Por que comemos rabanada no Natal?

Por que comemos rabanada no Natal?

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 10:02

Os mais moderninhos podem mudar o roteiro natalino, assar carnes e montar a mesa de jeitos diferentes. Mas ninguém consegue escapar de alguns ícones da ceia. Peru, bacalhau, rabanada. Vale vir no meio da salada, fatiados como carpaccio, com caldas surpreendentes. Só não podem faltar. Mas como será que surgiram esses costumes, presentes em nossas lembranças mais remotas?

Rabanada: nada mais é do que uma fatia de pão dormido umedecida em leite, frita e depois passada em açúcar e canela. Há versões com vinho, castanhas, mel, frutas. Também herança de Portugal, contam que a rabanada era servida a mulheres no pós-parto porque ajudava na produção do leite materno -- daí o apelido "fatia parida". Verdade ou mito, é certo que trata-se de um alimento, digamos, forte. Na França, ela muda de identidade e vira a clássica sobremesa pain perdu, servida com creme inglês e compota de pera, durante o ano todo. Muito calórica (cada uma tem, em média, 150 Kcal), vale cada centímetro de cintura adquirido. Talvez por isso, só seja consumida (sem culpa) uma vez por ano. Em um daqueles dias em que os pecados da gula fazem parte da brincadeira.

Receita de rabanada Pavelka - Vale lembrar que, nesta época do ano, faz frio no hemisfério Norte. Justifica o cardápio deles, não o nosso. Mas, se heranças são inevitáveis, o melhor a fazer é tirar proveito delas. As receitas tradicionais podem ficar ainda mais deliciosas com pequenos caprichos. Como a calda de castanha, frutas e vinho do Porto da confeitaria Deli 43-Pavelka. Experimente!

Rabanada Pavelka

(Receita da confeitaria Deli 43-Pavelka)

10 unidades

Ingredientes

1 pão de boa qualidade próprio para rabanada 4 xícaras de leite integral 4 colheres de sopa de açúcar 4 ovos 1 tablete de manteiga sem sal

Modo de fazer

Retire as pontas do pão. Corte-o em fatias de aproximadamente 2,5 centímetros. Misture a açúcar ao leite morno. Bata os ovos, misturando bem a clara e a gema. Pegue uma fatia de pão mergulhe no leite com açúcar e depois nos ovos (dos dois lados do pão). Derreta a manteiga em uma frigideira, baixe o fogo e frite a rabanada dos dois lados, dourando-a levemente.

Calda de vinho do Porto com frutas secas

Ingredientes

40g de nozes 40g de amendôas 40g de avelãs 40g de figo seco 40g de passas brancas 300ml de vinho do Porto 200ml de mel Modo de fazer

Coloque em uma panela, as nozes, as amêndoas, as avelãs, o figo seco e as passas brancas. Leve ao fogo junto com o vinho e o mel, deixe reduzir um pouco. Sirva quente.

Dicas

- Corte o pão levemente na diagonal

- Depois de mergulhar o pão no leite, pressione-o levemente com as mãos, assim você evita que a rabanada fique gordurosa

- Somente coloque a rabanada para fritar quando aparecer a espuma da manteiga na frigideira, já em fogo baixo

- Pique as nozes em quatro, as amêndoas em duas e os figos em seis

- Antes de juntar o vinho do Porto às frutas na panela, doure-as levemente

- Antes de juntar o mel às frutas e ao vinho, dê uma leve flambada nas frutas

Outras tradições

Peru: não é difícil entender a teoria de Claude Levi-Strauss sobre o porquê de os assados serem sempre o centro da mesa. Em linhas gerais, a observação do antropólogo, em O Triângulo Culinário, Aix-en-Provence: l’Arc, n° 26, 1965, é que, enquanto o cozimento conserva os sucos da carne, a exposição direta ao calor faz ela eliminar água e, assim, perder peso. Por isso, os assados são símbolo de prosperidade, extravagância e não podem faltar na ceia de Natal, onde fartura é lei. A tradição de comer peru nessa data começou na Inglaterra, quando, junto com as Américas, os europeus o descobriram. Até então o grande assado natalino era o cisne (!), mais caro e de engorda mais lenta do que a ave trazida do México. A moda pegou e conquistou o mundo.

Bacalhau: o hábito é antigo e vem de longe. Na Idade Média, o calendário da Igreja católica proibia o consumo de carnes em uma porção de datas. Somando, dava quase 1/3 do ano. Nesses dias, o prato principal era o bacalhau. O produto virou figura obrigatória na mesa cristã e nunca mais faltou às festas especiais. O costume chegou ao Brasil no mesmo pacote da colonização, com os portugueses. Seus preparos são infinitos, mas na tradição natalina da terrinha ele é cozido junto de batatas, couve e regado com azeite. Um jeito de baratear a ceia é comprar o ingrediente em lascas e fazer gostosos risotos, bolinhos, saladas. Dá para festejar em grande estilo, sem começar o ano com o telefonema do gerente do banco.

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