Conheça alguns pratos inspirados em obras literárias

Conheça alguns pratos inspirados em obras literárias

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:16

A Bienal Internacional do Livro, que acontece até 22 de agosto em São Paulo, pela primeira vez aborda temas gastronômicos.

O evento, chamado de Cozinhando com Palavras, lembrará os nomes de grandes figuras da literatura, com pratos inusitados e exclusivos para cada restaurante participante.

Serão homenageados autores como Jorge Amado, Raquel de Queiroz, Isabel Allende, Vinicius de Moraes, Eça de Queiroz, Monteiro Lobato, Pablo Neruda e vários outros que em suas obras citaram comidas e pratos como referências literárias.

O restaurante Capim Santo homenageia Jorge Amado (Itabuna, 1912 - 2001). O menu é inspirado e extraído de citações culinárias da obra do escritor. Uma das opções é o robalo com crosta de castanha de caju, acompanhado de vatapá, receita fundamental da cozinha baiana. Jorge Amado produziu 49 obras, traduzidas em mais de 55 países, focadas especialmente nas peculiaridades da Bahia. Suas personagens femininas dão vida e título a algumas de suas melhores obras: Gabriela Cravo e Canela , Tieta do Agreste , Tereza Batista e Dona Flor , entre outras.A cozinha baiana, com temperos aguçados e sensuais, aparece em quase todos os romances do autor, seja pelas mãos dessas mesmas personagens,ou mulheres dengosas e generosas cozinheiras.

A Mercearia do Conde preparou, entre outros partos, bolinho caipira e escaldado de cumbuqueira. O menu do restaurante foi baseado no livro À Mesa com Monteiro Lobato , de Márcia Camargos e Vladimir Sacchetta (ed. Senac, R$ 58). Consagrado escritor, Monteiro Lobato (1882 - 1948) abordava temas relacionados ao nacionalismo e à pátria. Alguns de seus personagens estavam diretamente ligados à culinária, como Tia Anastácia, a cozinheira da obra O Sítio do Pica-Pau Amarelo.  Os contos também reforçam a ideia da agricultura sustentável, baseada em plantas e frutas nativas.

O Dona Onça também homenageou Vinícius de Moraes com a sobremesa papos de anjo, que era um dos doces favoritos do poetinha. Em uma gravação na boate Zum Zum, no Rio de Janeiro, em 1967, ele leu uma longa carta que ele escreveu ao Tom Jobim, quando estava em Paris, num dia de inverno. Além das saudades do Brasil, o poeta contou que gostaria de estar em uma banheira quente, com whisky ao lado, e saboreando... Papos de anjo.

Julia Child (1912 - 2004) não poderia ficar de fora. A californiana mudou-se para a França em meados das décadas 40 e 50 e assumiu uma missão: ensinar a família norte-americana média a comer e a cozinhar como os franceses. Julia escreveu dezenas de livros sobre a arte e os preciosismos da cozinha francesa. A cozinheira realizou uma espécie de revolução ideológico-gastronômica e acabou se tornando um marco na culinária do seu país. Em sua homenagem, o restaurante Paris 6 preparou a receita francesa creme bavarois, sobremesa oferecida em jantar preparado por Julia a um pequeno grupo de influentes editores e alguns chefs de Nova York.

Esta sopa de cavaquinha foi elaborada pelo Chef Rouge e inspirada no livro homônimo A Festa de Babbete (ed. Portugal),   de Isak Dinesen, pseudônimo da escritora dinamarquesa Karen Blixen (a mesma de Out of África ), lançado em 1958. A obra virou ícone entre os apaixonados pela gastronomia.

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