65% do mercado de biscoitos já é zero trans

65% do mercado de biscoitos já é zero trans

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 3:31

Um levantamento feito pela Associação Nacional da Indústria de Biscoitos - ANIB - e Sindicato da Indústria de Massas Alimentícias e Biscoitos do Estado de São Paulo - SIMABESP - mostra que 65% dos biscoitos disponíveis no mercado brasileiro estão livres da gordura trans depois de dois anos de intensas pesquisas e trabalho junto aos fornecedores especializados. "Os fabricantes reagiram imediatamente após terem conhecimento de que a gordura trans pode prejudicar a saúde do consumidor", assegura José dos Santos dos Reis, presidente do SIMABESP e vice-presidente da ANIB.

Ele acredita que o uso de gordura trans no setor de biscoitos será extinto num período de dois a três anos, pois os empresários dependem dos fornecedores de matérias primas alternativas, que precisam aumentar a produção de forma a atender toda a indústria de alimentação. "Não são só os biscoitos que precisam de outras opções. Vários setores do mercado de alimentos no País também estão buscando esta substituição", diz.

Este trabalho de adaptação a outras matérias primas implica, por parte das indústrias, na implantação de novos padrões de tecnologia. "Isso tem causado novos impactos nos custos do processo de produção", alerta Reis. "É muito difícil retirar a gordura trans dos alimentos em curto prazo, pois isso gera a necessidade de uma oferta mais ampla e o aparecimento de novos players no mercado e uma conseqüente estabilização de preços. Isso leva tempo".

Equilíbrio, porém, é a palavra de ordem das duas entidades. O Grupo Técnico de Orientação da ANIB e do SIMABESP alerta que só tirar a gordura trans não resolve nenhum problema, pois essa substituição pode aumentar o índice de gorduras saturadas, tão prejudiciais quanto. A preocupação dos fabricantes de biscoitos é encontrar outra alternativa sem interferência na qualidade, no sabor ou na textura dos produtos.

A presença da gordura trans nos alimentos industrializados foi descoberta na Holanda e começou a ser debatida há 12 anos. Nos Estados Unidos, é objeto de estudo há oito anos. "Essa discussão é recente, pois os processos de fabricação são longos", afirma Reis. "As empresas fornecedoras de gorduras estão trabalhando em conjunto com os fabricantes de biscoitos e todas as indústrias de alimentação para minimizar a utilização tanto das trans quanto das saturadas, em busca do equilíbrio".

Segundo José dos Santos dos Reis, a Resolução 359/360, de 2003, que estipulou um prazo para que as empresas incluíssem nas suas embalagens os percentuais dos componentes de cada produto, inclusive de gordura trans, gerou preocupação dentro das indústrias, justamente porque o objetivo é encontrar um equilíbrio nas formulações. "É importante passar para o consumidor as informações nutricionais de acordo com a nova pirâmide alimentar divulgada em 2005, que preconiza uma dieta equilibrada entre gorduras, carboidratos e proteínas".

"Todos os alimentos possuem uma série de substâncias que também demandam um limite de consumo. Se formos isolar tudo o que se fala que faz mal ao organismo, morreremos de fome, pois não poderemos comer nada. O fundamental é o equilíbrio e uma alimentação balanceada", enfatiza Reis.

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