Entenda o que é a escova progressiva

Entenda o que é a escova progressiva

Fonte: Atualizado: sábado, 29 de março de 2014 às 03:26

Resolvemos conhecer a fundo o mundo dos alisamentos e relaxamentos e desembaraçar para você esse emaranhado de nomes e explicações químicas que aparecem quando se tenta entender como um cacho rebelde fica liso depois de algumas horas no cabeleireiro.

O primeiro passo é conhecer os personagens, ou seja, os agentes capazes de entrar no seu cabelo e modificar a estrutura do fio – prepare- se para nomes esquisitíssimos! O formol já foi estrela e fez sucesso nas escovas progressivas. Depois de proibido pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) cedeu lugar a duas famílias de substâncias. Os tioglicolatos (o tioglicolato de amônia e de etalonamina) são mais suaves, porém capazes de um alisamento bem eficiente. Já a família dos hidróxidos (que inclui o hidróxido de sódio, de cálcio e a guanidina), são mais fortes e, algumas vezes, incompatíveis com tinturas ou outras químicas.

Essas substâncias agem de forma semelhante, portanto a escolha do tipo de alisamento depende do estado do cabelo e da habilidade do profissional. "Para um cabelo fragilizado, que passou por tinturas e descolorações, sugiro um alisamento com tioglicolato, que é compatível com tintura. As guanidinas e hidróxidos são melhores para fios mais resistentes", explica Célia Liberato, cabeleireira do E.V, que trabalha com alisamento desde 1996, quando as primeiras escovas japonesas começaram a ser feitas no Brasil.

Como fica liso?

"Para modificar a estrutura do cabelo, o princípio alisante precisa entrar no fio, atravessar a cutícula e a medula até chegar ao córtex do fio, onde fica a queratina", explica Maurício Puppo, professor de Cosmetologia. Lá no córtex, cada grupo de molécula de queratina se liga a outro por uma estrutura química denominada ponte de enxofre. Imagine os grupos de queratina como crianças e as pontes de enxofre são as mãos dadas. No cabelo encaracolado, as crianças estão com os braços encolhidos. Nos fios lisos, essas crianças estariam com os braços bem esticados, formando como se fosse um cordão. O alisante tem o poder de soltar as pontes de enxofre (as mãos das crianças) e fazer com que se unam de um jeito diferente. A chapinha ajuda esticar esses braços e os cabelo fica bem liso.

A importância do teste de ponta

Depois de escolhido o profissional e a técnica que irá domar os seus fios é hora de partir para o teste de ponta. "Esse procedimento mostra como está a resistência do cabelo e qual a capacidade do fio para suportar o alisamento ou relaxamento. Se, durante o teste, a mecha ganhar elasticidade, é sinal de que não é recomendável fazer a aplicação", explica Júlio Crepaldi. Ele vetou o alisamento, para esta reportagem, em três garotas que estavam com o cabelo aparentemente forte e saudável. "É impossível atestar a força do fio sem experimentar o produto que seria usado. Dependendo da habilidade, o cabeleireiro até consegue evitar que um cabelo muito danificado caia durante o alisamento, mas se o fio está frágil, certamente vai quebrar depois, mesmo que leve alguns meses", diz Julio. E completa: "Ainda acontece de o salão ‘empurrar’ para a cliente várias hidratações, método que não reverte o processo de quebra e ainda pode piorar o quadro. É que a queratina, presente em alguns tipos de hidratação, enrijece o fio e ele quebra mais facilmente, como se fosse um espaguete cru".

Que tipo de liso você quer?

As substâncias alisantes podem ser usadas para diferentes efeitos. Um mesmo princípio ativo é capaz de transformar um cabelo cacheado em um liso escorrido ou apenas soltar os cachos. "O que muda é a concentração do produto, o tempo de aplicação e o modo como fazemos o alisamento", explica o hairstylist Júlio Crepaldi, do Galeria, em São Paulo. "Para quem quer um efeito ondulado, posso aplicar o produto e fazer uma trança bem solta ou passar em mechas largas. Algumas marcas têm o produto em concentrações diferentes, dependendo do efeito desejado", completa. Porém, uma vez aplicado o produto, o fio terá a estrutura modificada, mesmo que um ou outro cachinho volte. E nessa condição diferente, por mais que você cuide do cabelo, ele fica suscetível à queda devido às quebras.

