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Vestibular: Veja como escolher o curso certo

Vestibular: Veja como escolher o curso certo

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 9:30

Medicina ou engenharia de automação? Administração ou engenharia química? Jornalismo ou direito? Dúvidas como essas atormentam a cabeça dos jovens que vão prestar vestibular nos próximos meses. A escolha do curso ao qual vão concorrer no vestibular vem cheia de angústia e incertezas. O tempo está se esgotando. As universidades estão abrindo os prazos para fazer a inscrição para os seus processos seletivos. O que você vai ser quando crescer? Chegou a hora de responder à fatídica pergunta.

A Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) e a Universidade Federal da Bahia (UFBA) já estão com as inscrições abertas. A Universidade Federal do Paraná abre o processo de inscrição nesta sexta-feira. Na semana que vem começam as inscrições para os dois vestibulares mais concorridos de São Paulo, da Universidade de Campinas (Unicamp) na segunda-feira (22) e da Universidade de São Paulo (Fuvest/USP) na sexta (26).Especialistas em orientação vocacional dizem que a escolha do curso a concorrer no vestibular é um marco na vida de todo jovem.

“A escolha é o primeiro momento bem pessoal na vida de um jovem. Até então os pais que definiam seu caminho. Agora é uma decisão que ele vai tomar por si mesmo”, destaca Yvette Piha Lehman, orientadora vocacional da Colmeia e psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise.  ”Família e amigos vão tentar sugerir algo, mas o estudante deve ter a consciência da importância deste momento e escolher por si próprio. Afinal, é uma carreira que ele vai levar pelos próximos 30 anos, pelo menos.”

Veja mais abaixo dicas que podem ajudar a escolher a profissão

Maria Stella Leite, orientadora vocacional da Colmeia e psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise, considera a escolha importante, mas não decisiva. “As profissões hoje em dia têm fronteiras muitos leves uma das outras. O jovem entra em uma profissão, com o diploma na mão, e à medida que vai trabalhando na área vai tendo de conhecer outras áreas que fazem tangências.”

A jovem Maria Fernanda Moretti Schneirder, de 16 anos, está em dúvida entre três cursos: jornalismo, publicidade e propaganda, duas carreiras da área de comunicação, e direito, uma profissão tradicional em sua família. Apesar de ter realizado teste vocacional e entrar em sites direcionados para vestibulandos, Maria Fernanda ainda não decidiu qual carreira vai marcar na ficha de inscrição do vestibular da UFPR. A insegurança incomoda a estudante. "Dá bastante medo, estou mais puxada para jornalismo, mas tenho medo de mudar", confessou.

André Luis Schlichting, de 18 anos, vai prestar vestibular pela segunda vez. No ano passado, prestou para direito, por influência do pai advogado, e não passou. O estudante mudou de ideia quando decidiu pesquisar mais sobre Engenharia Florestal, profissão que o atrai por estar relacionada à Botânica, uma temática que ele gosta.

"Eu li sobre o assunto e me interessei pela área de atuação", afirmou André Luis. Caso ele não seja aprovado em engenharia florestal, a segunda opção é geografia. "Não é uma dúvida, é um plano B. Se não passar para engenharia florestal, a segunda opção não seria ruim", explicou o estudante.

O estudante Luis Renan Coletti, de 16 anos, está em dúvida. Ele conta que talvez opte pela administração, que é a área de atuação dos pais, e que também já cogitou prestar vestibular para Engenharia Química. "Mas eu não ia me dar bem", disse Luis Renan. Ele ainda reflete sobre qual curso escolher, mas está certo de que se optar por algo que goste e o satisfaça, o dinheiro vem como consequência. "Independente do curso que você fizer se gostar vai ser bem sucedido", afirmou o vestibulando.

Para Marcos Antonio Pereira Madeira da Silva, de 22 anos, o fracasso em duas tentativas para entrar em medicina criou uma dúvida em sua cabeça. Tentar de novo ou buscar um curso teoricamente mais fácil de entrar. Após fazer o ensino médio em escola pública, Marcos passou o ano estudando em cursinho. Melhor preparado, não tem, no entanto, a segurança de passar em medicina. “Queria fazer medicina, mas engenharia parece ser mais viável”, afirma o estudante. “Vou tentar medicina na USP e Unifesp, engenharia de automação na Unicamp, e engenharia mecânica na Unesp. O que eu passar eu vou cursar.”

