Essa coisa de ser solteiro - parte 2

Essa coisa de ser solteiro - parte 2

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:25

Então gente, continuando a nossa "saga sobre solterice", vamos combinar que, às vezes, bate aquela carência mesmo, não é verdade? Afinal, durante toda a nossa vida, praticamente tudo o que nós vemos na TV diz respeito a histórias de casais apaixonados em diferentes enredos: Numa época distante da antiguidade, entre balas e carros voando, em varandas e sacadas recitando poemas, entre encontros e desencontros, em bares, ilhas desertas, viagens, perseguições vampirescas, etc.

É romance de tudo que é jeito, para todos os gostos! E isso é muito bom, porque por um lado reflete a necessidade natural, dada por Deus, de nos relacionarmos, além de nos entreter e incentivar a perpetuação da nossa espécie, que é vital (risos). Sem estas coisas, na realidade, nem estaríamos aqui.

Entretanto, em meio a toda essa atmosfera romântica, de certo modo, acabamos influenciados a tal ponto, que o fato de não estarmos vivendo algo assim faz com que nos sintamos como verdadeiros extraterrestres! Nós saímos para espairecer e vemos os casais abraçados nas calçadas, andando de mãos dadas, sentados nas mesas de restaurantes, todos muito "grudentos” e sorridentes, e pensamos: "Eu estou errado (a), eu também deveria estar assim, eu deveria ter alguém”

Calma, não é que estejamos errados em desejar alguém para estar ao nosso lado, que seja nosso amigo, companheiro, namorado, cúmplice, confidente, e tudo que todas as outras pessoas só podem ser em menor medida, quando podem. Não é que seja crime, pecado ou exagero querer unir-se para toda a vida a alguém de quem se goste e não se queira perder de vista. A grande questão é querer fazer isso a todo custo, deixar que esse desejo domine a sua alma, dite o seu futuro e determine o seu estilo de vida. É deixar que essa aspiração arruíne sua carreira e ministério, destroce a sua comunhão com Deus e lhe faça duvidar da fidelidade de quem mais lhe ama – Seu Pai celestial.

Conheço pessoas que são poços de carência. Você pode olhar para elas e ver estampado nos seus olhos a mensagem: "Preciso me casar, me apresenta alguém, não aguento mais estar sozinha”. Elas vivem procurando um relacionamento para entrar, e não exatamente pessoas legais para conhecer e, consequentemente, se apaixonar. Como resultado disso, se apegam a qualquer uma que dê brecha, ou” dez centavos de atenção”, e são capazes de vender até a alma para permanecer ligadas a elas. É o que eu chamo de "se apaixonar pelo amor”, não pela pessoa; pelo ideal de realizar o sonho da estabilidade conjugal. Um cronista mundano chamou de "ter um homem para chamar de seu”.

Já vi muitas meninas super empolgadas para firmar compromisso com rapazes que não mereciam metade delas, não faziam seu tipo e não eram nada daquilo que elas imaginavam para um futuro relacionamento. No entanto, por causa da carência, tudo parecia estar colorido e perfeito, e cada um dos defeitos óbvios e muitas vezes "cavernosos” passaram despercebidos ou foram deliberadamente ignorados.

A grande verdade é que a maioria das pessoas inverteu a ordem. Elas têm o propósito de casar, e passam a buscar alguém com quem realizar isto, quando na realidade deveriam cogitar o casamento quando conhecessem alguém com quem realmente vale a pena unir-se! Como um amigo certa vez me disse: "Não se deve buscar alguém com quem passar o resto da vida, mas alguém sem o qual não se queira viver”.

Perceba que são duas situações totalmente diferentes, e uma lhe pressiona a ter prazos, metas, critérios, e toda aquela burocracia do "kit desencalhe”, quase "terapia do amor”, enquanto a outra lhe deixa livre para ir vivendo a vida de forma leve e tranquila, à medida que simplesmente vai conhecendo e selecionando as pessoas que deseja por perto.

Falando bem sério, o problema em ceder à carência – o maior problema – é que ela nos faz precipitados. Posso falar não apenas por experiência própria, mas também por advertência bíblica! A Palavra nos diz que:

"A alma farta pisa o favo de mel, mas à alma faminta todo amargo é doce” (Pv 27.7)

Na prática, isso quer dizer que, quando estamos carentes, "qualquer coisa” serve e até parece delicioso, o importante é "matar a fome”.A pessoa carente é capaz de ver num sorriso uma promessa, numa ligação, uma declaração de amor. Ela cria falsas esperanças e constrói castelos de areia que mais cedo ou mais tarde ruirão, pois ninguém consegue suprir a insaciável necessidade de um carente. Além do mais, como já foi dito, ela compra gato por lebre "facinho, facinho”.

Alguém nesse estado abandonou a sua alma nas mãos da própria carne e das influências externas, e não está sendo capaz de ouvir a voz do seu próprio espírito, usufruir da companhia do Consolador, nem alimentar sua comunhão com o Pai. Não precisa dizer que será uma presa fácil para satanás.

Sabe, gente, carência é algo que dá e passa, quando entendemos que Jesus Cristo nos devolveu o domínio que havíamos perdido. Sim, éramos escravos do pecado, e estávamos sujeitos às inclinações da nossa carne (Rm 7.5-6). A Bíblia diz que a nossa alma estava corrompida (Tt 1.15) e por isso, precisamos renová-la (Rm 12.1-2).

Hoje, contudo, somos novas criaturas em Cristo e, como tal, devemos reinar sobre estas coisas. A realidade das emoções que temos jamais deve sobrepor-se à realidade espiritual na qual fomos colocados, e o domínio próprio nos foi devolvido para que o exerçamos também nestas ocasiões.

Pode prestar atenção que as pessoas mais carentes que conhecemos são aquelas que dão muita vazão à alma, e deixam a carne bem à vontade, não tendo qualquer tipo de disciplina emocional. Entretanto, você e eu podemos sim, decidir em que pensar e, conseqüentemente, o que alimentar dentro de nós: a ilusão de que estamos sozinhas e carentes, ou a consciência de que somos plenas e supridas, pois não nos falta pedaço algum, é simplesmente uma questão de escolha.

Portanto, antes de se deixar dominar pela carência e se precipitar numa escolha errada que pode embaraçar os seus pés, deixe Deus te fazer feliz, e busque nEle o equilíbrio das suas emoções, cultivando, na sua alma, a certeza de que você não está sozinha, e de que não é carente, pois "o Senhor é o meu pastor, e nada me faltarᔠ(Salmos 23.1)

Por: Luciana Honorata - professora do Rhema Brasil

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