Trabalho de parto

Não se preocupe com as aflições deste tempo presente (curto), porque elas não podem se comparar com a glória que há ser revelada no dia do nosso “parto” (vinda de Jesus) Rm 8.18

Fonte: www.jesuscopy.com.brAtualizado: sexta-feira, 7 de novembro de 2014 às 18:07
grávida
grávida

grávidaVocê se lembra de alguma situação em sua vida em que sentiu uma dor muito forte?

Será que você já teve a curiosidade de saber qual é a pior dor que um ser humano pode sentir? Talvez você já tenha visto algumas listas e pesquisas que tentam mensurar e comparar a intensidade de diferentes tipos de dor. Dentre estas grandes dores algumas sempre figuram os primeiros lugares: a cólica de rim, a cólica biliar, a dor do infarto do miocárdio, a lombalgia aguda, dor de dente, enxaqueca, gota, hipertensão intracraniana, e é claro, a dor do trabalho de parto.

Em minha prática como médico não me lembro de me deparar com uma dor tão intensa e debilitante quanto a de um franco trabalho de parto. O auge do trabalho de parto, onde as contrações definitivamente acontecem, costuma causar um grau de estafa e sofrimento na mulher que dificilmente se vê em qualquer que seja o pronto-socorro do Brasil ou do mundo. Lembro-me de algumas experiências em que as gestantes sentiam tanta dor que chegavam a desfalecer, outras se mordiam a ponto de se machucar, outras mordiam os acompanhantes que as ajudavam e algumas que chegavam a morder e agredir até médicos e enfermeiras que estavam lá para socorrê-las. Vi gestantes que eram muito calmas, mas que, naquele momento, perdiam a paciência e viravam verdadeiras feras. Outras que pareciam delicadas e frágeis e suportavam com heroísmo dores que beiravam o insuportável, tiravam forças de onde não tinham e viam recompensado todo o trabalho. Umas choravam, outras não encontravam forças nem para isso. Umas gritavam, outras não tinham energia suficiente para tal. Umas gemiam, outras silenciavam. As reações podem ser as mais variadas, mas todas denotam um grau de sofrimento desmedido, que beira o insuportável.

Há, porém, uma grande e importante diferença entre a dor do parto e as outras grandes dores que encabeçam as listas das “top dores”. Todas as outras fortes dores listadas são sintomas de doenças, sejam elas graves ou simples. Sendo sintomas de doenças, todas elas trazem uma expectação e um medo, e porque não, uma desesperança, um sentimento de morte. A dor do parto, diferentemente, traz uma expectativa diferente. A expectativa é de uma nova vida que vem à luz, há uma esperança de um novo futuro pela frente.

É pensando em todo este contexto que Jesus faz algumas revelações impactantes:

“…Vocês se entristecerão, mas essa tristeza de vocês se tornará em maravilhosa alegria. Será semelhante à alegria de uma mulher em trabalho de parto quando seu filho nasceu; a sua aflição dá lugar a uma alegria imensa por ter vindo ao mundo uma criança. Assim ocorre com vocês: Agora vocês sentem tristeza, porém Eu os verei outra vez, e então todos se alegrarão; e ninguém poderá roubar essa alegria de vocês…” João 16.20-22; Bíblia Viva

Jesus estava se despedindo de seus discípulos, em poucos dias estaria morto, mas os veria novamente após sua ressurreição. O tempo em que não veriam Jesus pessoalmente seria um tempo de intensa dor, mas incrivelmente, aquela morte não era vista como qualquer outro ritual fúnebre, aquela morte era um trabalho de parto. Aquela morte traria uma tristeza incomparável, mas a Vida que viria ao mundo os faria esquecer de todo o sofrimento e proporcionaria uma alegria que ninguém jamais poderia roubar.