VEJA DICAS QUE PODEM AJUDAR A ESCOLHER A CARREIRA NO VESTIBULAR

A pedido do G1, as especialistas em orientação vocacional Yvette Piha Lehman,orientadora vocacional da Colmeia e psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise, e Maria Stella Leiteorientadora vocacional da Colmeia e psicanalista da Sociedade Brasileira de Psicanálise, elaboraram dicas para a escolha da carreira. Confira.

1) Sou muito jovem, como saber o que eu quero fazer?

Penso no que você gosta, naquilo que faz com espontaneidade e te dá prazer. A profissão pode ajudá-lo a se aprofundar neste assunto. “Quem consegue ficar de bem com a profissão porque o mercado está difícil é que tem amor pelo aquilo que faz e se sente respeitado”, diz Yvette.

2) Minha mãe quer que eu seja isto, meu pai aquilo. E agora?

Pais, amigos, professores, todo mundo pode querer dar palpite. O fundamental é olhar para dentro e ver o que gosta. Muitas vezes o adolescente não pensa em si mesmo e vai pelas sugestões dos outros e acaba se decepcionando. “Qualquer escolha não pode estar apoiada em um único fator. É importante pensar em um conjunto de fatores”, afirma Maria Stella. “Os pais não podem decidir pelo filho. Se o estudante é um ser ativo, a escolha vai o fortalecer como pessoa”, pondera Yvette.

3) Queria ser médico, mas acho melhor tentar um curso mais fácil de entrar.

Fazer um curso porque é mais fácil de passar no vestibular é uma escolha que não se sustenta. “Quem entrar fácil também sai fácil. O que é fácil no início pode ser complicado depois. Vai ter desperdício de tempo e energia. Vai acabar desistindo”, diz Yvette. Maria Stella, no entanto, ressalta para cursos que podem ser menos concorridos e ter afinidades com a profissão desejada. “Se um estudante vê na medicina, a chance estudar biologia, atender clientes, vai fazer bem para a humanidade, outras profissões também garantem essas ideias. Vale a pena ver se dá para fazer a substituição. Se não der, é melhor insistir mais um pouco no seu projeto.”

4) Devo seguir minha vocação ou fazer uma profissão ‘em alta’ no mercado de trabalho?

Este dilema é recorrente. O mercado está sempre evoluindo, e as profissões podem se cruzar. Quem gosta de educação física, mas vê em administração uma chance maior de ganhos, pode lá na frente resgatar a paixão pelo esporte como dono de uma academia, por exemplo. “Ás vezes quando escolhe tem que deixar de lado coisas que a gente gosta muito, vai adiar, ao longo da vida profissional acaba resgatando aquilo”, diz Maria Stella. “O mercado muda muito. Profissões ‘valorizadas’ no passado não é garantia de uma vida profissional valorizada agora. O mundo do trabalho está muito exigente e restrito. Tem que ser profissional ativo mesmo depois de formado, fazendo especializações e se atualizando sempre”, destaca Yvette.

5) Vale a pena 'atirar para todos os lados', ou seja, prestar um curso diferente do outro em várias universidades?

"Essa estratégia costuma dar errado. A pessoa está delegando para o vestibular que decida por ela, como se isso fosse possível", destaca Maria Stella. "Ele está representando uma angústia da sobrevivência. Ou de querer entrar a qualquer preço. É uma entrada fácil, mas sustentar este lugar que vai conquistar tem um preço", diz Yvette.

6) E se eu entrar na faculdade e não gostar? Sigo em frente ou começo tudo de novo?

É preciso identificar quais são os fatores que determinam esta decepção. Os primeiros dois anos de um curso universitário em geral são muito teóricos, eles formam a base do conhecimento da profissão. “Não há problema em desistir, mas esta desistência tem de servir como aprendizado. Se não aprendeu nada com a primeira experiência vai errar atrás da outra, vai prestar vários vestibulares e ficar um mês em cada faculdade”, comenta Maria Stella. “O importante não é a desistência, é pensar com seriedade na escolha da profissão”, afirma Yvette. “Se não pensar antes do vestibular, vai pensar depois, já na faculdade.”

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