceram irrelevantes perto da comoção que a missão No Russian causou na comunidade internacional.

Para quem não é familiarizado com a série, cabe explicação: assim como CoD, Modern Warfare é um jogo de narrativa cinematográfica, e apesar de exagerados, seu enredo é verossímil e contato de forma hiperrealista. Por isto mesmo, quando o jogador precisou se infiltrar numa célula terrorista que fez um atentado a um aeroporto russo na citada missão, o ato de atirar em civis que se comportam como vítimas de um massacre – fugindo, implorando pelas suas vidas, gritando de dor e pânico – mexeu com os jogadores e as autoridades internacionais.

Não era algo engraçado, como Duke Nuken ou Postal. Era como se aquilo estivesse realmente acontecendo. Mais do que a representação gráfica da violência, Modern Warfare mexia com o psicológico do jogador ao colocá-lo contra inocentes. O conteúdo era tão forte que o jogador poderia, a qualquer momento, pular a missão sem penalidade alguma.

Mesmo assim, a fase foi suprimida na versão Russa do jogo; no Japão e Alemanha o jogador recebia uma tela de "game over" caso atirasse nos civis; no Reino Unido o jogo foi alvo de intenso debate no parlamento e, claro, o jogo acabou banido na Austrália, onde jogos classificados para maiores de 18 anos não podem ser vendidos.

Por: Ingo Müller

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