Entendo que assim como os discípulos estavam em um trabalho de parto para o nascimento da vida eterna, onde o corpo corruptível de Jesus morreria para o nascimento de um corpo incorruptível, indestrutível e com Ele a vinda do Espírito Santo, nós estamos neste processo. Jesus ressuscitou, mas nós não O vimos pessoalmente como os discípulos. Ele, porém, nos prometeu que virá nos buscar e, enfim, O veremos face a face. Até que isto aconteça, nós também temos o nosso trabalho de parto para que venha a luz, em nós, a vida eterna. Não é à toa que na continuação do texto Jesus disse: “No mundo vocês terão sofrimentos e tristezas, mas tenham bom ânimo” (João 16.33; Bíblia Viva). Estes sofrimentos e estas aflições são para todos os que desejam ver nascer a vida eterna em si mesmos. Resumindo, há um parto para cada um de nós nesta terra até que definitivamente vivamos de forma plena. Este mundo é, para nós, um trabalho de parto que trará à luz a vida eterna com Cristo.

Um dado interessante é que as dores tendem a se intensificar com o passar do tempo. As contrações ficam mais frequentes, mais fortes e mais duradouras. As aflições, os apertos, os sofrimentos para a Igreja de Cristo têm aumentado. Hoje, muitos imaginam que a Igreja não sofra mais perseguição como sofria nos tempos dos primeiros cristãos. Imagino que isto não seja uma realidade. A diferença que percebo é que, mudou-se o tipo de perseguição e sofrimento. O que antes era uma perseguição física, hoje, transformou-se em perseguição social, moral e espiritual. Os valores são corrompidos, o sistema é corrompido, as tentações aumentam brutalmente, a iniquidade aumenta e o amor se esfria, muitos abandonam a fé e outros tantos caem em ciladas para crer em um falso evangelho. Seguir o caminho da Verdade, que é estreito como um útero em um parto, tem sido cada dia mais difícil. Muitos não estão preparados, achando que este mundo é feito de prazeres, e não têm suportado as angústias e as tristezas do trabalho de parto, desfalecem antes de verem a alegria verdadeira.

Sei que para você, que tem enfrentado tentações, provações, angústias, perdas e outras contrações desta vida, (como todos nós) as coisas não têm sido fáceis. Paulo diz que aquele que seguisse de verdade a Jesus padeceria perseguições, temos que enfrentá-las. O inimigo tenta nos iludir, fazendo-nos pensar que os nossos prazeres estão todos nesta terra, que não há sofrimentos, renúncias no caminho.

Uma notícia boa é que um franco trabalho de parto costuma durar poucas horas, e traz como recompensa uma vida inteira. A duração média é de 6 horas de contrações mais intensas até que o parto ocorra. Esta nossa vida também é curta, apesar de dolorosa em muitos momentos, passa muito rápido, mas traz como recompensa o nascimento da eternidade. O que são 70-80 anos perto da eternidade? Sofremos um pouquinho de tempo, mas a alegria não tem tempo, é eterna. Não se preocupe com as aflições deste tempo presente (curto), porque elas não podem se comparar com a glória que há ser revelada no dia do nosso “parto” (vinda de Jesus) Rm 8.18.

Não pare de lutar agora, não pare de suportar as contrações, elas são assim mesmo: de tempo em tempo nos apertam e nos fazem sofrer, mas daqui a pouco elas passam. Não podemos esquecer que recebemos um anestésico chamado Espírito Santo e Ele nos conforta em nossas dores. Aguarde mais um pouquinho e O que há de vir, virá e não tardará. O parto vai acontecer e teremos a nossa alegria completa. Todo o sofrimento vai ter valido a pena, tudo vai ser esquecido e ninguém roubará a nossa alegria. O céu está chegando para nós!

Que Deus te abençoe e te conceda a cada dia doses maiores do Anestésico Espírito Santo. Tenha paciência, suporte as dores e tentações deste mundo. Daqui a pouco a eternidade nascerá e todo sofrimento terá valido a pena.


- Jonatas Bezerra Leonio

 

Este conteúdo foi útil para você?

Sua avaliação é importante para entregarmos a melhor notícia

Siga-nos

Mais do Guiame

O Guiame utiliza cookies e outras tecnologias semelhantes para melhorar a sua experiência acordo com a nossa Politica de privacidade e, ao continuar navegando você concorda com essas condições