"Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não profetizamos nós em teu nome? E em teu nome não expulsamos demônios? E em teu nome não fizemos Muitas maravilhas? E então lhes direi abertamente: Nunca vos conheci!" - MT. 7:22-23
Ouvi certa vez um pregador afirmar, talvez levado pelo calor de sua preleção, que o seu nome é conhecido no inferno. E ele disse isso como se fosse uma coisa muito boa ter o nome conhecido no inferno. Tudo bem! Talvez o nome de alguém que incomoda o inferno seja mesmo conhecido lá. O que não entendo é porque alguém estaria mais preocupado em "carimbar" seu nome no inferno do que fazê-lo conhecido diante de Deus.
Parece que os discípulos também começaram a trilhar por este caminho no princípio de seu ministério. Ao voltar de sua primeira missão desacompanhados, eles estavam maravilhados com o fato de os demônios lhes serem sujeitos, mas Jesus os alertou: "não vos alegreis porque se vos sujeitem os espíritos; alegrai-vos antes sim por estarem os vossos nomes escritos nos céus" (Lc.10:20).
Ultimamente têm surgido muitos astros do evangelho, provocando até mesmo uma concorrência bem parecida com as grandes empresas. Fazem pequenas mudanças em produtos já "consagrados" - não no sentido bíblico - pelo grande público consumidor, e os oferecem acompanhados de uma boa propaganda para fazê-los parecer melhores do que os oferecidos pela concorrência.
Na verdade, os produtos oferecidos são sempre os mesmos: profecias de sucesso em todas as áreas, espetáculos de exorcismo, e milagres (ou maravilhas).
E, alicerçado no sucesso dessa produção, muitos vêm crescendo na mídia e fora dela, intitulando-se "grandes homens de Deus".
Não sejamos incautos! Quantas vezes o Senhor nos alertou acerca destes!? "acautelai-vos dos falsos profetas"(Mt.7:15); "acautelai-vos que ninguém vos engane."(Mt.24:4); "surgirão falsos cristos e falsos profetas"(Mt.24:24) e muitas outras referências.
Mas, como podemos detectar estes enganadores, já que os verdadeiros homens de Deus também operam maravilhas, expulsam demônios, etc.?
Esmo texto em que cita a fatídica sentença, Cristo nos dá a fórmula para identificação dos ilustres desconhecidos: "por seus frutos o conhecereis" (v.16).
O grande erro, de muitos que são levados pelo engano, é analisar apenas (e quando muito) a vida pessoal do pregador. Assim, o pregador que tem uma vida dentro dos padrões morais determinados pela sociedade, passa suas heresias aos incautos com muita facilidade.
Fruto é exatamente aquilo que a pessoa produz, e isso tem muito a ver com aquilo que ele prega, obviamente. Quando alguém se converte é preciso saber a que, ou a quem está se convertendo. E estes são os frutos da pregação. Se alguém prega a Cristo, o resultado são almas se rendendo a Cristo e alcançando a salvação. Se alguém prega a si mesmo, o resultado é uma grande multidão prestando culto ao homem e caminhando para o inferno. Os milagres realizados por Cristo não eram feitos ao acaso, nem exibicionismo, mas "sinais" que atestavam o seu ministério de salvação.
Milagres que não produzam mudança de vida nas pessoas, não levam a lugar algum. E aqueles que se dedicam a esse tipo de espetáculo estão correndo o risco de se tornarem ilustres desconhecidos e ouvir, naquele dia, a terrível sentença de Cristo: "Nunca vos conheci!".
Elias Soares é pastor, escreveu artigos literários para a revista "O Poder da Oração", e autor do livro "O espetáculo em Nome da Fé", onde aborda a ética cristã e sua vivência.
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