A importância do teste da Mecha

A importância do teste da Mecha

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:30

A beleza dos cabelos é motivo de preocupação para a grande maioria das pessoas. Isto pode ser justificado pela crescente demanda e lançamentos de produtos voltados para os cuidados capilares, pela importância dada pela mídia a cuidados e modas relacionados às madeixas, assim como pela imensa quantidade de estabelecimentos estéticos capilares presentes nas ruas e shoppings centers.

Empresas, mídia e salões propagam diariamente procedimentos novos que visam modificar a estrutura capilar, seja através da alteração da cor dos fios, seja pela mudança de sua forma: lisa, ondulada ou crespa. Com isto, temos no mercado produtos que nos fazem ir contra as programações genéticas que antigamente pareciam ter-nos sido impostas.

O lado bom destes procedimentos está em mudar, em poder ser camaleônico estando um dia de um jeito e no outro completamente diferente. O lado ruim está nos riscos que sofrem os cabelos quando sujeitos a procedimentos que não são capazes de suportar.

Parece ser óbvio que nenhuma marca que se preze colocaria um produto no mercado para vitimar com danos os seus possíveis usuários. Apesar disto, não é fato infrequente encontrarmos vítimas de produtos químicos de uso capilar.

Por conta disto, fica a duvida, produtos químicos capilares são sempre perigosos? A resposta é não! Perigoso não é o produto químico em si (com as devidas excessões aos proibidos pelas entidades de saúde, em nosso caso a ANVISA), mas a associação destes a cabelos que não tenham condições de suportá-los. É fato que existem cabelos mais fortes e mais fracos. Temos os cabelos que sofrem com o clima ou situações externas (sol e água de piscina, por exemplo), e ainda os que já passaram por químicas em maior ou menor proporções.

Sabendo disso, quais dos cabelos citados poderiam receber químicas sem sofrer danos? Para esta pergunta a resposta é simples: todos ou nenhum deles. Se esta afirmação acabou sendo motivo de espanto é porque você nunca fez ou não conhece o teste da mecha.

Teste da mecha é o nome dado ao procedimento que deveria preceder qualquer aplicação de produtos químicos nos cabelos. Serve para avaliar se os cabelos que serão tratados conseguem suportar um procedimento como o que será realizado em todo o cabelo. A idéia é a de pegar uma mecha de cabelo e realizar o procedimento apenas nela cerca de 2 a 3 dias antes de aplicar o produto em todos os fios. Se, ao final deste tempo, os cabelos tratados conseguirem manter a qualidade e mostrarem que podem suportar o produto em questão, este poderá ser aplicado em todo cabelo, minimizando o risco de problemas e deixando o cliente mais confiante e seguro frente ao trabalho que será realizado.

Apesar de ser importante, o teste da mecha é pouco realizado. Em parte porque os clientes sempre chegam pensando em fazer o procedimento de uma vez sem verificar se seus cabelos estão em condições para tanto. Soma-se a isso o fato de que a concorrência do mercado faz com que os profissionais optem por correr o risco a perder o cliente para um concorrente que faria o procedimento sem o teste prévio.

Não deixo nunca de valorizar a qualidade de muitos profissionais que conhecem um cabelo de qualidade, assim como os produtos que usam e suas técnicas de aplicação. Estes, quase nunca apresentam problemas com seus clientes por conta de seu bom senso e experiência, fazendo o teste da mecha quando acreditam ser necessário.

Por conta dos riscos e por ter certeza de que a grande maioria das pessoas não gostaria de ver seus cabelos estragados por procedimentos químicos é que deixo como dica o teste da mecha. Lembrando que segurança é algo que não tem preço!

Dr Ademir Jr. (CRM 92.693) é médico dermatologista especialista em tricologia (medicina capilar) pela Internacional Association of Trichologists. Membro da Sociedade Brasileira de Laser em Medicina e Cirurgia, da Sociedade Brasileira de Termalismo, e da Sociedade Brasileira de Medicina Estética. Presidente do Grupo de Apoio a Portadoras de Síndrome dos Ovários Policísticos - GAPSOP. Professor de Anatomia e Fisiologia da pele no curso de Pós-Graduação em Cosmetologia das Faculdades Oswaldo Cruz - SP/SP. Autor dos Livros: "Socorro, Estou ficando careca", publicado pela Editora MG em 2005, "Tem alguma coisa errada comigo - Como entender, diagnosticar e tratar a Síndrome dos ovários Policísticos", publicado pela Editora MG em 2004 e "É outono para meus cabelos - Histórias de mulheres que enfrentam a queda capilar" - Editado pela Editora Summus.

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