Yakiimo - Macias e doces, as batatas assadas ainda são apreciadas pelos japoneses

Yakiimo - Macias e doces, as batatas assadas ainda são apreciadas pelos japoneses

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:32

Yakiimo (yaki = assada e imo = batata) é a batata-doce assada, vendida no Japão principalmente no outono e no inverno, em parques e conjuntos habitacionais, isto é, locais com grande concentração de pessoas. Normalmente, ela é vendida em caminhonetes especiais, com todo o equipamento acoplado (forno, pedras, etc.), que circulam ao som de uma gravação cantarolada peculiar, que anuncia: "yakiimo... ishiyakiimo" (Olha a batata assada... batata assada na pedra). Embora atualmente tenha se tornado uma prática rara, antigamente, em muitas casas, quando se juntavam e queimavam as folhas caídas das árvores, colocavam-se batatas-doces para assar sob as cinzas, para depois comê-las quentinhas. Muito macias e doces, apesar de não chamarem muito a atenção nos dias de hoje, as batatas assadas ainda são muito apreciadas e consideradas um oyatsu (lanche) tradicional dos japoneses. No inverno, elas são vendidas até nas lojas de conveniência do Japão. 

Introdução da batata-doce no Japão

Originária das Américas do Sul e Central, a batata-doce, matéria-prima da yakiimo e conhecida no Japão como satsumaimo, foi introduzida na Europa no século XV, depois da descoberta do continente americano. O navegador e descobridor da América, Cristóvão Colombo, levou batatas-doces à Espanha, para presentear a rainha Isabel de Castela e, assim, os tubérculos chegaram ao Marrocos e às Filipinas, colônias da Espanha na época. A batata-doce introduzida no Sudeste Asiático chegou então à China e, em 1597, às ilhas do reino de Ryukyu (atual Okinawa). Em 1609, Iehisa Shimazu, líder do clã de Satsuma (atual Kagoshima, região de Kyushu, sul do Japão), invadiu Ryukyu, subjugando o reino até então independente. Assim, o clã de Satsuma retornou às suas terras, levando a batata-doce de Ryukyu, que passou a ser cultivada na região de Kyushu. Depois disso, a batata-doce foi gradualmente se propagando para o norte, ficando conhecida como um alimento de emergência contra a fome, por ser nutritiva e de fácil cultivo no campo. Ao chegar a Nagasaki, chamou a atenção dos sábios versados em estudos holandeses (rangakusha), que publicaram livros sobre o seu cultivo. No xogunato de Tokugawa, também foi publicado um livro sobre a batata-doce que inspirou o magistrado de Iwami (atual província de Tottori), Masaaki Ido, a promover o cultivo do tubérculo, salvando milhares de pessoas da fome. Ao saber do trabalho de Ido, Yoshimune Tokugawa incentivou o cultivo da batata-doce em todo o país. Assim, por ordem do xogunato, o rangakusha Kon’you Aoki estudou e cultivou a batata-doce da região de Satsuma - daí o nome satsumaimo (batata de Satsuma) - que passou a ser produzida nacionalmente.

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