Açúcar: uma doce invenção cujas origens continuam perdidas no tempo
O açúcar faz todo mundo se lembrar de um tempo delicioso: a própria infância de cada um
Heloisa Fernandes
O açúcar extraído da cana é conhecido desde tempos bastante remotos, mas a Europa só o conheceu por volta do século X, através dos árabes, que, por sua vez, o haviam conhecido por intermédio dos persas e indianos. A princípio, o cultivo da cana e a produção do açúcar restringiram-se à bacia do Mediterrâneo, só mais tarde o açúcar veio para a América.
O Brasil e as Antilhas eram, durante os séculos XVII e XVIII, quase os únicos fornecedores de açúcar para a Europa. Nesta época, França e Inglaterra travavam intensas lutas militares e econômicas, que começaram a influenciar e diminuir significativamente a importação de açúcar por parte dos países europeus. Por isso, surgiu na Europa a indústria do açúcar de beterraba.
Em 1747, um químico prussiano conseguiu pela primeira vez, extrair açúcar de beterraba; porém, na época, o processo se mostrava economicamente inviável. Procurando incentivar a produção de açúcar de beterraba na Europa, Napoleão ofereceu recompensa a quem melhorasse suas técnicas de produção. E, em 1802, o Capitão Delssert fundou a primeira fábrica francesa de açúcar, ganhando assim a medalha da Legião de Honra.
Entretanto, o açúcar de beterraba jamais conseguiu ser melhor do que o açúcar da cana. Na Europa e na América, as pessoas preferiam, sem sombra de dúvida, o sabor mais suave e adocicado do açúcar da cana.
Preferiam e continuam preferindo. Hoje, não há açúcar mais consumido no mundo que o açúcar da cana. O que prova que, muitas vezes, as primeiras invenções são muito melhores que as que vêm depois delas. E que pensar o contrário só pode se mesmo uma doce ilusão.
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