Qual é o seu modelo de família?

Qual é o seu modelo de família?

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:25

Este mês por tradição tem sido o mês da família,  principalmente no meio cristão há um empenho de avaliarmos nossas relações familiares.

Há alguns anos participei de um encontro em São Paulo, promovido pelo ministério click família e o Pastor Gilson Bifano ministrou sobre o trabalho com família e fez a seguinte observação

''Você já percebeu que quando pensamos em famíla a imagem que nos vem a mente é de uma familia  configurada de pai, mãe e filhos?''.

Percebi desde então a necessidade e o cuidado que nossas igrejas tem em ampliar a visão de famílias, indo muito além de um trabalho com casais. Ele inclui crianças, adolescentes, adultos solteiros, divorciados, viúvos, mães e pais solteiros, sogro, sogra, noivos. Como vemos, a igreja tem muitas oportunidades e desafios pela frente no acompanhamento de famílias.

Você já prestou atenção quantas pessoas sua igreja se encontram nesta outra configuração de família? Talvez por não termos esta visão, dispensamos para alguns um tratamento preconceituoso. Infelizmente, criamos codinomes e incentivamos com piadas que diminuem e ridicularizam os solteiros, divorciados e viúvos. ''Solteirão'', ''ficar para titia'', ''encalhado''... são tratamentos que não deveríamos, em hipótese alguma, dedicar a estas vidas tão preciosas, pois elas também são família.

A Bíblia está cheia de exemplos de famílias não só de casais. Tanto no Antigo como no Novo Testamento citam-se exemplos de solteiros. Quem nunca leu que Jesus amava estar na família de três solteiros: Marta, Maria, e Lázaro (Lc 10:38, Jo 11:1-3 e outros) A Bíblia mostra homens e mulheres que criaram seus filhos sem a presença do cônjuge. Um dos exemplos mais claros de alguém que vivenciou o que é ser mãe solteira e ver a misericórdia de Deus na sua vida foi Hagar (Gn 16:6-11; 21:14-18). E as viúvas? Tanto no Antigo como no Novo Testamento temos relatos de viúvas que foram usadas por Deus para cumprimento de seus propósitos: a Viúva de Sarepta (I Re 17:10-12, Lc 4:26), Rute (Rt 1:16), Noemi (Rt 1:8) e outras. A exortação que temos no Novo Testamento é para que a igreja primitiva estivesse atenta às suas dificuldades (At 6:1, I Tm 5:16). E os relacionamentos fracassados? A Mulher Samaritana (Jo 4:1-42) é a representante de milhares de homens e mulheres que viram seus projetos matrimoniais ou familiares destruídos por circunstâncias diversas e Jesus mostra-lhe que há vida após um relacionamento fracassado.

O fato de acolhermos o divorciado não é sinônimo de que apoiamos ou incentivamos o divórcio, mas  que como igreja devemos pastorear aqueles que encontram-se nesta situação.

Jesus também redefine o lugar da criança no Reino de Deus (Mc 10:14, Mt 18:3). Vemos também exemplos de sogro, sogra, enfim, todas estas pessoas são amadas por Deus independente do seu estado civil ou condições que vieram ao mundo. Ter um novo olhar ao lermos a Bíblia e perceber o quanto podemos aprender no acolhimento a estas vidas criando um ambiente em que elas se sintam pertencentes também é mais um de nossos desafios como cristãos.

Que lideres da Igreja de Cristo compreendam que a família precisa de ser ministrada, acompanhada, mas que  vai muito além de um investimento com casais. Crianças, adolescentes, adultos solteiros, divorciados e viúvos também são famílias.

Que maio de 2010 seja um mês que o ajude a ampliar sua visão de família como um dia aconteceu comigo. Que, como Jesus, possamos acolhê-los com grande amor.

Leonora Temple de Almeida Ciribelli é formada em psicologia pela Universidade de Fortaleza, integrante do corpo docente da área de Terapia Familiar na Eirene do Brasil e professora do Curso de Noivos da Igreja Presbiteriana de São Vicente (SP), junto ao seu marido, Rev. Fábio Ferraz Ciribelli.  

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