A evolução das revistas de moda

A evolução das revistas de moda

Fonte: Atualizado: sábado, 31 de maio de 2014 às 09:34

Depois de, nos últimos dois dias, escolher itens que compraríamos entre as vitrines de Milão, discutir sobre blogs, visitar lojas para ver como apresentam seus produtos e assistir ao documentário “The September Issue”, hoje recebemos a redatora-chefe assistente da “L’Uomo Vogue”, Laura Lazzaroni, na nossa turma de Comunicação de Moda na Nuova Accademia di Belle Arti Milano, a Naba. O encontro teve como tema “A ‘L’Uomo Vogue’ e a evolução das revistas de moda”.

Lançada em 1968, a “L’Uomo Vogue” é a única “Vogue” masculina mensal. Em seu trabalho na publicação, Laura, que está lá há  três anos (ela morou em Nova York e, no começo da carreira, 12 anos atrás, escrevia sobre ciência!), confere todas as páginas e acompanha as duas provas de cores, antes de a revista ir para a gráfica.

Desde 2006, a diretora é Franca Sozzani, à frente da “Vogue” Itália desde 1988. Em vez de modelos, a revista usa pessoas reais, com estilo singular, como Al Gore e Nelson Mandela. Franca já fez capas controversas também na “Vogue”, como as sobre cirurgia plástica, modelos negros e plus size.

A “L’Uomo Vogue” faz edições temáticas: Arte (Bienal de Veneza) e Cinema (Festival de Veneza e Oscar – há capas diferentes com cada um dos indicados a melhor ator), por exemplo. A ideia é ser uma revista de moda, mas culturalmente relevante.  Para Laura, as revistas interessantes são as capazes de misturar esses elementos, como também são a “Style” e a “Monocle”. Laura acredita que as publicações impressas não vão acabar, principalmente as especializadas, mas elas precisam evoluir para sobreviver. A “L’Uomo Vogue” sempre teve no conteúdo sua maior força, mas precisou se modernizar: há dois anos o layout mudou para se aproximar dos da internet e o site da revista foi lançado. O design hoje é mais fragmentado e dinâmico, com flashes de informação que podem ser captados ao passar os olhos. Há referências à web, em geral ao site da revista. Nos sites da “Vogue”, há conteúdos das publicações e outros produzidos para a internet. Na TV online, há cenas de bastidores, coberturas de eventos e entrevistas.

Por isso, as vendas em bancas aumentaram. Há mais contato com os leitores e mais acesso, com feedback imediato, interação e troca de ideias. A revista convida blogueiros para ser jornalistas por um dia, promove concursos de fotografia, castings de modelos e eventos.

Para uma publicação ser relevante, na opinião de Laura, ela deve ser exclusiva, internacional, de alto padrão, culturalmente relevante, capaz de mudar hábitos e chamar a atenção. É preciso ser original e interativa. A revista de moda do futuro não pode ser apenas impressa: ela deve ter um diálogo com o online, um mix de conteúdos originais republicados, menos textos e mais imagens impactantes. O próximo passo da “L’Uomo Vogue” rumo ao futuro é lançar um aplicativo para iPad.

Andressa Zanandrea, de Milão

fonte: Blog de Moda - IG

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