A depilação a laser ganhou popularidade entre as mulheres, se multiplicou nas clínicas de estética e é uma oferta comum nos sites de compra coletiva. Nesses casos, procedimentos que custam em média R$ 1 mil chegam a ser vendidos por R$ 200. O argumento financeiro é tentador, mas é importante pesquisar antes de comprar pacotes de tratamento: existem vários tipos de laser, cada um indicado para um tipo de pele. E comprar no escuro, sem orientação médica, pode trazer mais problemas que benefícios.
Segundo Valéria Campos, dermatologista especialista em laser, queimaduras e até o aumento dos pelos ao invés de redução podem ocorrer em caso de escolha inadequada do método ou regulagem equivocada do aparelho. Além disso, manchas na pele também são comuns. Desconfie de preços milagrosos. Toda vez que a questão principal é preço, o barato sai caro, diz ela.
Conhecer mais sobre o aparelho utilizado na clínica ajuda o consumidor a não se iludir. Entre os tipos de laser estão o Alexandrita e o Ruby, que são melhores para pelos finos e peles mais claras. Já o NdYAG é a alternativa para peles negras, e o laser de diodo, por sua vez, é indicado para pelos escuros e grossos. Existem no mercado também os tratamentos com luz pulsada, que não são laser, mas podem trazer bons resultados em pessoas de pele clara e pelos finos, desde que indicado corretamente.
Riscos e ineficácia
Um dos pontos que devem ser avaliados na aplicação do laser é a intensidade. O método pode estimular ou destruir fios, tudo depende da forma de utilização. Caso a energia aplicada seja muito baixa, é possível que os fios não desapareçam totalmente e sobrem só os mais finos, que são difíceis de remover depois. Nesse caso o laser não responde mais e é preciso fazer eletrólise ou conformar-se, diz Valéria. Ela lembra também que nem todos os procedimentos são considerados definitivos e, em alguns casos, os fios voltam a crescer depois de algum tempo.
A retirada dos pelos com sucesso acontece em cerca de cinco sessões. Pacotes de tratamento que exigem uma quantidade maior podem indicar que o consumidor está sendo lesado. Algumas clínicas fazem menos disparos por vez ou mais fracos. Como um jardineiro que cobra pouco. Ele tira três matos e deixa o resto lá, exemplifica Valéria.
A promessa de um procedimento indolor também é motivo de desconfiança. Embora os aparelhos mais modernos causem menor desconforto em relação aos primeiros que chegaram ao mercado, a depilação ainda incomoda e não é eficaz se o paciente não sente nada.
Arrependimentos
Quem já comprou um tratamento que não corresponde ao seu tipo de pele ou necessidade pode tentar pedir o dinheiro de volta. Isso se aplica para as ofertas pela internet que não tinham informações detalhadas sobre o procedimento e riscos. E por se tratar de venda realizada fora do estabelecimento, o consumidor pode exercer o direito de arrependimento no prazo de sete dias da compra, explica a advogada Na Ri Lee Cerdeira.
Para evitar problemas, Valéria Campos recomenda uma consulta prévia com um dermatologista que irá avaliar o tipo de pele, contraindicações e acompanhar o tratamento. É um procedimento médico. Procure um profissional em que você confie, diz.
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