Creio, logo penso

Ignorar qualquer das nossas capacidades dadas por Deus para sua glória é um atestado de rebeldia contra o Criador

Fonte: Ultimato jovemAtualizado: quinta-feira, 17 de julho de 2014 às 19:34
ideia _ pensar
ideia _ pensar

ideia _ pensarCrer é também pensar. Esse é o título em português de um livro do ilustre John Sttot (Your Mind Matters, 1972). Um livro que todos devem ler. Um autor memorável. Um homem notório pelo que escreveu, pelo que viveu. Mais do que um simples título, “crer é também pensar” é um estilo de vida que salvaria muitos da ignorância, ingenuidade e irresponsabilidade no exercício da fé em nossos dias.

Durante algum tempo – ou melhor, durante muito tempo – vivemos um estilo uma vida eclesiástica de inibição e (por que não?) proibição de algumas perguntas. Por muitas décadas eram dadas respostas a perguntas que ninguém fazia. As respostas eram prontas, como aquelas marmitas malfeitas que se comem sem a compreensão de como realmente aquela comida foi feita, geralmente insossa, pobre de nutrientes, sem sabor e pouco agradável.

Agora, porém, vivemos em um período em que as perguntas são feitas, não importa a quem, em busca de respostas. Se não é a igreja, as respostas virão das redes sociais, das rodas de amigos, dos blogs e dos buscadores da internet. Não que tais perguntas não fossem feitas antes, mas agora não há mais limites para as opções de respostas e nem o pudor ou vergonha que impeçam que elas sejam digitadas, faladas, perguntadas.

Talvez o receio e o impedimento de que perguntas sejam feitas está na incapacidade ou falta de conhecimento de líderes em oferecer respostas que satisfaçam a si próprios, quanto mais àqueles que fizeram as perguntas.

Na vida cristã não podemos omitir as respostas, independentemente do tipo de pergunta que é feita. A Palavra é lâmpada para os pés e luz para o caminho e, por isso mesmo, não se pode temer respostas concretas, sóbrias e coerentes sobre quaisquer temas que possam aparecer. Muito melhor, ainda, que respostas prontas, como as marmitas, é ajudar o outro a encontrar as respostas na Palavra. As descobertas se tornam propriedade daqueles que encontraram o que estava escondido. Precisamos parar de subestimar a capacidade de adolescentes em compreender o evangelho de uma maneira clara e suficiente para moldarem suas vidas em torno das Escrituras.

Como diz o próprio Sttot, Deus nos criou como somos. Ignorar qualquer das nossas capacidades dadas por Deus para sua glória é um atestado de rebeldia contra o Criador.

Crer é também pensar, e se ajudarmos nossos adolescentes a pensarem no que creem, a fonte de respostas para todas as situações brilhará como luz resplandecente, como o equipamento das estradas que reflete a luz do veículo e mostra pra aonde vai a pista e onde estão as curvas, permitindo que a jornada cristã seja feita com consciência e segurança.

Não impeça-os de perguntar, questionar, pensar, e seja um instrumento de Deus para que eles se tornem proprietários das descobertas que fizerem ao investigar, avaliar, elaborar, pensar de acordo com as Escrituras. Aí, sim, teremos uma geração comprometida com o reino, e não com o evento; comprometida com a fé, e não com a emoção; comprometida com a verdade, e não com a fantasia; comprometida com a evangelização e não com o entretenimento.


• Rodolfo Gois

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