A Secretaria de Políticas para as Mulheres (SPM) da Presidência da República pediu a suspensão de uma campanha da Hope estrelada pela modelo Gisele Bündchen, chamada "Hope Ensina". Em ofício ao Conselho Nacional de Autoregulamentação Publicitária (Conar), a SPM afirma que a propaganda promove um esteriótipo da mulher brasileira.
Na série de vídeos, a top dá aulas de como se comportar com seu marido em situações como bater o carro, estourar o limite do cartão de crédito ou mesmo avisar que a mãe vai morar junto com o casal. Nas primeiras cenas, ela aparece vestida e, em seguida, apenas de lingerie. Com isso, a ideia seria incentivar a brasileira a usar seu charme.
"Hope ensina' é a campanha da empresa que ensina' como a sensualidade pode deixar qualquer homem derretido'. Nela, a modelo Gisele Bundchen estimula as mulheres brasileiras a fazerem uso de seu 'charme' (exposição do corpo e insinuações) para amenizar possíveis reações de seus companheiros frente a incidentes do cotidiano", afirma a SPM em comunicado.
Além do ofício, a SPM enviou carta à Hope manifestando repúdio à campanha: "A propaganda promove o reforço do estereótipo equivocado da mulher como objeto sexual de seu marido e ignora os grandes avanços que temos alcançado para desconstruir práticas e pensamentos sexistas. Também apresenta conteúdo discriminatório contra a mulher, infringindo os artigos 1° e 5° da Constituição Federal".
Em comunicado, a Hope afirma que a propaganda teve o objetivo claro e bem definido de mostrar, de forma bem-humorada, que a sensualidade natural da mulher brasileira pode ser uma arma eficaz no momento de dar uma má notícia.
Para evitar que fôssemos analisados sob o viés da subserviência ou dependência financeira da mulher, utilizamos a modelo Gisele Bundchen, uma das brasileiras mais bem sucedidas internacionalmente", diz a nota.
"Gisele está ali para evidenciar que todas as situações apresentadas na campanha são brincadeiras, piadas do dia-a-dia, e em hipótese alguma devem ser tomadas como depreciativas da figura feminina. Seria absurdo se nós, que vivemos da preferência das mulheres, tomássemos qualquer atitude que desvalorizasse nosso público consumidor".
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