Fuja das escovas naturais

É fácil ser seduzida pela promessa dos alisamentos que não levam nenhum tipo de química. A gente tende a acreditar nessas técnicas porque unem o útil (um alisamento perfeito) ao agradável (distância de substâncias pesadas que podem danificar o fio ou até prejudicar a saúde). Mas, que fique claro de uma vez por todas: nem frutas, nem chocolate, nem menta, nem argila, nem leite, nem cana-de-açúcar, nem misturas hidratantes importadas são capazes de mudar a estrutura do fio, ou seja, alisar o seu cabelo. Portanto, se o seu cabeleireiro vier com essa promessa, é melhor reavaliar o profissional. "As substâncias que alisam de verdade são formol (em doses mais altas que o permitido), tioglicolato, hidróxido ou guanidina. Os três últimos são liberados pela Anvisa. O formol acima de 0,2%, não", diz Camila Cerdeiros, engenheira química da K.Pro. "Se um profissional trabalha com um produto legalizado, por que esconderia a fórmula? Dá para desconfiar que o morango ou a castanha-do-pará emprestam a fachada para produtos com uma quantidade de formol acima do permitido", diz. O dermatologista Valcenir Bedin, especialista em cabelo, acrescenta que o formol nos níveis permitidos não funciona. "Para alisar, é preciso modificar a estrutura do fio. Ninguém conseguiu fazer isso com chocolate ou outra substância que pareça inofensiva."

Ao se submeter a um alisamento que não é regulamentado, você corre riscos de saúde. "O uso do formol é proibido porque quando aquecido, como nas escovas progressivas, pode causar desde irritação, intoxicação, e até matar", explica Camila. Para saber se o produto é legalizado, procure o registro do Ministério da Saúde na embalagem.

Que tipo de liso você quer?

As substâncias alisantes podem ser usadas para diferentes efeitos. Um mesmo princípio ativo é capaz de transformar um cabelo cacheado em um liso escorrido ou apenas soltar os cachos. "O que muda é a concentração do produto, o tempo de aplicação e o modo como fazemos o alisamento", explica o hairstylist Júlio Crepaldi, do Galeria, em São Paulo. "Para quem quer um efeito ondulado, posso aplicar o produto e fazer uma trança bem solta ou passar em mechas largas. Algumas marcas têm o produto em concentrações diferentes, dependendo do efeito desejado", completa. Porém, uma vez aplicado o produto, o fio terá a estrutura modificada, mesmo que um ou outro cachinho volte. E nessa condição diferente, por mais que você cuide do cabelo, ele fica suscetível à queda devido às quebras.

Fuja das escovas naturais

É fácil ser seduzida pela promessa dos alisamentos que não levam nenhum tipo de química. A gente tende a acreditar nessas técnicas porque unem o útil (um alisamento perfeito) ao agradável (distância de substâncias pesadas que podem danificar o fio ou até prejudicar a saúde). Mas, que fique claro de uma vez por todas: nem frutas, nem chocolate, nem menta, nem argila, nem leite, nem cana-de-açúcar, nem misturas hidratantes importadas são capazes de mudar a estrutura do fio, ou seja, alisar o seu cabelo. Portanto, se o seu cabeleireiro vier com essa promessa, é melhor reavaliar o profissional. "As substâncias que alisam de verdade são formol (em doses mais altas que o permitido), tioglicolato, hidróxido ou guanidina. Os três últimos são liberados pela Anvisa. O formol acima de 0,2%, não", diz Camila Cerdeiros, engenheira química da K.Pro. "Se um profissional trabalha com um produto legalizado, por que esconderia a fórmula? Dá para desconfiar que o morango ou a castanha-do-pará emprestam a fachada para produtos com uma quantidade de formol acima do permitido", diz. O dermatologista Valcenir Bedin, especialista em cabelo, acrescenta que o formol nos níveis permitidos não funciona. "Para alisar, é preciso modificar a estrutura do fio. Ninguém conseguiu fazer isso com chocolate ou outra substância que pareça inofensiva."

Ao se submeter a um alisamento que não é regulamentado, você corre riscos de saúde. "O uso do formol é proibido porque quando aquecido, como nas escovas progressivas, pode causar desde irritação, intoxicação, e até matar", explica Camila. Para saber se o produto é legalizado, procure o registro do Ministério da Saúde na embalagem.

Veja quem experimentou e gostou

Há mais ou menos seis meses, Débora fez uma escova de chocolate. A ponta do cabelo ainda tinha a química, mas a raiz estava virgem. Por isso, Célia Liberato, cabeleireira do E.V, usou o tioglicolato de amônia em uma concentração diferente nas pontas e raiz. Para dar um efeito superliso, Célia usou chapinha em mechas bem finas. Como esse trabalho nas mechas é demorado, o procedimento custa cerca de 1200 reais.

"O cabelo liso emoldura o rosto de um jeito diferente, adorei. Acordo e já estou com o cabelo arrumado. Não preciso ficar pensando em qual creme passar, como prender os fios ou disfarçar o volume. O único ponto que me incomodou foi o tempo na cadeira do cabeleireiro: seis horas."

Por Marjorie Umeda

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